Fluxos de Vida e Arte: Japan House São Paulo Abre Exposição Sobre a Essencial Relação do Japão com a Água
- Redação
- há 6 minutos
- 3 min de leitura

De infraestrutura a rituais xintoístas, a mostra "Fluxos – o Japão e a água" explora a importância histórica, tecnológica e espiritual do elemento vital em um país insular.
A relação milenar do Japão com a água, um recurso que molda sua geografia, espiritualidade e tecnologia, é o tema central da nova exposição na Japan House São Paulo (JHSP). Intitulada “Fluxos – o Japão e a água”, a mostra convida o público a mergulhar nas múltiplas perspectivas desse elemento essencial para o país insular.
Com entrada gratuita, a exposição fica em cartaz de 21 de outubro de 2025 a 1º de fevereiro de 2026 na Avenida Paulista.
A Água Além da Sobrevivência
No Japão, a água é mais do que nutrição; é um pilar da formação social, espiritual e econômica. A curadoria, assinada por Natasha Barzaghi Geenen, Diretora Cultural da JHSP, organizou a mostra em diferentes eixos temáticos:
Infraestrutura e Tecnologia: O país é mestre em gerenciar seus recursos hídricos. Um destaque é o projeto do Canal Subterrâneo de Escoamento da Área Metropolitana de Tóquio, uma das maiores estruturas subterrâneas de desvio de inundações do mundo, vital para proteger a cidade em épocas de chuvas intensas e tufões.
Composição e Meio Ambiente: A exposição também aborda a alta qualidade e o valor nutritivo das águas do Japão, mencionando as ricas águas termais, cada uma com propriedades minerais distintas.
Espiritualidade e Rituais: A água é central em diversas tradições, como o Uchimizu (espalhar água em ruas e jardins para higiene e contemplação), o Temizu (purificação das mãos e boca na entrada de templos) e o Takigyō (meditação sob cachoeiras para fortalecer o corpo e a mente, um treinamento budista milenar).
Arte e Poesia Submersa
A mostra utiliza a própria expografia – um ambiente de formas arredondadas, texturas e luz que simula o movimento da água – para conduzir o visitante. Três obras de arte contemporâneas e históricas reforçam a profundidade dessa relação:
Hiroshige Utagawa (1857): Uma gravura ukiyo-e ("imagem do mundo flutuante") do acervo do Instituto Moreira Salles (IMS) mostra o Lago Kawaguchi, ilustrando o cotidiano e as paisagens da antiga Edo.
Tomoko Sauvage – “Buloklok”: Uma instalação que recria a ideia de uma clepsidra (relógio de água), usando hidrofones para captar e expandir sonoramente o movimento das bolhas em um aquário, refletindo sobre a fluidez da temporalidade e o ritmo da vida.
Shiori Watanabe – “Sans room”: Uma instalação de ecossistema artificial que utiliza o cultivo hidropônico de arroz conectado por tanques, propondo uma reflexão sobre espaços vazios que, na verdade, concentram microvidas.
A curadora Natasha Geenen explica que o tema é especialmente relevante diante de eventos como a COP30. "Nossa ideia é estender essas discussões, apresentando hábitos e soluções que o Japão tem encontrado para gerenciar recursos hídricos há anos. Esperamos que esta mostra seja um convite à reflexão e à contemplação”, afirmou.
Ao longo do período, a JHSP também promoverá uma agenda paralela de palestras, seminários e oficinas relacionadas às temáticas hídricas. A exposição ainda integra o programa JHSP Acessível, com recursos táteis, audiodescrição e vídeos em Libras.
Serviço
Exposição: “Fluxos – o Japão e a água”
Período: 21 de outubro de 2025 a 1º de fevereiro de 2026
Local: Japan House São Paulo, térreo – Av. Paulista, 52 - São Paulo/SP
Horário: Terça a sexta, das 10h às 18h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 19h.
Entrada: Gratuita. Reservas online antecipadas (opcionais) no [site oficial].
Quer ficar por dentro do mundo da Cultura e Economia Criativa? Leia mais .