Startup Brasileira Lança IA Federada com Foco em Inclusão e Descentralização
- Redação
- 21 de ago.
- 6 min de leitura

Enquanto as gigantes da tecnologia travam uma corrida global pelo domínio da Inteligência Artificial, concentrando dados e algoritmos em estruturas cada vez mais centralizadas, uma iniciativa brasileira surge com uma proposta ousada e na contramão: devolver a IA às mãos das pessoas comuns.
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Essa é a promessa da Orch-Mind, a primeira plataforma de IA federada, gratuita e 100% brasileira, com lançamento oficial previsto para agosto de 2025.
Criada pelos empreendedores Guilherme Ferrari Bréscia e João Gabriel, a Orch-Mind propõe uma verdadeira mudança de paradigma. A plataforma permite que qualquer pessoa — mesmo sem conhecimento técnico — possa criar, treinar e utilizar uma inteligência artificial própria de forma totalmente local, segura, colaborativa e sem depender de servidores centralizados. Com código aberto e um modelo de compartilhamento peer-to-peer, o usuário se torna o único dono de sua IA, com controle total sobre os dados, o funcionamento e a evolução do sistema, sem a intermediação das big techs.
Um Novo Modelo: Segurança, Ética e Colaboração na IA
O cerne da tecnologia desenvolvida pela Orch-Mind reside no conceito de IA Federada, um modelo que descentraliza o aprendizado e garante a privacidade. Diferente das IAs tradicionais, que dependem de servidores massivos externos e coleta de dados em nuvem, a Orch-Mind opera diretamente no dispositivo do usuário. É ali que a IA aprende, evolui e se adapta, sempre sob o controle direto de quem a utiliza.
A inovação se estende à forma como o conhecimento é compartilhado. A plataforma utiliza adaptadores, módulos leves de inteligência que podem ser treinados de forma personalizada e trocados entre usuários. Esse ecossistema cria uma rede de inteligências interligadas, construídas coletivamente, mas sem jamais comprometer a privacidade individual.
“O que queremos é inverter a lógica da inteligência artificial. Em vez de uma grande mente centralizada controlando tudo, temos bilhões de pequenas mentes independentes, únicas, seguras e que aprendem entre si”, explica Guilherme Ferrari Bréscia, engenheiro de software e criador da plataforma.
Propósito Humano: Uma IA Para Transformar Vidas Reais
Mais do que um projeto tecnológico, a Orch-Mind nasceu de uma profunda inquietação ética e social. Guilherme, mineiro de Belo Horizonte e ex-funcionário de grandes empresas de tecnologia, acreditava que a inteligência artificial precisava ser mais acessível, ética, transparente e próxima das necessidades reais das pessoas. Com um investimento inicial de apenas R$6 mil, ele desenvolveu o primeiro protótipo funcional da plataforma, com 200 MB e capaz de rodar offline.
Para escalar o projeto, Guilherme convidou João Gabriel, baiano de Uibaí e arquiteto de soluções, para ser cofundador. João é uma das maiores vozes do LinkedIn Brasil na defesa da inclusão digital e tem uma trajetória de superação, tendo trabalhado como prensador de sucata e vendedor de espetinho antes de se formar em Sistemas da Informação. Sua missão sempre foi clara: usar a tecnologia para transformar vidas.
“Eu sou prova viva de que a tecnologia pode mudar destinos. A Orch-Mind é isso: uma IA feita para quem nunca teria acesso real a IA. Para o jovem da quebrada, o agricultor, o estudante da escola pública. Sem filtro, sem censura, sem mensalidade”, afirma João Gabriel.
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Potência nas Mãos do Usuário: Do Empreendedor ao Estudante
A Orch-Mind foi construída pensando na usabilidade e na inclusão, permitindo que qualquer pessoa crie sua própria inteligência artificial para diversas finalidades, de forma simples e personalizada.
Um pequeno empreendedor, por exemplo, pode montar um assistente inteligente para organizar pedidos e responder a clientes. Um estudante pode treinar sua IA com base nos conteúdos de prova. O usuário pode, ainda, preparar a IA para responder com base em livros, PDFs ou materiais próprios, compartilhar inteligências com outras pessoas (sem nunca expor seus dados), organizar documentos, automatizar tarefas, entre outras funcionalidades. Em versões futuras, o roadmap inclui buscas por voz, com comandos em linguagem natural, eliminando a necessidade de saber programar.
A autonomia é o ponto central de todas essas experiências. Nenhum dado precisa sair do dispositivo. Nada é compartilhado sem consentimento. E tudo pode ser adaptado às necessidades individuais de cada usuário, consolidando um modelo de tecnologia verdadeiramente centrado na pessoa.
“A Orch-Mind é sobre dar às pessoas o poder de criar, treinar e usar inteligência artificial sem depender de ninguém. É a tecnologia voltando para a mão do usuário — onde ela sempre deveria ter estado”, reforça Guilherme. Ele complementa: “Nosso sistema opera em edge computing, com redes federadas locais, garantindo privacidade total, baixa latência e independência de servidores centrais. Isso permite que cada inteligência seja única, adaptável e construída com base no contexto real de quem a usa”.
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Menos Nuvem e Consumo, Mais Controle e Eficiência
A sustentabilidade digital é um pilar da arquitetura da Orch-Mind. Ao optar por rodar localmente, a plataforma rompe com a dinâmica dos megadatacenters, gerando um ganho expressivo em termos de sustentabilidade. Por não depender de conexões constantes com a nuvem nem de infraestrutura pesada, o sistema pode operar com um consumo de energia até 99% menor do que o de soluções convencionais.
Além disso, por funcionar offline, a plataforma oferece resiliência, segurança e soberania digital: mesmo em locais com conexão precária ou em situações de emergência, o usuário mantém sua IA funcionando normalmente. É uma proposta pensada para o Brasil profundo, mas com padrão de inovação global.
“A gente pensou a Orch-Mind para funcionar tanto em um laboratório de pesquisa quanto em um notebook simples do interior do país. Não faz sentido criar tecnologia de ponta que só funciona nos grandes centros. Ao rodar localmente e com consumo mínimo de energia, mostramos que é possível ter inteligência artificial eficiente, acessível e sustentável, pensada para o Brasil real e para um futuro mais justo. Esse é um passo concreto na direção de uma transição energética coerente com os princípios de ESG: menos dependência de datacenters, mais autonomia e menor impacto ambiental”, comenta Ferrari.
Os Próximos Passos da Plataforma: Economia Descentralizada e Inclusão em Larga Escala
O roadmap da Orch-Mind é ambicioso. A equipe trabalha na criação de uma criptomoeda própria, o Orch Protocol, que permitirá a remuneração de quem compartilha poder computacional na rede e contribui com novos módulos de inteligência personalizada.
Outra frente importante é a construção de um marketplace descentralizado, onde os próprios usuários poderão trocar adaptadores, modelos e treinamentos, fortalecendo uma nova economia da IA baseada em colaboração, reputação e confiança.
“Para monetizar o projeto, a ideia é criar um ecossistema onde qualquer pessoa possa oferecer ou comprar recursos computacionais e inteligência personalizada. Se o seu computador não tiver capacidade para processar um prompt mais pesado, você poderá usar algum ocioso de outro usuário da rede pagando em cripto. Em troca, quem compartilha recebe. E o projeto se sustenta com 30% dessas transações e 1% nas corretoras descentralizadas da nossa moeda, que será lançada em uma camada 2 da Ethereum”, explica Ferrari. Segundo ele, a ideia é transformar a inteligência artificial “em um bem de mercado acessível, aberto e justo, onde todos podem ganhar, contribuir e crescer juntos”.
Paralelamente, a startup também já está em articulação com universidades, escolas técnicas e governos locais para expandir o uso da IA em educação e empreendedorismo, levando o modelo da Orch-Mind a comunidades periféricas, áreas rurais e instituições de ensino. “Queremos ampliar o alcance social e educacional da tecnologia”, crava Guilherme.
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Lançamento Oficial: A IA Que Você Controla Chega em Agosto!
O lançamento oficial da plataforma acontecerá em agosto de 2025, com um evento aberto à imprensa, desenvolvedores, entusiastas e educadores (detalhes a serem definidos). A versão beta já está disponível para testes no site oficial da Orch-Mind (https://orchmind.com/#home) e no repositório do GitHub (https://github.com/Orch-Mind), onde qualquer pessoa pode baixar, testar e até contribuir com o projeto.
“Queremos inaugurar uma nova era de IA feita por pessoas, para pessoas. Essa tecnologia precisa deixar de ser um privilégio para virar um direito. O Brasil pode liderar essa virada, e estamos mostrando que é possível. Com ética, com liberdade, com impacto real”, conclui Guilherme.
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