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Semana dedicada às Mulheres da Economia Criativa

Lugar de mulher é na política audiovisual




Em meados dos anos 1920, a jovem Maria Gomes Pereira procurou o Ministério da Fazenda para pedir um emprego de datilógrafa. Ela usou como recurso o parentesco de sobrinha com o então Ministro da Marinha, Almirante Gomes Pereira, que nada sabia sobre aquele pedido. Dona Maria, como minha bisavó era chamada, conquistou então o posto de primeira mulher servidora pública no Ministério da Fazenda.


Cerca de 100 anos depois, muita coisa mudou. O serviço público, cuja famosa política do “quem indica” era a regra, criou um sistema mais transparente e menos pessoal de seleção, os concursos públicos. Mesmo assim, existe uma quantidade expressiva de postos e cargos de confiança que comumente são ocupados por indicações políticas, cujo maior perfil como sabemos são homens brancos.


No mercado audiovisual não é diferente. Em 2018 a ANCINE (Agência Nacional do Cinema), sob o comando da então Diretora Debora Ivanov, realizou um mapeamento pioneiro para entender de que forma a representatividade de gênero estava presente nos conteúdos audiovisuais produzidos. Os resultados falaram por si, expondo uma triste situação de desequilíbrio e desigualdade.


Dentre alguns recortes realizados, o estudo apontou que no período de 2014 a 2018 o percentual de títulos lançados em salas comerciais de cinema e dirigidos por mulheres ficou entre 10% e 22%. No mesmo período, os filmes roteirizados por mulheres representaram de 11% a 22%. Já no campo da produção executiva, esse percentual variou de 40% a 52%.


Como se pode observar, a representatividade feminina no audiovisual (ao menos no segmento da produção cinematográfica) está muito mais focada na execução e gestão dos projetos, do que no desenvolvimento criativo. Isso, por sua vez, possui um impacto em escala em todo o processo, desde a elaboração do roteiro, passando pela escolha do elenco e da equipe, a proposição de soluções criativas etc.


 

Playlist Essas Cantoras Maravilhosas / Spotify

 

Para transformar este cenário, é fundamental contar com uma representatividade maior das mulheres em cargos de liderança nas instituições, sindicatos e associações do audiovisual. A tradição de um mercado construído majoritariamente por homens brancos possui reflexo visível nos filmes, séries, e em todo o conteúdo audiovisual produzido no país, o que por sua vez possui grande influência na construção das identidades e do olhar de quem consome estes conteúdos.


Ao abrir espaços de liderança não só para mulheres, como também para outras representatividades importantes como pessoas negras, indígenas e LGBTQ+, criam-se condições que favorecem o desenvolvimento de políticas que contemplem diferentes vozes nos conteúdos audiovisuais.


Neste sentido, um case interessante que pode inspirar outras instituições é o da Spcine, empresa de cinema e audiovisual de São Paulo. Liderada por uma diretora-presidente mulher, a cineasta Laís Bodanzky, a Spcine criou no ano de 2019 uma Política Afirmativa com diversas ações para ampliar a participação de mulheres cis, pessoas transgênero e pessoas negras no audiovisual de forma ampla. O resultado destas medidas começou a aparecer em 2020. Segundo o site da empresa, o edital produção start money de ficção, animação e documentário contemplou 62,5% de proponentes mulheres e 12,5% de proponentes com quadro societário negro. Já o edital de baixo orçamento contemplou 75% de diretoras e 25% de empresas de quadro societário negro.


Exemplos como este apontam como a presença de mulheres à frente de instituições pode ter impacto direto no perfil dos projetos contemplados e produzidos a partir de políticas públicas assertivas e inclusivas, como os editais.


A proposição de uma pauta que contemple a representatividade em diferentes escalas conduz a metas e ações estruturantes de médio e longo prazos, com chances de transformar de forma positiva um histórico de desequilíbrio e desigualdade de gênero. É necessário, no entanto, ir além da criação de editais, contemplando um leque mais amplo de ações tais como formação, incentivo à participação em eventos, inserção de jovens no mercado de trabalho, e investimento em projetos que abracem questões de gênero, raça e território.


Além de instituições públicas como Spcine, RioFilme, Ancine e SAv, dentre outras, é fundamental que essa participação seja estendida também aos Sindicatos e Associações, um processo que já vemos acontecer. Estas entidades influenciam significativamente tanto as políticas quanto os players do setor, contribuindo para diversificar o olhar e tornar os conteúdos mais representativos. Entidades como APRO (Marianna Souza), ABC (Tide Borges), Abragames (Eliana Russi), e Sindcine (Sonia Santana) contam em suas atuais gestões com mulheres nos cargos de presidência e direção.


Ao mesmo tempo, empresas do setor privado também têm investido em políticas mais inclusivas que contemplem diferentes representatividades. Em fevereiro deste ano a Netflix anunciou um fundo de 100 milhões de dólares para incentivar conteúdos que gerem um legado de diversidade e inclusão no entretenimento. Tais políticas não possuem impacto positivo apenas na questão social, mas também na geração de receitas e no desenvolvimento econômico, atendendo à demanda de consumo existente por este tipo de conteúdo.


Finalmente, não podemos deixar de lembrar e honrar as mulheres que tiveram papel fundamental para que enfrentássemos tantos desafios e chegássemos onde estamos hoje. A exemplo da Dona Maria, citada no início do artigo, que há 100 anos rompeu paradigmas e preconceitos ao se tornar uma das primeiras mulheres no Brasil a ingressar no serviço público. Que este e outros exemplos sirvam para seguir inspirando, motivando, e encorajando as mulheres a ocuparem um espaço de liderança tanto no setor público quanto no privado, e em diversas frentes, da criação à gestão.


 

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