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O governo mudou. E isso tem que ficar claro


Cid Benjamin, jornalista

Recente pesquisa da Genial/Quaest mostra um quadro positivo para o governo Lula. Parte disso deve ser creditado a meia dúzia de iniciativas. No entanto, o que mais chamou a atenção das pessoas, mostra o levantamento, foi algo que sequer estava destacado no programa de Lula: a atenção aos ianomâmis. De certa forma confirmou-se aquela história de que uma imagem vale por mil palavras. E aquelas imagens impactantes que mostraram indígenas esquálidos lembraram outras de campos de concentração nazistas.


Além disso, a intentona de 8 de janeiro foi um tiro no pé dos golpistas, tendo sito muito mal recebida pela população. Diante do fiasco, a cúpula do Exército, que ficou mal na fita pela passividade ou, pior, pela cumplicidade, teve que aceitar sem espernear a destituição de seu comandante.


O presidente se fortaleceu na relação com a sociedade e com as Forças Armadas, apesar da péssima escolha do ministro da Defesa. Múcio, o titular da pasta, parece mais empenhado em bajular os militares e não em se comportar como alguém hierarquicamente superior a eles.

O fato é que, de novo, ficou claro que, na relação com os de farda, ou você manda neles, ou obedece a eles. E, muitas vezes, com frequência, as coisas só entram nos eixos quando o apaziguamento é substituído pela demonstração de autoridade. Foi o que ocorreu com a demissão do general Arruda e, depois, nas mais recentes escolhas dos promovidos a general de quatro estrelas no Exército, que certamente desagradaram os bolsonaristas mais extremados, como Augusto Heleno e seus amigos mais próximos. Os clubes militares – onde pontificam os generais de pijama que defendem golpes aos quatro ventos – devem ter se alvoroçado.

Na intentona de 8 de janeiro ficou demonstrado, também, que o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e o Comando Militar do Planalto, entre outros, também reformuladas. Vamos torcer para que isso ocorra pronto.


De qualquer forma, novo teste na relação de Lula com as Forças Armadas está por vir daqui a pouco mais de um mês, no dia 31 de março, data que, para elas, é o aniversário do golpe de 1964. Dado o profundo desgaste dos militares, depois de terem sido feitas de gato e sapato por Bolsonaro, o mais provável é que nenhum setor delas se atreva a promover ou participar de manifestações antidemocráticas. Eles estão de moral baixo. Mas, caso ocorra alguma manifestação de apoio ao golpe ou à ditadura militar, Lula não pode titubear. Deve punir os indisciplinados de acordo como previsto nos regulamentos disciplinares.


Mas nem tudo se esgota em controlar os militares. o governo precisa ir adiante. É preciso mostrar que as coisas mudaram não apenas no que diz respeito à compostura do mandatário máximo. Já não temos mais um cafajeste no comando da nação. Até agora, os aplausos a Lula estão mais ligados a um efeito comparação com o genocida. É preciso mostrar que os compromissos de campanha estão sendo cumpridos.


Assim, três aspectos se destacam. A começar por um aumento real para o salário-mínimo. Apesar do incômodo que o assunto traz para Fernando Haddad, que às vezes parece mais preocupado em ficar bem com o capital financeiro do que com o eleitorado de Lula, esse aumento real já foi anunciado para maio.


Mas, além de combater os juros recordes no planeta, o que Lula já começou a fazer, é preciso fazer com que deslanche o programa Desenrola, que equaciona as dívidas das famílias endividadas, que são milhões, e anunciar logo o reajuste da tabela do Imposto de Renda. A cada ano que a tabela permanece igual, muitas pessoas pulam de faixa e passam a pagar mais imposto. Isso, sem falar na necessidade de aumentar a faixa de isentos.

Estes são mais dois exemplos.


A defesa da democracia é fundamental, ainda mais num país que vem de quatro anos de Bolsonaro. Nesse terreno, Lula tem obtido vitórias.

Isso é bom.


No entanto é preciso, já nos primeiros cem dias, mostrar a milhões de brasileiros que, também do ponto de vista material, sua vida está mudando. Sem isso, não haverá base social que sustente mudanças de rumo e ajude o governo a se contrapor às pressões dos militares de extrema-direita e do mercado financeiro, que têm representantes inclusive no seu interior.

Tem que ficar claro para a sociedade que o governo mudou.


 

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