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Moacyr Luz, o fundamental menestrel que reacendeu as rodas de samba


Lais Amaral Jr e Moacyr Luz - crédito da foto: Ricardo Paiva

Sexta passada, dia 19, o canal do Circo Voador no Youtube, exibiu o show de 15 anos do Samba do Trabalhador, a oportuníssima sacada do Moacyr Luz. Foi o último evento do ‘Circo’ antes da pandemia deitar as asas sobre nós. O último show com público no Rio antes da tragédia sanitária. Junto, o lançamento do álbum ‘Fazendo Samba’ com a participação de Toninho Gerais, Roberta Sá e Marcelo D2.


Moacyr Luz é um dos meus ídolos. E por conta de um desses acasos, vá entender, estive com ele pela primeira vez em Resende, onde moro há tempos. Era um dia comum de semana e eu fora à rodoviária comprar uma passagem não me recordo pra onde, quando vi o sujeito lá na frente. Cabelos longos, rosto largo e de mochilas às costas. Num rompante me aproximei e indaguei como se íntimo fosse:

- Moacyr Luz, o que faz por aqui? E ele educado e tranquilão:

- Estava em Penedo na casa do Macalé. Fazendo uns arranjos pra ele.


A partir daquele dia, não perdi mais o Moacyr de vista. Na verdade já o vira no palco do João Caetano. Ele e João Nogueira no Projeto Pixinguinha (ou Seis & Meia). Dele conhecia apenas ‘Coração do Agreste’, parceria com Aldir Blanc, que estourara na novela da Globo. Fui ao show pelo João, confesso, mas de cara, gostei do sujeito.



 

Escute Moacyr Luz, cantando no CD Roda de Samba no Bip Bip. Discos Cedro Rosa.

 

Já me maravilhava com sua releitura de grandes mestres, quando certa noite, comprei o antológico “Samba da Cidade”, e com autógrafo: ao novo amigo... Depois foram três ou quatro sábados de Carnaval que o encontrei ou o avistei pela cidade. Uma atitude carioquíssima de perambular pelo Centro como um comum. Uma vez o encontrei no Bar Luiz. Tudo a ver, né não?


O Moacyr tem essa coerência com as manias do carioca puro-sangue que miscigena o subúrbio, o Centro, o morro, as Zonas Norte e Sul. Sai de um papo na feira da Rua Garibaldi regado à cerveja comprada na Dona Maria e segue para a histórica Casa Paladino esquina de Uruguaiana com Rua Larga e, de quebra, tempera o cotidiano da cidade em crônicas bem saborosas.


E se não bastasse, fez eclodir no Renascença, as segundas-feiras reinventadas para os trabalhadores da música. Àquelas rodas de samba, ainda sob as caramboleiras eram de encher as medidas. E continuaram estupendas quando viraram sucesso de público, lotando o clube. Eu, quando livre nas segundas, despencava pro Rio.


Lá aprendi a gostar de gente boa como o Gabriel Cavalcante, o Gabrielzinho da Muda, que tem pinta de cantor de ópera, mas é um sujeito-samba da cabeça aos pés. Cavaquinista, compositor, cantor e dono de uma memória invejável para joias raras. Depois curti algumas vezes a roda que ele comandava na Rua do Ouvidor.


 

Moacyr Luz canta Ficarás, no disco de Mário Lago. Escute na Spotify.

Disco Cedro Rosa.


 

A última vez que estive com o Moacyr Luz, foi no ‘Democráticos’, na Lapa. Ele e Monarco incendiaram o ambiente. Eu na mesa deles. Além de nós três, o certeiro vinho branco na bolsa térmica. Lembro-me de pedir ‘Zuela de Oxum’ (dele e do Martinho). Era um pedido habitual, mas nem sempre dava. São necessários dois violões e certa paz.


Zuela está no ‘Samba da Cidade’. Quando empinei um projeto em Resende chamado ‘Rua da Música’, em que se apresentavam artistas da região nas tardes de sábado às margens do Paraíba, eu colocava pra rodar nos intervalos o ‘Samba da Cidade’. O pessoal adorava.

Agora, revendo o show, me emociono com alguns sambas. Como filho de Oxossi que sou me tocam fundo, as flechadas poéticas das saudades da Guanabara. Moacyr é dos grandes. Daqueles que já estão nos anais do samba e da música popular brasileira. Se não quiser, não precisa fazer mais nada. Mas ainda bem que ele quer. Grande Moa!


“Brasil

Tira as flechas do peito do meu padroeiro

Que São Sebastião do Rio de Janeiro

Ainda pode se salvar”. (Saudades da Guanabara – Moacyr Luz, Aldir Blanc e Paulo Cesar Pinheiro)


 

Artistas, playlists e projetos Cedro Rosa




 

Artistas, projetos e playlists Cedro Rosa

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Gisa Nogueira e seu lindo disco na Cedro Rosa




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