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Alzheimer


Alguma coisa não estava certa naquela manhã de 27 de junho.


Ela nunca esquecia um aniversário, alguma coisa deve ter acontecido para ela não ligar para primogênito de seu afilhado.

Era sempre da mesma forma, logo após o “alô” começava o parabéns a você, sempre com aquela voz fininha, por vezes irritante, e com direito a música inteira...


“Você precisa ir ver sua madrinha!”

Vou ligar mais tarde.

“Não, você precisa ir até lá.”

Tá bom eu vou!


Ela nunca se casou, não teve filhos, seu maior amor era seu afilhado número 1, o primeiro, que aconteceu por causa da amizade com sua mãe, que lhe prometeu “dar” seu primeiro filho para ela batizar.


Ela fazia de tudo por ele, mas como ele odiava ser chamado por seu nome composto... será que dá pra me chamar só pelo meu primeiro nome?


Que ironia, hoje ele é conhecido por seu nome composto, e ele até que gosta.

Chegando a casa dela ele teve certeza, alguma coisa não estava certa.

O esquecimento não se limitava apenas as datas, ela já não se lembrava mais de comer, de tomar banho, o tempo para ela era totalmente diferente em seu cantinho, era assim que ela se referia a sua casa.


Uma casa pequena, modesta, mas que era capaz de acomodar muita gente, e ela adorava isso.

Cuidar a distância se tornou inviável e ele decidiu levá-la para sua casa.

Na sala de jantar improvisou um quarto, e a sala de estar passou a ser duas salas, tudo bem, aqui ela será bem cuidada.


A primeira crise mostrou como ele não estava preparado para aquela mudança, aliás a mudança dela fez tudo se agravar, e realmente ninguém ali estava preparado para aquela situação que só piorava cada dia.

Impaciência, medo, cansaço, vontade de gritar, de sair correndo a cada nova crise.

24, 36, 48, 50 horas ligada, a sensação era que a qualquer momento ela iria explodir.

Crise auditiva, visual, a sensação era que a qualquer momento ele fosse explodir.

Ele precisava de ajuda... e teve.


Não estava preparado para dar banho, alimentar, limpar, enfim, como ele é grato pela ajuda que recebeu.

O tempo passando e o diagnóstico veio... ALZHEIMER...

Ele compreendeu então tudo que acontecia.

A mulher forte que já tinha mais de 40 anos quando ele nasceu estava cada vez mais distante da realidade.


As vezes se lembrava dele, outras vezes não, as vezes achava que ele ainda era uma criança, outras achava que ele fosse seu irmão.

A memória recente perdida, a antiga mais preservada.


E foram assim seus últimos anos, vivendo em seu mundo sem a menor noção do que acontecia a sua volta, até que em uma bela manhã, depois de alguns dias internada por causa de sua frequência cardíaca estar bem baixa, ela partiu, como costumava dizer.

Ela tinha pouco mais de 90 anos, mas deixou para ele uma lição jamais imaginada e que jamais será esquecida.


Por tanto tempo ele evitou se aproximar demais, principalmente depois de adulto, mas ela acabou possibilitando essa aproximação, com certeza não como ela gostaria, nem como ele imaginava, mas eles tiveram a oportunidade de passar juntos os últimos anos.

Será que agora ele está preparado?


Difícil responder, mas certamente ele não deseja passar por isso de novo, é muito triste ver quem você ama sendo consumido por uma doença assim, por isso faça agora, amanhã pode ser bem diferente.


Dedicado a minha querida madrinha Sueli de França (in memoriam).


Paulo Eduardo Ribeiro, do Canal Ponte Aérea, para CRIATIVOS!


 

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Sergio Schmid, do Canal Ponte Aérea, fala sobre o audiovisual brasileiro.



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