Perspectivas para 2022
Tendo uma certa prática em fazer previsões sobre o futuro, a partir de procurar encadear uma série de suposições racionais sobre o que poderá ocorrer dentro da ordem natural das coisas. Ser pouco criativo é apostar na continuidade das tendências atuais.
Apesar de estar escrevendo para a Criativos!, me atrevo a listar o que parece ser um cenário possível, sinistro, baseado na falta de criatividade, no que se chama: mais do mesmo. . Num próximo artigo podemos tentar formular um cenário alternativo. Até lá...pensem. Criem. Sem criar coisas novas o futuro parece dificil demais.
Os economistas após identificarem a progressiva perda de confiança geral na equipe econômica, em boa parte até seus membros já debandaram, ao que se somam dificuldades conjunturais acentuadas pelos efeitos da gestão caótica da pandemia do COVID. estão pessimistas. Pensam que após ter caído 14% em 2021 a Bolsa, apesar de barata, não deve reagir , pelo menos até se definir o quadro eleitoral em outubro de 2022. Por que isso ? Porque a situação de inflação crescente e a falta de confiança na gestão fiscal deverá levar a taxa de juros ao nível de uns 12 a 15 por cento ao ano. Já está perto de 9 % ao ano.
O ambiente político será tudo, menos calmo, como já vimos . Com terceira via ou não serão campanhas eleitorais radicais e surpreendentes mesmo para quem assistiu o dólar subir de 2,00 reais para 4,00 reais em poucos meses, ao longo da primeira campanha que elegeu Lula. Depois caiu, é verdade, com Palocci , Meirelles e muito juízo, ao menos no começo . Hoje, pelo visto, se a equipe economica de Lula substituir a de Paulo Guedes, pode ocorrer o oposto no primeiro momento. Sic transit gloria mundi.
De qualquer forma, 2022 será um ano de juros altos e de extrema cautela em novos investimentos. Eventualmente pode ocorrer uma ou outra privatização com gringos comprando ativos baratos face à taxa de câmbio favorável a eles, e a tentativa desesperada do Governo querer dar impress]ao que é reformista. Mas reformas política, tributária e nada que mexa com interesses patrimonialistas encontrará receptividade no Congresso.
O Auxilio-Brasil ou o novo Bolsa- Família pode realmente ser estendido ao longo do ano , difícil aliás que não seja, pois a economia, em termos de investimentos novos- públicos ou privados- não estará reagindo. Com o altíssimo desemprego se mantendo não há mesmo como suspender o benefício.
Configura-se no campeonato político uma disputa entre quem fará promessas mais ousadas. O povo ainda nao chegou no grau de desespero de querer a volta de arautos do liberalismo e da austeridade, que, diga-se de passagem, terão sua oportunidade garantida quando aprenderem a fazer política e entenderem que o Brasil não é a Faria Lima.
Pode-se esperar algo de bom em algum campo? Creio que sim. No campo do que é novo, da criatividade e da tecnologia para a construção de um ambiente de vida sustentável e tecnologicamente mais avançado.
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Mas antes disso continuaremos assistindo a degradação do aparelho repressor a ilícitos, o chamado monopólio da violência legal, aliando-se a esquemas criminosos. Ministros, como este do Meio Ambiente, omitirão informações importantes, quando desfavoráveis ao Governo, como fez agora em Glasgow. trazendo mais desprestígio para todos nós.
Como bom ano eleitoral, todas tendências negativas serão combatidas pela maior profusão de fake-news jamais vista, ensejando inclusive as mais mirabolantes promessas.
Um quadro muito triste.
Há remédio? Sim. Começarmos a votar bem em deputados e senadores. Em pessoas honestas, idealistas e vividas. Que tenham bons hábitos nas suas vidas pessoais. Tolerantes com a diversidade . Implacáveis em relação ao ilícito. É por aí que o esforço de reconstrução tem que começar. Senão só restará fazer a crônica da destruição de uma cidade e de um país.
Musica!
Instrumental.
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