top of page
criativos 2022.png

DUAS GAZAS


A palavra seca na garganta

Não vem à voz

A escrita parece sangue

No chão da festa junina

– Mais um assassinato na favela.


No solo do que resta de Gaza

Nenhum poema resiste

À soma contínua de arbítrio

E tiro e mísseis e fome e morte

A poesia simplesmente

Não quer nascer.


Forçada a poesia

Nasce monstruosa

Sem ritmo cardíaco

Sem símbolos elegantes

Sem sinuosas sonoridades

O que surge neste tempo sujo

Vem tosco, roto, fardo;

Aborto.




Comments


+ Confira também

Destaques

Essa Semana

bottom of page