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Foto do escritorLais Amaral Jr.

Ano 2050 *




Acionei a projeção holográfica receptiva e Jordan se materializou diante de mim. Tinha a mesma expressão blasé que exibia na última conversa que mantivemos dias atrás, de forma presencial, num reservado do Hong Kong Bar. Havia um fundo musical, como agora que o sistema interno detectou minha emoção. É a ‘Serenata’, de Schubert. Uma música antiga, que muito me comove. Um clássico, que nesse momento assume uma dimensão ainda mais comovente, em harmonia com essa atmosfera melancólica. É como um réquiem. A despedida de uma existência, talvez.


- Você nunca acreditou naquela história antiga do tal Nick Bostrom, não é verdade? - indagou Jordan com uma articulação tão perfeita, que até parecia humano.

Jordan é meu secretário humáquinu, uma das perfeições da Inteligência Artificial - um luxo proporcionado a quem ocupa cargo de direção na Xangai Hope. Gerado para discutir decisões técnicas, mas, quase humano, deu de se intrometer em questões pessoais e a fazer incômodas e inconvenientes conjecturas. Respondi a ele.

- Não. Aliás, me esforço para não acreditar. Tomara que ele e todos os seus seguidores, os fanáticos que vieram depois dele, estejam errados.

- É... Mas não estão. Você não é você, Saulo. Eu não sou eu. E nem ele é ele. Na verdade, somos apenas o resultado do delírio de uma inteligência suprema. Essa vida é uma simulação. Bostrom foi um artifício para nos fazer pensar.


A tocante melodia de Schubert ainda estava no ambiente quando o meu secretário humanoide concluiu seu discurso perturbador. E, me encarando de forma complacente, disse:

- Mas temos o direito supremo de nos acharmos reais. Pode chorar quando estiver sozinho, meu amigo. Isso também nos é permitido.



* Introdução de minha novela de quase-ficção científica intitulada “CRÔNICA DA MEIA NOITE – O dragão alçou voo” pulicada em 2018, pela Editora Garcia. A história com levada de crônica se passa em 2050, com flashbacks a 2030 e 2020 e aborda um dilema sobre nossa real condição como humanos (ou não), passando por futuros arranjos geopolíticos e tendo como um débil fio paralelo um caso de amor com jovens descendentes de beatlemaníacos. Na trilha musical da história estão a ‘Serenade’ de Schubert e ‘She is leaving Home’, dos Beatles.


 

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