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Tributo a Sebastião Salgado

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Raymond Aron, no seu livro Paz e Guerra entre as Nações, afirma que os quadros revelam mais sobre o retratado do que uma mera fotografia. Isso porque a câmera só capta aquilo que “pode ser visto pelo olho nu”, enquanto o pintor, ao conviver com seu modelo durante as sessões, consegue capturar nuances de sua personalidade, revelar “a essência humana da pessoa que serve como modelo”(ARON, 2002, p.49)[1].


Quando vemos a beleza altiva dos aristocratas retratados por Van Dyke — mediante a técnica de colocar a figura numa perspectiva mais elevada, artifício empregado igualmente por John Singer Sargent nos quadros dos nouveaux riches americanos — ou a melancolia dos autorretratos de Rembrandt, nossa tendência é concordar com Aron.


A verdade é que, num livro ostentando tal título, o autor não pretendia discutir as artes visuais, mas fazer referência a uma outra forma de arte... a de analisar as relações internacionais. Comparava a abordagem puramente factual da política internacional a uma fotografia que não revela muito da realidade, e propunha uma interpretação dos conflitos dentro de um horizonte intelectual mais vasto.


Creio, contudo, que Aron fez essa comparação entre pintura e fotografia porque não teve o privilégio de conhecer a obra de Sebastião Salgado, o ilustre fotógrafo brasileiro que nos deixou em maio de 2025.


A primeira vez que vi uma fotografia de Salgado, eu tinha uns vinte e poucos anos. Tratava-se de uma foto que se tornou icônica: a de garimpeiros em Serra Pelada. Como não se deixar impactar por aquele formigueiro humano — corpos seminus fundidos contra a terra, num local que mais parecia o inferno de Dante do que uma mina a céu aberto? Depois disso, as imagens de Salgado nunca deixaram de me impressionar, seja pela crítica social implícita, seja pelo uso estético que faz da crueza.


Creio que a principal mensagem que Salgado nos legou é a de que é possível fazer política com um aparelho fotográfico na mão.



(1) Aron, Raymond. Paz e Guerra entre as nações. São Paulo: Editora Universidade de Brasilia, 2002. 

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