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RETROEXPECTATIVA

Foto do escritor: Léo VianaLéo Viana


O futuro é sempre um ambiente desconhecido, mesmo que tenhamos por ele uma certa adoração. Ou talvez por isso mesmo, vai saber… Deste modo, usamos fazer retrospectivas como uma forma de nos referenciarmos naquilo que conhecemos e, a partir de então, estabelecermos um padrão para o futuro que projetamos, para que ele nos seja ao menos mais amigável. No momento presente, e tomando como referência temporal o ano de 2021, que tá no fim, vivemos uma espécie de apagão retrospectivo, o que faz com que sequer tenhamos como projetar um futuro a partir dele. Tudo o que sabemos é que não queremos que ele se repita. Mais ainda porque ele já é uma espécie de segunda temporada de 2020, o ano que parece não ter havido.


Lembramos com tristeza os milhares de mortos feitos pela pandemia, mas é com raiva que nos vem à memória a forma como nosso governo federal tratou pessoas e instituições relacionadas, por qualquer via, aos acontecimentos. Ou seja, todos.


Lembramos estarrecidos que enquanto seres humanos morriam sem ar, brincava-se com isso. Sem ordem cronológica, porque o apagão não nos permite ordenar tudo, lembramos que desdenhavam da ciência ao insistir em remédios sem eficácia, contra todas as evidências e contra todas as publicações científicas e instituições respeitáveis do mundo.

Nos vem, nitidamente, à memória, a negação internacional do desmatamento da Amazônia, contra as fotos de satélite e os mapeamentos todos, oficiais, nacionais e estrangeiros. Do mesmo modo que parece ter sido ontem que garimpeiros, indiscretamente apoiados pelo governo, abriram fogo contra aldeias indígenas e até contra a polícia federal, instituição republicana, ainda que temporária e parcialmente sob o jugo dos atuais mandatários.



Marceu Vieira, siga este compositor no Spotify.



Foi também em 2021 que, logo no início, nos negamos a reconhecer, como país, a eleição americana. Tenho nada o que ver com ela, é bem verdade, mas eles decidiram que seria daquele jeito, como decidimos, há tempos atrás, que a nossa seria de outro jeito, aliás muito mais sensato, com uso da tecnologia disponível e já francamente auditável. Mas fizeram eles lá do jeito deles, com aquela papelada, votos pelo correio, dias e dias pra contar a encrenca toda e, ao final, deu Biden. A nós cabia, como país independente e autônomo, reconhecer a autonomia deles. Mas claro que a muar entidade que nos guia teria que seguir, de modo canino, a orientação do imbecil que, de lá, questionava o próprio sistema que o elegera anos antes (com todo o respeito aos mui dignos muares e caninos, a citação é meramente retórica). Prometia muito mesmo essa temporada.


Ainda no início do ano, com razoável atraso e coberta.de problemas que viriam a ser esmiuçados depois pela CPI, começou a vacinação. Do plantio da desconfiança no povo que historicamente foi dos mais vacinados do mundo ao absurdo daquela diarreia verbal da história de “virar jacaré”, ouvimos de um tudo.

Claro que os jornais, os sites, os blogs, os podcasts e outros meios modernos de informação, inclusive os ligados gastrointestinalmente ao governo, vão fazer retrospectivas, assinalando, com maior ou menor seriedade, eficiência ou intencionalidade, aquilo que lhes parecer mais representativo de um ano tão esquecível.




Nós, reesperançados, nos valemos então de memórias anteriores, quando fomos mais felizes, para tentar construir um rascunho do futuro que almejamos.

E então, a despeito de tudo, e na ânsia louca de recuperarmos o tempo perdido, o tempo gasto com lives nem sempre interessantes, as milhares de horas de Zoom, as aulas na telinha, que subtraíram de milhões de jovens o melhor de suas fases escolares, que é o convívio com os demais e a formação que vem com as entrelinhas da escola, 2022 parece disposto a nos esperançar outra vez. A nos trazer de volta possibilidades tais como viajar, juntar os amigos em torno de comemorações, sejam elas movidas a churrasco ou salada, afinal ambos os preços dispararam de tal forma que se tornaram igualmente proibitivos.


A nos levar outra vez a usar nosso tempo de maneira construtiva e não necessariamente para maldizer, voluntária ou involuntariamente, o tanto de coisas que nos vem corroendo como civilização. Verdade que no finalzinho do ano, pouco antes que começássemos a fazer retrospectivas, a variante ômicron chegou para marcar posição. E vem fazendo estragos em termos de número de contaminações, especialmente, claro, entre os imbecis que defendem a não vacinação, colocando em risco o conjunto da população. Mas sua menor agressividade, ao menos até aqui, ajuda a manter a esperança em dias melhores.


A mesma esperança que não temos em políticas culturais sob o atual manto reacionário, mas os ventos que sopram na América Latina, cremos, vão ajudar a varrer pra longe esse horror.

Eu queria muito, muito mesmo, que os escritos de hoje fossem leves, soltos, pra garantir que não tivéssemos leitura pesada para as festas de fim de ano. Até prometi fazer isso, mas nunca é tão fácil.


Aqui no nosso pequeno botequim, sempre aos domingos, a gente vem refletindo sobre o que acontece, inventando historinhas pra entreter, rindo e chorando juntos. Que em 2022 a gente ria mais do que chore, comemore mais do que lamente, renasça mais do que morra. A esperança parece visível e cabe a nós torná-la palpável, real. E que nunca mais tenhamos que fazer retrospectivas sobre acontecimentos tão torpes, vis, abomináveis, protagonizados por pessoas de índole tão ruim.


O vírus e os vermes que o ajudaram a se multiplicar entre nós hão de passar e só a nossa vigilância permitirá que eles não voltem a se criar.


Como dizem os versos finais de Cavalo de Batalha (Miltinho, Zé Renato e Paulo Cesar Pinheiro): E a gente vai cantar tudo o que a gente quis/Meu povo vai gostar e de novo vai traçar sua própria diretriz/ E vai mostrar que nunca foi um aprendiz/ E a esperança vai voltar aos céus do meu país.


Um rápido e feliz 2022 pra você também!! Olhando daqui, e mesmo que ele seja um terceiro episódio de 2020, temos todos a impressão de que o final será melhor. Será!!


Tamos juntos.


Porto Alegre, dezembro de 2021.


 

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