Poesia interligada II
Ah, foi paixão!
Foi só brincadeira.
Impressão rasteira.
Solidão.
Foi isso, só isso:
Suor, sacrifício,
mágoas de dor, precipício,
sangue de amor, flor e vício.
Foi chuva,
estiagem,
passeio, passagem,
de tanta viagem,
de apenas passar.
Foi oceano e navio,
beira de mar, leito de rio.
Fantasma da alma e da mente.
Semente.
Somente.
Formas multiformes.
Copacabana.
Copa bacana.
Corpos, cartazes, luzes de mercúrio…
O grito da moda que poda e acomoda.
E tome sexo, complexo, reflexo…
Palavras sem nexo.
E tome paciência, complacência, violência,
como fórmulas de existência.
Concordar.
Contemporizar.
Sim senhor!
Não senhor!
Senhor?
Sapato apertado,
gravata apertada,
salário apertado,
família apertada,
condução apertada,
maracanã apertado,
cama apertada,
casa apertada,
fila apertada,
supermercado apertado,
trânsito apertado,
cabeça apertada,
cabaço apertado,
passo apertado,
espaço apertado,...
SOCOOOOORROOOO!!!
Dizer não.
Dar as costas e buscar novas saídas.
Aprender pelo caminho
que jamais sozinho.
Compreender na caminhada
que não se perde nada,
pois a vida é uma estrada
e a solução caminhar.
Surpreender-se a si mesmo
todo momento,
todo sentimento.
Fazer-se poeta,
poetar
e depois mergulhar.
Rumo ao centro de gravidade do planeta,
rumo ao sol,
às estrelas.
Na direção do vento,
a reboque do vento.
Na rota dos abismos da nossa própria ilusão.
Pelos subterrâneos da fantasia e da mentira.
Descobrir e descobrir-se
bom som -
meio tom,
meio dom.
E enfim entregar-se
ao direito de viver a vida.
A plena.
Apenas.
Até a próxima esquina.
Uma Família Musical: Mário Lago
Música de Bar e Boteco
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