Os sonhos perdem o viço e teimam em desmentir Lô Borges
- Lais Amaral Jr.
- há 2 minutos
- 4 min de leitura

Num domingo desses, a querida Márcia Patrocínio, que dirige o Centro Cultural de Visconde Mauá, naquele trecho mágico da Serra da Mantiqueira, no Sul Fluminense, me soprou: "Lô Borges vai tocar na Sol Maior". Semana seguinte eu e Mariza fomos adquirir os ingressos para o show que seria dali a poucos dias. Chegando lá fomos informados, para nossa imensa chateação, que os ingressos tinham se esgotado.
Sol Maior é uma casa de espetáculos, simpática e aconchegante, localizada ao lado da ‘Ponte dos Cachorros’, que liga as margens do Rio Preto, divisa natural entre os estados do Rio e Minas Gerais, no alto da Serra. Está localizada no lado fluminense. Tinha outro nome quando administrada pela mulher do Márcio Borges. Foi arrendada. Márcio é bem familiar da região, tem uma casa no lado mineiro, ali pertinho. Segundo informações, seria o diretor musical da Sol Maior.
Nessa segunda-feira, logo cedo veio a notícia de que Lô Borges, o caçula da família Borges, falecera na noite anterior, domingo, dia de finados, que agora passará a ter outro significado. Pelo menos para mim. Senti o baque com essa partida. Senti mesmo. Lô estava internado em Belo Horizonte, vítima de uma intoxicação com medicamentos.
Há dois anos assisti Lô Borges sacudir uma plateia de aproximadamente cinco mil pessoas, fechando um show que teve ainda as presenças de Beto Guedes e Flávio Venturini. Foi em Tiradentes (MG). Arrepiante. As apresentações foram individuais, embora lá para as tantas, Lô solicitou a presenta dos dois que já haviam se apresentado, para cantarem com ele no palco. Demais.
O dono da pousada em que nos hospedamos, disse que a cidade estava cheia de gente de cabelos brancos ou grisalhos. Veteranos de vários lugares invadiram a pequena cidade mineira para testemunhar o show das três feras. Se emocionar com coisas do Clube da Esquina.
Voltando à região de Visconde de Mauá, registro que em 2022 estive na Sol Maior para o lançamento do livro, De tudo se faz canção - 50 anos do Clube da Esquina, publicação bilingue com depoimentos de muita gente boa sobre os mineiros e suas criações musicais que mexeram com a MPB. Livro fantástico organizado por Márcio Borges e Chris Fuscaldo, editado pela Garota FM Books. Na ocasião, ao pegar o autógrafo do Márcio eu perguntei sobre novas composições e ele disse que não compunha mais.
Confesso que não acreditei muito na resposta do grande compositor mineiro. Mas agora, é certo que, a rica parceria do irmão caçula, prodígio, não há mais. E o dia 2 de novembro, se já não fosse feriado nacional, agora teria que ser por força de decreto federal, a partir do fatídico domingo passado.
Os sonhos não envelhecem, mas é insuportável a sensação de que eles acabam, como já disse um outro saudoso ídolo da música.
O Efeito Lô Borges: Como o Legado da Música Constrói Pertencimento e Renda
A comoção despertada pela partida de Lô Borges, conforme retratado na nota de Laís Amaral Jr., sublinha um fato incontestável: a música é uma força social e econômica insubstituível.
Gêneros como os nascidos no Clube da Esquina, que misturam poesia e identidade regional, são capazes de criar laços de união e um profundo sentimento de pertencimento que atravessa gerações e fronteiras geográficas.
Clube da Esquina e seus associados foram fundamentais na história do Brasil do segundo quartel do século XX até os dias de hoje, gerando ecos no mundo inteiro.
Essa capacidade de gerar emoção é a matéria-prima mais valiosa da Cultura e da Economia Criativa. Ao impulsionar o turismo cultural em Minas Gerais (como em Tiradentes) e no Sul Fluminense (Visconde de Mauá), a obra de artistas como Lô Borges movimenta cadeias que geram desenvolvimento, renda e emprego.
Os artistas precisam viver de sua arte, ter mecanismos que propiciem a correta arrecadaçao de direitos autorais.
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