Alberto Cantalice e os caminhos de uma nova Utopia
- Redação

- 17 de set.
- 4 min de leitura

Alberto Cantalice lança nesta sexta-feira, na Livraria Da Vince, no Rio, seu livro Qual Socialismo? A busca incessante por uma nova utopia. Editora Hucitec. A livraria fica na Avenida Rio Branco, 185 - subsolo, Centro do Rio.
Alberto Cantalice nasceu em 1964, no início dos anos de chumbo. É formado em Direito e tem curso de formação de quadros no Instituto de Estudos Sociais, em Moscou, na antiga da União Soviética. Militou no Partido Comunista Brasileiro (PCB) até 1990, e participou representando o partido na juventude do MDB, quando da ilegalidade. Participou do movimento estudantil secundarista na cidade de Nova Iguaçu (RJ), de onde é originário, refundando a União Iguaçuana de Estudantes Secundaristas (UIES), extinta pela ditadura, atuou no movimento associativo urbano, no Movimento Amigos de Bairro (MAB) e na Federação das Associações de Moradores do Estado do Rio de Janeiro (FAMERJ).
Nesse período, no PCB, foi membro das direções de base e intermediárias. Por entender que estava esgotado o ciclo de partidos de quadros descolados da vida cotidiana do povo, entrou no Partido dos Trabalhadores (PT), em 1991. E nele, ocupou a presidência do Diretório Municipal de Nova Iguaçu (RJ), e, por dois mandatos, a presidência do Diretório Regional do Rio de Janeiro. É membro do Diretório Nacional do PT. Foi secretário de comunicação e vice-presidente do PT Nacional de 2013 a 2020. Atualmente é diretor de comunicação da Fundação Perseu Abramo (FPA), órgão do Partido dos Trabalhadores responsável pela formação política e produção de conhecimento. É também na FPA, um dos coordenadores do Núcleo de Apoio às Políticas Públicas (NAPP) de Segurança Pública, desde 2021.
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CRIATIVOS - Alberto, já muito jovem, você militava no Partidão (PCB), chegando a estudar na antiga União Soviética. Você nasceu em uma família politizada, certamente, e qual, ou quais foram suas inspirações ainda quando menino?
ALBERTO CANTALICE - A minha opção pelo PCB começou nas minhas idas à sede do antigo MDB, em Nova Iguaçu, em 1976 na campanha de Francisco Amaral para prefeito. No início a candidatura foi impugnada pelo juiz eleitoral, dizendo ser Chico apoiado por comunistas. Foi a primeira vez que ouvi diretamente essa palavra: comunista.
Antes já tinha ouvido esparsamente que o meu tio - já falecido - Arthur Cantalice teria sido preso em 1973, por vinculações com os comunistas. Foi a partir das reuniões do MDB que em contato com os velhos comunistas de Nova Iguaçu, que acabei me vinculando.
CRIATIVOS - O fim da União Soviética, motivou sua entrada no Partido dos Trabalhadores, em 1991, ou foi só uma coincidência, pois você já costurava a mudança, como disse, para um partido mais envolvido com a vida cotidiana do povo?
ALBERTO CANTALICE - O fim da União Soviética, o isolamento do PCB, e a proposta de criação do então PPS. Sem base orgânica e descolado do povo me fez buscar um caminho alternativo. Percebi que só com vínculos efetivos com as classes trabalhadoras, se poderia vislumbrar mudanças substantivas na política e na vida brasileira. Por isso a opção pelo Partido dos Trabalhadores.
CRIATIVOS - Sendo um dirigente destacado do PT, passando por várias instâncias importantes do partido mais consistente entre as agremiações progressistas do continente, como você vê comentários, de que o partido abandonou suas origens, se distanciando das bases?
ALBERTO CANTALICE - O PT que no seu início tinha uma visão exclusivista e até sectária quanto a política de alianças, passou por um "agiornamento". Foram essas alianças, cujo ápice foi o 2° turno das eleições de 1989, que permitiu que Lula virasse presidente da República em 2002.
Quanto às críticas, algumas procedem. Houve uma certa burocratização das instâncias dirigentes; uma incompreensão das mudanças no mundo do trabalho e uma institucionalização exacerbada. Entretanto, 550 mil petistas participaram da recente eleição interna. O PT está presente em todas as grandes comunidades periféricas do país. Retomou seus laços com o mundo da cultura. O país mudou. O PT não ficaria imune a essas mudanças.
CRIATIVOS - Num mundo que parece se inclinar para a extrema direita como se voltasse aos anos 20, 30, do século passado, uma nova utopia parece urgente, mesmo. Há esperança? O modelo chinês pode ser um alento?
ALBERTO CANTALICE - O PT defende o socialismo democrático. Defende a alternância de governo e é contra partido único.
Tal qual os chineses dizem que o socialismo deles é de características chinesas, o nosso tem que ser autenticamente brasileiro.
É preciso, no entanto, superar os limites do capitalismo predador. O capitalismo neo e ultraliberal, hoje plataformizado e que inverteu a própria lógica do capitalismo da época de Marx: o circuito: mercadoria, dinheiro, mercadoria. Não há futuro para as novas gerações. É o socialismo com mercado, ou então a barbárie.
CRIATIVOS - Fale algo que seja de seu interesse e eu não perguntei. Comente também sobre o livro, se quiser - sem spoiler, claro.
ALBERTO CANTALICE - Fiz esse livro com o título Qual Socialismo: a busca incessante por uma nova utopia, como uma tentativa de dialogar com os ativistas políticos. Principalmente os jovens. Tracei uma breve trajetória das ideias socialistas e proponho o desafio por um novo modelo. Já que tanto o capitalismo, quanto o velho modelo socialista estão esgotados.
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Parabéns ao Alberto Cantalice, companheiro de juventude e sonhos em Nova Iguaçu! Sendo que estive no PT desde 1980, na campanha de criação desse partido. Estou contente de ve-lo na Fundação Perseu Abramo e curiosa em ler seu livro. Grande abraço!