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Mercados do Futuro: Desafios da Exclusão Digital no Brasil



Quando projetamos o futuro, vislumbramos não apenas avanços tecnológicos, mas também transformações profundas em nossas vidas, trabalho e interações sociais. Essa mudança transcende a esfera digital e permeia todas as dimensões do nosso cotidiano, desde práticas ambientais até a estrutura social e nosso entretenimento. Estamos diante de uma metamorfose que abarca todos os aspectos de nossa existência. Nesse contexto, os mercados emergentes, representados pelos segmentos 4.0, 5.0 e 6.0, delineiam a direção para a qual nos dirigimos - um mundo mais interconectado, personalizado e sustentável. Contudo, para que o Brasil possa capitalizar essas oportunidades, é imprescindível enfrentar o desafio da exclusão digital, que marginaliza muitos brasileiros da economia digital.


A história da humanidade é pontuada por revoluções, e a revolução industrial, sem dúvida, se destaca como uma das mais impactantes. Desde a mecanização impulsionada pelo vapor na Primeira Revolução (1760-1840), passando pela produção em massa e eletrificação na Segunda (1870-1914), até a automação e informática da Terceira (1960-2000), cada fase representou um salto exponencial na capacidade produtiva e na dinâmica social das sociedades.


Atualmente, nos encontramos na chamada Quarta Revolução Industrial (2000-presente), também conhecida como Indústria 4.0, na qual a inteligência artificial, a internet das coisas, a robótica e a impressão 3D convergem para criar um mundo hiperconectado e automatizado, onde a produção se torna mais flexível, personalizada e eficiente.


Músoca Eletronica Brasil, na Cedro Rosa / Youtube.


Na esteira dessa Quarta Revolução Industrial, emerge o Mercado 4.0 como um símbolo da hiperconexão e automação, oferecendo oportunidades de transformação em setores-chave como a manufatura, internet das coisas (IoT) e também a agricultura. Entretanto, no Brasil, a implementação desse fluxo inovador enfrenta obstáculos significativos, especialmente em áreas rurais. A precária infraestrutura digital e o acesso limitado à internet nessas regiões criam desafios adicionais para os agricultores, que, de modo geral, ainda possuem menor familiaridade e capacitação com as tecnologias digitais. Paralelamente, nas áreas urbanas, a transição do setor secundário com lojas físicas inteligentes ainda é uma realidade distante para a maioria da população.


À medida que avançamos para o Mercado 5.0, com seu foco na experiência do cliente, torna-se evidente que o Brasil precisa superar tais desafios para abraçar plenamente essa nova era. A maioria dos brasileiros carece de acesso a tecnologias como realidade virtual e aumentada, essenciais para proporcionar experiências personalizadas de compra e consumo.


A desigualdade no acesso à internet, combinada com a falta de conhecimento sobre o uso dessas tecnologias, assim como a resistência cultural à sua adoção, são obstáculos a serem superados. Nesse sentido, é essencial garantir que o país não apenas acompanhe, mas lidere uma evolução rumo à personalização e conectividade, promovendo a inclusão digital eficaz e abrangente em todo o seu território.


Embora a pandemia tenha impulsionado a conectividade, a exclusão digital persiste no país, com 24% dos lares brasileiros ainda sem acesso à internet em 2023, segundo dados do IBGE. Nas áreas rurais, essa lacuna é ainda mais pronunciada, com 56% dos domicílios sem acesso, revelando disparidades regionais significativas. A concentração de renda também desempenha um papel indiscutível nessa exclusão digital, com 29% das pessoas das classes D e E sem acesso à internet em 2022, apesar de uma ligeira redução em comparação com anos anteriores. Garantir a inclusão digital de toda a população continua sendo um desafio crucial. De acordo com pesquisa da Febraban em parceria com a PwC Brasil, apenas 55% dos brasileiros utilizavam serviços bancários online em 2023, destacando a necessidade de avanços significativos nessa área. Para que o Brasil possa aproveitar as oportunidades da transformação digital, é necessário democratizar o acesso à internet e às novas tecnologias, especialmente para as populações mais pobres e marginalizadas.


Apesar dos obstáculos significativos ainda presentes no cenário da exclusão digital, o Brasil deve voltar sua atenção para as oportunidades futuras oferecidas pelo Mercado 6.0, que demanda esforços para a superação de desafios e a promoção de um desenvolvimento mais inclusivo e sustentável. A falta de infraestrutura digital dificulta a adoção de tecnologias como inteligência artificial ambiental e blockchain para rastreabilidade. Infelizmente, dados revelam que o Brasil investe apenas 0,5% do PIB em pesquisa e desenvolvimento (UNESCO, 2022. Por consequência, biotecnologia, que tem o potencial de revolucionar a agricultura brasileira, ainda é pouco utilizada devido à falta de investimentos em pesquisa e desenvolvimento. É imprescindível que o Brasil se una em esforços concertados para capitalizar as potencialidades do Mercado 6.0, promovendo assim um desenvolvimento mais abrangente e adaptável às demandas do mundo contemporâneo. Isso implica em um esforço conjunto do governo, do setor privado e da sociedade civil para superar os desafios da exclusão digital e da desigualdade social, garantindo que todos os segmentos da população possam participar igualmente dos benefícios dessa nova era de tecnologias.


O Papel das Telecomunicações na Redução da Exclusão Digital - As telecomunicações desempenham um papel preponderante na sustentação dos avanços nos mercados 4.0, 5.0 e 6.0. No Brasil, a expansão das redes de 4G e a implementação do 5G são instrumentos para reduzir a exclusão digital e democratizar o acesso à internet. Todavia, o alto custo dos serviços de telecomunicações ainda é um obstáculo para milhões de pessoas, sendo necessário que o governo e as empresas de telecomunicações trabalhem juntas para tornar a internet mais acessível para todos.


O novo mercado de trabalho, marcado pela automação e pela necessidade de habilidades digitais, exige investimentos que impulsionem tanto habilidades técnicas (hardskills) quanto socioemocionais e de trabalho em equipe (softskills). O estímulo ao empreendedorismo, especialmente em áreas como tecnologia e economia criativa, abre portas para a criação de novos negócios, gerando renda e oportunidades de emprego. A cultura de inovação deve ser incentivada, com o apoio a startups e incubadoras de empresas, promovendo um ambiente propício ao florescimento de ideias. Preparar-se para o futuro do trabalho requer educação de qualidade e inclusão digital, capazes de garantir uma transição suave e reforçar a competitividade internacional.


Rumo a este horizonte desejável, os mercados 4.0, 5.0 e 6.0 representam etapas em nossa jornada para um Brasil mais conectado e promissor. Através da união de esforços e da construção de pontes entre os diferentes setores de nossa sociedade, o Brasil tem o potencial de se tornar um líder na era digital e garantir que seus cidadãos sejam os protagonistas da transformação que se anuncia. Somente com um compromisso coletivo de inclusão, sustentabilidade e investimento em infraestrutura digital, educação e qualificação profissional, o Brasil pode superar a exclusão digital e construir um futuro mais próspero e inclusivo para todos, garantindo que nenhum brasileiro seja deixado para trás.



 

A Economia Criativa, Cultura e Tecnologia desempenham papéis essenciais no desenvolvimento das cidades e da economia local, promovendo emprego,

renda e inclusão social.



A Cedro Rosa Digital , fundada pelo produtor e compositor Tuninho Galante, é uma plataforma que exemplifica essa sinergia. Ela certifica e distribui internacionalmente obras e gravações, gerando direitos autorais para compositores independentes em todo o mundo.


A plataforma não apenas impulsiona a carreira desses artistas, mas também fomenta a conexão entre diferentes segmentos, como música, literatura, design, cinema, inteligência artificial, gastronomia e agricultura orgânica.



Essa interconexão fortalece a economia local ao criar um ecossistema vibrante e sustentável. Para acessar a plataforma Cedro Rosa Digital, os interessados podem se inscrever através do seu site oficial.

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