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Por favor, volta.


A sensação era a de quem acorda de um sono profundo, mas a confusão mental era diferente.


Vozes se sobrepondo umas as outras, um monte de palavras desconexas que eu tentava entender em vão, a única coisa clara é que aquelas vozes eram conhecidas, pelo menos eu achava que sim, e alguma coisa lá no fundo me dizia que eu realmente as conhecia.

Mesmo com os olhos ainda pesados eu já estava acordado, ou muito próximo disso, e talvez por isso comecei a ouvir outros barulhos também, barulho de máquinas de um hospital, pera ai, eu estou em um hospital?


Mesmo com imagens embaçadas pude reconhecer aqueles rostos, sim agora consigo ligar as vozes aos rostos, mas algo estava diferente, nada parecia ser como eu me lembrava.

“Que bom que você acordou, nunca perdemos as esperanças que esse dia chegaria”.


- Que dia é hoje?

“Quarta feira, 14 de abril”.

- Não, que ano?

“2021, você esteve em coma”.

- Desde quando?

“2018”.


- Meu Deus, o que aconteceu?

“Não é hora de falarmos sobre isso, o importante é que você voltou”.

- Três anos... Meu Deus... Não vejo a hora de retornar ao trabalho, preciso muito voltar para a sala de aula, rever os colegas, meus alunos...

“Ammmm, então... as coisas estão um pouco diferentes agora”.

- Diferentes? Escola é escola.


“Tivemos uma pandemia no início de 2020, desde então as aulas estão suspensas, apenas aulas remotas”.

- Pandemia, aulas remotas, espera estou confuso.

“Isso é normal, mas estamos confiantes que logo as coisas voltem ao normal”.

- Com certeza, somos referência mundial em vacinação, em pouco tempo a população estará imunizada e poderemos voltar ao normal.


“Pois é, não é bem assim”.

- Como assim, aliás, por que vocês estão usando máscara? Que pergunta idiota a minha, estamos em um hospital.

“Na verdade agora todos somos obrigados a usar máscara quando estamos fora de casa”.

- Nossa, e isso é só aqui?

“Não, no mundo todo”.

- Pelo menos isso deve ter trazido coisas boas, as pessoas devem estar mais próximas, ou melhor, mais preocupadas com o próximo... E a política, claro eles devem ter se unido e certamente estão conduzindo o povo, é claro que uma tragédia dessa teria que trazer alguma coisa boa.


“O mundo está polarizado, agora só existe o Lado A e o Lado B”.

- Não faz sentido, sempre haverá o ponto central, uma opção para quem não quer fazer parte do Lado A ou do Lado B.

“Foi abolido por um projeto de Lei, agora todos devem se posicionar publicamente”.

- E as crianças, me preocupa pensar no futuro delas assim.

“Estão sendo exterminadas por cidadãos de bem dentro de suas próprias casas”.

- Como assim? Não vai me dizer que a Lei do desarmamento...

“Ah meu querido, hoje você compra armas no supermercado, elas ficam ao lado das pilhas alcalinas”.


- Não é possível, aliás, o que é isso no nariz de vocês? Parece um nariz de palh....

“Essa bola vermelha? Então, isso é o que ganhamos por não nos posicionarmos publicamente entre o Lado A ou Lado B. Mas ainda podemos ser felizes e até buscar comida nos restaurantes, ah, eles não podem mais receber pessoas, só entregam a comida. Mas fale, você deve estar curioso para saber um monte de coisas... pode perguntar”.

- Restaurantes não podem mais receber pessoas? A economia vai entrar em colapso, as pessoas vão morrer de fome ou dessa pandemia aí. Como as pessoas estão fazendo para tentar esquecer tanta coisa? O futebol que poderia servir como válvula de escape estando proibido, não tem como ajudar.


“A não, o futebol tá liberado... sem público ou com a capacidade reduzida, mas está bem empolgante, aliás, o seu time...”.

Esquece, não quero fazer mais nenhuma pergunta. Tem como me colocar novamente em coma e me avisar quando tudo isso passar?

Atenção!


Esse texto é de ficção e contém ironia... (é sempre bom lembrar).


Paulo Eduardo Ribeiro, do Canal Ponte Aérea, para CRIATIVOS!


 

Cansado da "vida de gado"? Tem coisas legais na internet.


Como monetizar o trabalho da cadeia produtiva da música e do audiovisual na pandemia?!


A Vida não Tem Control Z, com Sergio Schmid, do Canal Ponte Aérea



Santíssima Trindade, com Didu Nogueira e Jorge Simas. Repertório Cedro Rosa.



 

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