URBANISMO PARA UMA NOVA ERA
A faixa de areia das praias de Ipanema e Leblon tem estado mais estreita do que o habitual. Não sei se isso já se deve à elevação do nível dos oceanos, mas a situação é benéfica para os moradores da região. Pelo menos, eles não enfrentam o mesmo movimento intenso observado em Copacabana, onde grandes palcos, passarelas, arenas esportivas e “cercadinhos” transformam a praia, prejudicando seu uso como balneário e impactando negativamente a rotina do bairro.
Enquanto isso, há uma área na Zona Sul que foi subtraída do uso público e que poderia ser melhor aproveitada: o espaço ocupado pelo Jockey Club Brasileiro (JCB). Apesar de ser pouco utilizado, o local tem potencial para sediar grandes eventos, desde que sejam realizadas algumas melhorias permanentes, como a construção de sanitários, camarins e outras instalações. Com o planejamento adequado, essas obras poderiam incluir estacionamentos e, ao mesmo tempo, aumentar significativamente a movimentação de passageiros na futura estação de metrô do JCB.
O urbanismo deve ser encarado como algo que evolua de acordo com as necessidades da cidade, porém preservando suas tradições. As cidades, aliás, em função da inteligência artificial, trabalho à distância, descarbonização e novas tecnologias, sofrerão enormes transformações nas próximas décadas.
No primeiro mandato de Leonel Brizola como governador do Rio de Janeiro (1982-1986), ele acabou com uma prática polêmica: a montagem de arquibancadas temporárias de andaime para os desfiles das escolas de samba no carnaval. O desfile, que já havia passado pelas Avenidas Rio Branco, Presidente Vargas e Antônio Carlos, finalmente encontrou espaço permanente na Marquês de Sapucaí. O Sambódromo, muito criticado à época, consolidou-se como parte da paisagem carioca e, hoje, é impensável realizar o desfile de carnaval em estruturas provisórias.
O Rio de Janeiro precisa assumir de vez sua vocação para grandes eventos. É inaceitável que uma reunião de 50 líderes mundiais, como o G-20, exija uma semana de feriados e o uso de espaços destinados a atividades culturais, como ocorreu no Museu de Arte Moderna. Em contraste, Nova York abriga a Assembleia Geral da ONU anualmente, com delegações de quase 200 países, sem decretar feriados. Isso só é possível porque a infraestrutura da cidade foi adaptada para receber esses eventos.
A cidade do Rio de Janeiro teve grande momentos no desenvolvimento de ideias urbanísticas que lhe dotaram de características notáveis. A abertura da Av. Central pelo Prefeito Pereira Passos e a construção do Teatro Municipal marcaram a implantação da Av. Rio Branco como um belíssimo boulevard, criminosamente destruído pelo trio infernal de desprezo pela cultura, especulação imobiliária e corrupção governamental.
Nem bem esta iniciativa tinha as suas construções terminadas, o desmonte do Morro do Castelo, com a construção dos grandes prédios ministeriais e a urbanização da nova orla da baía na Av. Presidente Wilson, modificou o traçado urbano. Em 1930, o urbanista Agache deu uma “ajeitada” nessas iniciativas anteriores construindo a Praça Paris e propondo soluções para as áreas periféricas ao centro da cidade, incluindo um traçado para um metrô do Rio de Janeiro. Pouca atenção se deu a estas proposições, que mais tarde ganharam, ainda, estudos de vias expressas elaborados por uma notável equipe de urbanistas da própria prefeitura. Carlos Lacerda contratou um plano, excelente, com o escritório Doxiades, urbanizou o Aterro do Flamengo e, mais tarde, a cidade ainda viu as obras de alargamento da Av. Atlântica.
Por outro lado, em uma anacrônica apoteose à moribunda civilização do automóvel, tivemos o plano que transformou a Barra da Tijuca em uma Miami tropical, com os impensáveis conjuntos sub-humanos da Cidade de Deus, Rio das Pedras e outros núcleos populares de crescimento espontâneo, repetindo erros da implantação de Brasília.
Em resumo, o Rio de Janeiro não pode mais tolerar improvisos no seu desenho urbano, como mais um recentemente anunciado. A cidade precisa promover a redistribuição territorial dos seus equipamentos sociais, dos serviços de educação e saúde, ainda que privados, de modo a atender sua menor dinâmica de crescimento demográfico. É hora de pensar grande, buscando um futuro inclusivo e sustentável, alinhado às vocações econômicas da cidade.
Músicas em Homenagem ao Rio de Janeiro, no Youtube / Cedro Rosa.
Certifica Som: Tecnologia para Transformar a Música Global
"A tecnologia deve estar a serviço do desenvolvimento e da geração de emprego, renda e inclusão, não o contrário", declara Antonio Galante
A Cedro Rosa Digital, plataforma pioneira na certificação e distribuição musical, está desenvolvendo um ambicioso projeto chamado Certifica Som. A iniciativa, em parceria com a Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), conta com apoio de instituições como EMBRAPII e SEBRAE, e reúne um time de doutores, pesquisadores e desenvolvedores de alto nível. O objetivo é claro: utilizar tecnologias como inteligência artificial e blockchain para certificar milhões de obras e gravações, beneficiando milhares de artistas em todo o mundo.
"A tecnologia deve estar a serviço do desenvolvimento e da geração de emprego, renda e inclusão, não o contrário", afirma Antonio Galante, produtor cultural e compositor conhecido no meio musical como Tuninho Galante.
Com décadas de experiência na defesa dos direitos autorais, Galante destaca um dado alarmante: entre 10% e 15% dos direitos autorais globais deixam de ser pagos devido à falta de certificação adequada das obras e gravações.
Esse problema, chamado por especialistas de "gap de certificação", gera prejuízos bilionários para a indústria musical e seus criadores. Estima-se que, apenas em 2023, mais de US$ 2 bilhões tenham ficado retidos em sociedades de arrecadação ou distribuídos incorretamente, afetando principalmente artistas independentes e pequenos produtores.
O Certifica Som busca preencher essa lacuna ao criar um sistema que documenta de forma precisa a autoria, os intérpretes e a ficha técnica das músicas. Através da tecnologia blockchain, o projeto garante um registro imutável e rastreável, essencial para a distribuição justa de royalties. Além disso, a inteligência artificial facilita a análise de grandes volumes de dados, acelerando o processo de certificação.
Crescimento Global e Inclusão
A Cedro Rosa Digital já representa artistas de cinco continentes, com um repertório que reflete a diversidade cultural do mundo. "Nosso objetivo é criar um ambiente onde todos, desde grandes produtores até músicos independentes, tenham oportunidades iguais de monetizar seus trabalhos", explica Galante.
Com sua expansão acelerada, a plataforma também fortalece o soft power brasileiro, destacando a riqueza cultural do país no cenário global. “Estamos transformando a maneira como a música é certificada e consumida, garantindo que mais pessoas possam viver de sua arte e que os direitos autorais sejam respeitados em escala internacional”, conclui o fundador.
O projeto Certifica Som é mais do que uma solução tecnológica; é um passo decisivo para democratizar o acesso a diritos autorais e tornar o mercado musical mais inclusivo e sustentável. Com iniciativas como essa, a Cedro Rosa Digital se consolida como líder em inovação no setor e defensora incansável dos criadores de música em todo o mundo.
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