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É preciso cantar pra alegrar a cidade. Valeu Paul! 


 



Paul McCartney encerrando a turnê Got Back no Maracanã - pode ser, quem sabe, a última apresentação do ex-Beatle em nossas terras (bate na madeira). E mais: a atmosfera natalina chegando e o adeus ao querido Carlinhos Lyra. Os temas se entrelaçando e ditando os caminhos da crônica. Bastava colocar tudo no meu liquidificador mental e passar o coquetel para as teclas. Mas eis que vem o tranco ao ler o artigo do mestre José Luiz Alquéres, ‘Um sinal preocupante’. E a pancada foi já no primeiro e miúdo parágrafo:

- “A procura de voos em um dos mais ativos sites de passagens aéreas mostrou que o Rio de Janeiro ficou em apenas quinto lugar como destino preferencial para o Réveillon de turistas nacionais”.

 

E o texto, sem rodeios, aponta como diagnóstico para a quebra do tradicional fluxo nessa época do ano, a “rejeição total ao ambiente de insegurança e de falta de ordem pública que ora prevalece no Estado do Rio de Janeiro”. O pessoal está preferindo ir para Salvador, Recife e mesmo, São Paulo. O Rio está inseguro e espantando seus visitantes.

 

 

O essencial livro A República das Milícias, do jornalista e pesquisador Bruno Paes Manso mostra com clareza e dados, as origens do atual momento de degradação que vivemos no estado do Rio. Como o aparelho oficial de segurança foi sendo contaminado até as forças do submundo tomarem as rédeas de parte do cenário institucional. 

 

Alquéres acredita que, para superarmos o desencanto e a falta de esperança que contagiam boa parte da população, é necessário elegermos políticos que realmente demonstrem espírito público e não os mesmos desclassificados e decadentes morais como vem acontecendo nas últimas eleições. Para isso, diz ele, é necessário, como ocorreu em outras partes do mundo em circunstâncias parecidas, que as reais lideranças dos mais variados segmentos sociais se articulem para que o espaço político seja recuperado. E ano que vem temos eleições municipais. A hora é já!

 

Seu argumento de que não basta colocar a polícia na rua, é correto, a meu ver. E Bruno Paes Manso relembra um fato que fortalece a tese do nosso articulista. A situação já estava bem complicada e, no dia 16 de fevereiro de 2018, a pedido do governador Luiz Fernando Pezão, Temer autorizou o general Walter Braga Netto interventor na segurança pública do estado.


No dia 14 de março, menos de um mês depois, a valorosa vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes foram assassinados depois de saírem em uma reunião na Lapa. Muitos entenderam que o crime foi, entre outros motivos, para deixar claro às Forças Armadas quem realmente manda na Segurança do estado. A morte de Marielle, apesar de ser ela uma agente pública e amplamente reconhecida, foi mais um caso a ir para a vala do esquecimento, como acontece diuturnamente com centenas de anônimos que somente são lembrados como números de estatísticas.      

 

O medo que parece emanar do Rio é bem real. E não apenas para turistas de outros estados. Eu moro em Resende há três décadas, mas vivi no Rio a maior parte da minha vida e achava esse medo algo exagerado. Folclórico, até. Hoje conheço pessoas que dizem tremer só de ver o ônibus que faz a linha Resende-Rio.

 

 

Bem, é isso aí. Até a próxima, meu caro Paul e que bom que você se apresentou até num clube de Choro. Sua despedida no Rio foi maravilhosa. Você gosta da cidade, como eu, e como o grande Carlos Lyra que a cantou muitas vezes. Paul não entenderia o estado de espírito de quarta-feira de cinzas em que nos mergulharam. Mas ele fez o certo. Ele cantou.  

 

“Acabou nosso carnaval, ninguém ouve cantar cançõesNinguém passa mais brincando felizE nos corações saudades e cinzas foi o que restou

Pelas ruas o que se vê é uma gente que nem se vêQue nem se sorri, se beija e se abraçaE sai caminhando, dançandoE cantando cantigas de amor

E, no entanto, é preciso cantarMais que nunca é preciso cantarÉ preciso cantar e alegrar a cidade (...)” (Marcha da quarta-feira de cinzas – Carlinhos Lyra/Vinícius de Moraes)



 

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