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“JOÃO GILBERTO NO MARACANÃ ! “ ou“ ABAIXO A EXCLUSÃO.

Não consegui decidir qual o título mais adequado. Se....


“JOÃO GILBERTO NO MARACANÃ ! ou“ ABAIXO A EXCLUSÃO !

Carlos Alberto Afonso para CRIATIVOS EM 7 DE Junho de 2021.





E no dia em que eu me descobri com PLENA CONSCIÊNCIA VOCACIONAL, neste dia, eu disse prá mim mesmo : “ JÁ SEI O QUE DEVO FAZER PARA SOBREVIVER !!!! “ E senti felicidade sem limites pela descoberta, em si. E, a partir de então, eu segui praticando o esporte de minha paixão – o futebol ; eu continuei indo ao Teatro com frequência ; eu segui ouvindo música, de preferência, sem parar. Estas e outras coisas que eu adorava fazer.... continuei fazendo. Mas já sabia direitinho para qual segmento da ROTINA PRODUTIVA eu estava vocacionado. Aliás, minha primeiríssima espirrada conceitual para responder “ o que é vocação “ foi exatamente esta : a disposição de atividade produtiva cuja rotina você encara com absoluta tranquilidade (e, mesmo, prazer). E não descansa jamais, porque, na maior parte do tempo, ou está praticando ou pensando nela.


EU QUERO ENSINAR. Pronto. Só restava um desdobramento para teorizar e ser útil ao outro : respondendo prá si mesmo e, depois, expondo para o outro sobre... “ como foi que você descobriu ? “. Simples (e não vejo um segundo caminho alternativo para a consciência vocacional) : é indispensável haver SINTONIA entre aquela linguagem que está escondida no peito em estado de inconsciência e aquela linguagem da atividade produtiva com que se está em contato. Ou seja : o contato entre as linguagens é fundamental, pois é ele – o contato – que vai ligar o despertador através da sintonia gerada.


Meu vizinho descobriu que era médico vocacionado e o outro, que era engenheiro vocacionado, e um outro, advogado vocacionado. Todos descobriram suas respectivas vocações porque tiveram contatos diretos com suas respectivas linguagens, dando, assim, oportunidade às REVELADORAS SINTONIAS. Minha sorte pessoal, por exemplo, foi o ensejo gerado pelo ensino de pré-vestibular, onde a necessidade de examinar-se conteúdos de 3 anos de 2º grau em apenas 1 ano, estimula o componente didático, levando-o a elevados graus de exposição da linguagem e, facilitando, assim, a excitação das sensibilidades.


Eu, por exemplo, adoro literatura, mas antes da própria literatura, eu me deparei com o ENSINO de literatura. Na verdade, eu amo ENSINAR e, por isso sou professor – perdão : PROFESSOR (rsrsrsr). E não demorou muito, percebi que assim como o assunto tem função instrumental, também o lugar em que ministramos tem função instrumental. E, um dia, a ficha caiu. E saquei que poderia ensinar numa sala-de-aula – onde se dá, principalmente, o ensino sistemático, e poderia, também, ensinar no salão de uma livraria ou, até mesmo, na rua. Alguns anos bem dedicados ao magistério profissional somados a alguns anos de informações degustadas na medida do interesse e somados ao apelo daquilo que mais me poderia sensibilizar – o social – .... pronto ! : ABAIXO A EXCLUSÃO !!!



Já estamos todos ‘carecas’ de considerar que ‘NÓS’ – TODOS NÓS – somos a coisa mais importante de NOSSA própria VIDA. E temos esperançosa convicção de que, em pouco tempo, para nossa cabeça, para nosso coração e, para nossas práticas, as “NOSSAS VIDAS” compreenderão não só TODA a humanidade, mas TODAS as demais VIDAS do planeta. E, agora, cumprido este aquecimentozinho, já podemos cansar menos as atenções amigas.


Sempre crédulo na eficácia didática das projeções, começo lembrando meu saudosíssimo e amantíssimo pai, que está invisível há quase 12 anos, embora cada vez mais presente. “ Carlos, meu filho, faça os cursos que você desejar, mas mantenha em primeiro plano a carreira diplomática, pois você nasceu para isso. “ – É claro que estou parafraseando.


O conteúdo é, entretanto, exatamente este. E eu embarquei na dele. Fiz muita coisa que gostaria de ter feito, incondicionalmente – é verdade. Mas também fiz muitas coisas com as quais, por minha vontade, eu não teria gasto mais do que as horas suficientes para confirmação do “...nada a ver !!! “. Houve, também, a figura do ‘atirar no que viu e acertar no que não viu’. E o curso de Direito é exemplo perfeito, em meu caso, pois, se há uma carreira importantíssima, belíssima, mas que eu jamais percorreria é a advocacia, pois, com franqueza assumidamente auto-depreciativa, eu não conseguiria atingir o grau de altruísmo de um advogado verdadeiramente vocacionado. Pronto. E esta é uma razão-alicerce dessa carreira. Entretanto, alguns dos momentos mais elevados de minha vida, eu os vivi, ali, naquele prédio – era rosa – da rua do Catete, onde funcionava a Faculdade de Direito da UEG (ainda éramos Estado da Guanabara). E isto expõe alguma contradição ?


ABSOLUTAMENTE !!! Minha carência, em relação à advocacia, era vocacional, pois do ponto-de-vista conceitual, cá entre nós, nenhum conhecimento é tão básico (base), tão fundamental (fundamentos e fundações) para sustentação da Sociedade – ou seja, para nós – como o conhecimento das – digamos – regras do convívio que se impõem como condição à vida e sobrevivência da Sociedade. E estas regrinhas promotoras do GRANDE PACTO são, em seu conjunto, o DIREITO : um Saber, portanto, fundamental. Entretanto, lado a lado, com esta estrutura cultural de nossas vidas, existe uma outra estrutura em harmoniosa sintonia: a estrutura biológica, para cuja manutenção básica, em alguma escala, a palavra-chave é PRODUÇÃO.



Ora, se eu tenho consciência de viver numa Sociedade pobre e desprovida de luzes sobre a produção mais adequada ao melhor proveito, vou buscar maneiras de contribuir para estimular as elevações quantitativa e qualitativa dos graus de aproveitamento. Por exemplo : temos dados objetivos suficientes para concluirmos sobre o papel da MÚSICA no quadro da PRODUÇÃO, em nossa Sociedade. Sabemos que, ao lado dos ESPORTES, a MÚSICA é destacada vocação brasileira para a produção. E sabemos, também, a dimensão dos contingentes de músicos potenciais nos segmentos mais populares da Sociedade.



Quais serão nossos DESAFIOS ? Primeiramente, procurar identificar os espaços físico-regionais em que podemos reunir nosso público-alvo : o potencial músico local. Achado o espaço, vamos pensar no segmento da linguagem MÚSICA, e utilizá-lo para, uma vez escolhido, partirmos para a geração do contato entre a MÚSICA (linguagem) e o POVO. Eu – e minha geração – gostamos muito da BOSSA NOVA, mas, nesta empreitada, eu jamais ousaria permitir a interferência de gostos, até porque, sobre todos e, até mesmo sobre o ENSINO, existe, em mim, um gosto muito maior, que é a EDUCAÇÃO – processo de articulação-integração homem-cultura. Este processo EDUCAÇÃO se vale, básica e fundamentalmente do instrumento chamado COMUNICAÇÃO, que, em nobre cômodo, manterá acolhido o ENSINO. E nós não vamos ENSINAR. Nós vamos promover o CONTATO para que sejam geradas as sintonias. Eu preciso da linguagem MÚSICA devidamente preparada para evitar ilusões que possam levar o público-alvo desta ação a confundir-se pelo prazer do divertimento proporcionado pela canção – que é o instrumento em que se materializa a MÚSICA - com a linguagem.







Vou usar a BOSSA NOVA, por ser ela, quase que, uma espécie de metalinguagem da própria MÚSICA. E sua universalidade – que não é aqui um conceito espacial físico – é propícia a abertura de inúmeros POSSÍVEIS musicais. O próprio fato de ter sido concebida, especialmente, para a execução de um único ritmo – o samba – salvo pela variação de velocidades, dificilmente ocupará o lugar ilusório de terapia pelo divertimento, que deixaria, em plano secundário, a MÚSICA em si.


No dia 14 de Fevereiro do ano 2000, reunimo-nos, como de hábito, na Calçada da Toca do Vinicius, para uma ‘celebração’: no caso, o aniversário de nascimento do Músico, Instrumentista e Compositor NEWTON MENDONÇA. E lá estavam conosco os brilhantes amigos da TURMA DA BOSSA: o saudoso Gustavo Rocha, Juli Mariano, Júlio Carvana, Oswaldo Lafayette e Makarra estavam como que trazendo o próprio homenageado através de suas canções. Durante o evento, com a rua literalmente lotada, eu lembrei a todos os presentes que, no ano seguinte, 2001, o grande IDEALIZADOR, FORMULADOR, PROPONENTE e EXECUTOR da BOSSA NOVA – JOÃO GILBERTO – estaria completando 70 anos no dia 10 de Junho.


O silêncio era quase-que sepulcral, tal a atenção das muitas pessoas ali presentes. Havia clima perfeito para o lançamento do DESAFIO : “ AMIGOS, eu acabo de pronunciar o nome de JOÃO GILBERTO e a reação de vocês foi imediata com uma verdadeira ovação. Por isso, a oportunidade não poderia ser melhor para eu perguntar : - será que nós obteríamos reação, ao menos parecida, em todos os outros demais bairros da Cidade ?” Resposta uníssona : “NÃO !!!” . Retomei : “Vocês acham justo que um brasileiro notável no mundo inteiro, nascido num Estado famoso, como a Bahia, morador, por opção, aqui ao lado, no Leblon, no Rio de Janeiro... não seja minimamente conhecido pelo povo em geral, e totalmente desconhecido nos segmentos mais populares de nossa Sociedade ? – “NÃO !!!” - novamente uníssonos. VOCÊS PODEM IMAGINAR QUANTOS MÚSICOS BRASILEIROS - QUE AINDA NÃO DESCOBRIRAM QUE SÃO MÚSICOS - ACORDARIAM PARA SUA VOCAÇÃO DESPERTADOS PELA VOZ E VIOLÃO DE JOÃO GILBERTO ? E ESTES MÚSICOS SERIAM ATRAÍDOS PARA A PRODUÇÃO NÃO APENAS PELO PRAZER ESTÉTICO, MAS PELA SOBREVIVÊNCIA DIGNA. !!! “AMIGOS, EM ALGUMAS SEMANAS APRESENTAREI UM PROJETO CHAMADO ‘A MÚSICA DO RIO NA ESCOLA’ para o 1º semestre do próximo ano letivo, quando, através de seminários, poderemos interessar o assunto aos nossos profissionais de EDUCAÇÃO. E VOU PROPOR QUE, NO DIA 10 DE JUNHO DE 2001, NOSSAS CRIANÇAS DAS ESCOLAS PÚBLICAS LEVEM SEUS PAIS E VIZINHOS AO MARACANÃ, DE GRAÇA, PARA PARTICIPAREM DA CELEBRAÇÃO DOS SEUS 70 ANOS, CONHECEREM, OUVIREM TOCAR E CANTAR JOÃO GILBERTO !!!


Inesquecível este momento. Na semana seguinte, o Prefeito da Cidade – era Cesar Maia - me apresentou à excelente Secretária Municipal de Educação –Professora Sonia Mograbi - a quem apresentei o Projeto de 3 seminários preparatórios das Escolas para aquele momento. A UNISUAM nos cedeu seu auditório, onde reunimos um contingente de quase 500 Professores, todos engajados, tudo, rigorosamente, conforme o programado. Fui ao Projac e apresentei o Projeto ao velho – e, hoje, saudoso amigo Roberto Talma, que na medida em que eu expunha, se emocionava. E ao final me disse : “ Carlinhos, a barra aqui na Globo anda um pouquinho pesada, mas isso é tão lindo que eu vou levar e te dou retorno “. Dias mais tarde, o ótima praça Roberto Talma, conforme prometera, me ligou e deu a notícia de que, infelizmente, não seria possível para a TV Globo.


Nós cumprimos toda a programação pedagógica e cantamos parabéns pro João na Calçada da TOCA. Isto foi em 10 de Junho de 2001, há 20 anos passados.


Neste próximo 10 de JUNHO, JOÃO GILBERTO completará 90 anos. Meu perpétuo e saudoso Mestre e inspirador José Maria de Souza Dantas completará 85 anos e o grande Luis Vaz de Camões será lembrado pelo aniversário de partida.


Na última visita que me fez lá na TOCA do VINICIUS, MARIA DO CÉU, esposa de JOÃO GILBERTO, durante nosso papinho, lembrou disso tudo comigo, só que de um outro ângulo, é claro. Li, para ela, meu poema ‘Cosmogonia da Bossa’, e comoveu-me sua emoção ao ouví-lo, após o quê, me pediu que anotasse o celular de João, recomendando que eu ligasse para ele. Este oferecimento de Maria do Céu me provocou uma grande felicidade, mas eu não cometi a indiscrição jamais.


Hoje, eu o aproveito aqui publicado, bem como uma foto em que recebia a Secretária de Educação Professora Sonia Mograbi em nosso seminário na Unisuam, com vistas à CELEBRAÇÃO da MÚSICA DO RIO NA ESCOLA – que foi um grande êxito nos 70 anos de JOÃO GILBERTO em 2001. A alma daquela idéia segue tão viva quanto o sempre celebrado JOÃO GILBERTO : Portanto, AMIGOS, cada qual em seu lugar, vamos agora e juntos pensar : ABAIXO A EXCLUSÃO !!!


Carlos Alberto Afonso, para CRIATIVOS, em 7 de Junho de 2021.


Em tempo : com 1 ano de antecedência, eu fiz a reserva do Maracanã.


 

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