top of page

Uma belíssima boca-suja*



Longe de mim a absurda pretensão de insinuar ser minha mãe boca-suja a grande dama do palavrão. Tivemos muitas, certamente. E algumas, notáveis. Cito duas: Aracy de Almeida, a grande intérprete de Noel Rosa, mais tarde jurada do Silvio Santos; e Dercy Gonçalves, no teatro, no cinema e na TV, com insinuações, expressões faciais e uns quase palavrões (principalmente na TV) que valiam por uma dúzia de expressões obscenas explícitas. Minha mãe chegava ao orgasmo com a Dercy. E como não? Entre as cantoras podemos alçar nomes como Nana Caymmi e Ângela Rô Rô, dignas representantes da confraria.


Mas entre as celebridades femininas bocas-sujas, uma merece aqui um registro especial. Não apenas pela sua relação com o palavrão, mas por ter sido uma atriz das mais talentosas, ousadas e revolucionárias. Que quebrou paradigmas. Claro que falo da belíssima, gostosíssima e saudosíssima (em qualquer ordem), Leila Diniz. Paradoxalmente – ironias da história - ela foi o estopim que levou à deflagração da censura prévia na imprensa, ato típico daquela gente que tinha o fígado no lugar do coração, durante uma Página Infeliz da Nossa História.


Leila Diniz foi uma estrela cadente que passou para nos encantar e nos deixou aquele gostinho de quero mais. A estrela passou e ficou o rastro. Em 1969 ela deu uma entrevista para ‘O Pasquim’, tabloide carioca editado pelos craques Jaguar, Tarso de Castro, Ziraldo e Sérgio Cabral (pai!!). O semanário foi um símbolo da oposição à ditadura militar. Considerado subversivo pelos “gorilas” e seus jagunços da polícia política, seus editores e alguns colaboradores também experimentaram o desconforto do cárcere. Jeitão “democrático” de tratar quem pensava diferente dos mandatários de farda a serviço das classes dominantes.


A entrevista ocupou sete páginas e Leila falou sobre tudo. Falou de sua carreira, de teatro, de cinema, de sexo, de seus romances. E fez isso sem travas na língua, como se estivesse num papo entre amigos. E era um papo livre entre amigos, mesmo. Aquele empolgante modelo de entrevista, sem edição, do “Pasca”. Suas declarações fizeram corar até os hidrantes da cidade. Foi o maior rebuceteio já visto na imprensa nacional (diria minha mãe boca-suja). Em meio ao papo, sua frase que chocou dondocas e moderninhas: “Você pode amar muito uma pessoa e ir pra cama com outra. Isso já aconteceu comigo.” E tudo isso temperado por dezenas de palavrões, que o pessoal do jornal ainda teve o cuidado de aliviar com vetustos asteriscos.

A entrevista foi publicada em novembro de 1969. Há menos de um ano havia sido decretado o famigerado AI-5, que deu ao general de plantão poderes de imperador, de rei. Ele tudo podia. A tensão era grande. Não deu outra. Baixaram o que mais tarde foi ironicamente apelidado de “Decreto Leila Diniz”, a censura prévia na imprensa. Uma anti-homenagem. E ela nem aí pra eles. Grande Leila, uma belíssima boca-suja.

“Em frente ao coqueiro verde Esperei uma eternidade Já fumei um cigarro e meio E Narinha não veio

Como diz Leila Diniz O homem tem que ser durão Se ela não chegar agora Não precisa chegar

Pois eu vou me embora Vou ler o meu Pasquim Se ela chega e não me vê Sai correndo atrás de mim” (Coqueiro Verde – Erasmo Carlos / Roberto Carlos)


* Do meu livro ‘Os tomates do Padre Inácio – Memórias Domésticas do Palavrão


 

A Crescente Significância da Economia Criativa na Geração de Emprego e Renda


Nos últimos anos, temos testemunhado o surgimento e consolidação da Economia Criativa como uma força impulsionadora do desenvolvimento econômico, tanto no Brasil quanto no âmbito global. Este fenômeno tem se mostrado altamente eficaz na criação de oportunidades de emprego, no aumento da renda e no estímulo ao progresso cultural. Abaixo, apresentamos cinco ilustrações emblemáticas desse impacto.


  1. Indústria do Entretenimento: Setores como cinema, música, televisão e videogames têm se expandido vigorosamente, gerando empregos diretos e indiretos. Produtores, artistas e profissionais relacionados têm colhido os frutos dessa expansão.

  2. Moda e Design: A indústria da moda assistiu ao florescimento de marcas independentes e designers autênticos, que não apenas enriquecem a indústria, mas também fornecem emprego para muitos empreendedores talentosos.

  3. Inovação Tecnológica: Startups e empresas inovadoras estão liderando avanços significativos em setores como realidade virtual, inteligência artificial e realidade aumentada, contribuindo para o progresso tecnológico e empregando uma força de trabalho altamente qualificada.

  4. Turismo Cultural: A riqueza da herança cultural, gastronomia e eventos culturais atraem turistas, injetando recursos valiosos nas economias locais e promovendo uma compreensão transnacional da cultura.

  5. Artes Visuais: Artistas plásticos, galerias de arte e museus estão proporcionando experiências culturais enriquecedoras e, ao mesmo tempo, criando empregos em áreas relacionadas.


A nata da música do Brasil, nesta playlist Cedro Rosa / Spotify.


No epicentro dessa revolução cultural e econômica, encontra-se a Cedro Rosa Digital, que desempenha um papel notável no fortalecimento da música independente em escala global. Através de uma plataforma de distribuição acessível e de alcance global, eles capacitam artistas independentes a alcançar um público mais amplo e a gerar renda através de sua música. Essa iniciativa demonstra o potencial transformador da economia criativa, até mesmo em setores tradicionais, como a indústria musical.

Em suma, a Economia Criativa é uma força motriz que tem redefinido o panorama econômico, proporcionando emprego, aumentando a renda e enriquecendo a cultura em todo o mundo. Seu potencial de inovação e crescimento continua a ser uma força inspiradora para o desenvolvimento econômico contemporâneo.

+ Confira também

destaques

Essa Semana

bottom of page