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Foto do escritorJosé Luiz Alquéres

O Afeganistão é logo ali



O mundo vê pela televisão cenas horríveis do desespero de crianças e adultos nas imediações do aeroporto de Cabul, a capital do Afeganistão. Homens-bomba e suas cargas assassinas tiraram a vida de 12 soldados americanos e cerca de 50 civis, naquilo que, para muitos de nós, é incompreensível e, para todos nós, inaceitável.


É um atentado contra o Taliban, força regional emergente, que busca centralizar o domínio entre dezenas de clãs no Afeganistão e, de quebra, atacar os Estados Unidos, que ajudava a manter um terceiro grupo no poder - nem Taliban, nem o ISIS (os autores do atentado). Mutatis mutandi, seria como se houvesse um choque entre o PCC e o Comando Vermelho quando, ao fim dos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, o Exército se retirou das ruas.


Não temos no Rio de Janeiro um Secretário de Estado preso porque foi oferecer ao tráfico a barganha de tocar seu negócio sem interferência da polícia e deixar o resto da cidade em paz?


Se houvesse um atentado como o de Cabul no Brasil por dia, ao final do ano teríamos chegado a um número de assassinatos da ordem de um terço dos que aqui perderam a vida nas trágicas circunstâncias atuais.


O que aconteceu conosco? Para onde foi a capacidade de nos sensibilizar com a tragédia sob os nossos olhos? São as nossas crianças e adultos desassistidos menos merecedores de piedade e solidariedade?


Realmente, a chaga, exposta à nossa vista, é incômoda. E gera raiva, não piedade. Moradores de rua parecem que brotam das calçadas da Avenida às praças de Corrêas e Nogueira. Na cidade do Rio de Janeiro, se espalharam do Centro da Cidade, onde andar nas calçadas ficou difícil, com corpos estendidos lado a lado pelas calçadas, até a turística Zona Sul carioca. Se você sai de casa para comprar algo numa farmácia é abordado por 3 ou 4 pessoas. Não raramente, são crianças, pedindo a compra de remédios, fraldas, leite em pó. Os governos (federal, estadual, municipal) anunciam obras, bolsas disso ou daquilo, mas o problema não parece diminuir. Na verdade, longe disso. Só aumenta.


A atuação mitigadora deste problema desumano passa por uma mudança de postura do setor público e da sociedade civil. Esta mudança deve começar por uma certa regionalização da solução. Abrigos básicos nos bairros, com teto, instalações sanitárias e refeitórios onde condições de sobrevivência digna sejam dadas sem muitas perguntas, exigências e horários, o que afugenta as pessoas em situação de rua. Tais locais devem ser para onde convirjam os apoios da comunidade vizinha, das entidades caritativas, de apoio social e dos profissionais de reinserção social. A dispersão pelas ruas precisa ser reduzida, a esmola dada esparsamente infelizmente só contribui para perpetuação da situação. Não se trata de "esconder o que é feio", mas sim atacar e resolver o problema. Não é uma questão simples. Esta discussão exalta os ânimos de muitos.


Na origem, temos uma intolerável situação histórica de desigualdade que vem se perpetuando há gerações. Além disso, uma enorme carência de educação - papel fundamental do Estado - desde a primeira infância, para uma inserção melhor de enormes segmentos populacionais na vida social.


Como fator atrapalhador deste processo, a massa inútil de políticos populistas, vigaristas, aproveitadores, clientelistas, "inauguradores de bicas d'água" que resistem a tudo. Uma reforma política que aprovasse o voto distrital muito ajudaria. Se houvesse, ainda, um meio de concentrar o número de partidos políticos atuais, cerca de 35, em algo como 7 ou 8, melhoraríamos a governabilidade e diminuiríamos distorções que transformam os partidos em verdadeiros 'balcões de negócios'.


Estamos um milênio mais avançados que o Afeganistão em alguns pontos. Em outros ainda não. Eles souberam expulsar de lá ingleses, russos, americanos, iranianos xiitas, turcos e outros invasores ocasionais. A razão: um sentimento comunitário, uma ligação com a sua terra. E o orgulho da sua cultura, que pode e deve evoluir, mas é um processo que se faz com outro tipo de estímulo e não com a força bruta - como vemos também por aqui com milicianos e PMs quando entram nas favelas.


Nossa cidade está dividida em subculturas. Não é mais apenas o problema físico, imagem que guardamos da cidade partida, retratada pelo querido Zuenir Ventura. O fosso se aprofunda, e se, no primeiro momento, o necessário é estendermos a mão solidária ao irmão carente, no segundo, é necessário proporcionar a ele a casa decente, com saneamento, a educação e as oportunidades para o crescimento social que exigem interação entre os mais e os menos educados.


Nossas políticas públicas necessitam urgente redesenho. Chega de mais do mesmo.

 

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