top of page

‘Mar de Fezes’ afoga o governo federal



Ora, ora! Setembro! E a boa nova vai andar nos campos, costuma dar as boas-vindas, o primoroso, Beto Guedes. Agosto se foi. Passou batido. E eu que projetei falar alguma coisa pelo aniversário de morte de Getúlio Vargas nem percebi a pressa desse mês que causa apreensão em tanta gente. Getúlio deu um tiro no peito em 24 de agosto de 1954. Há 68 anos o tal ‘mar de lama’ o levou ao gesto radical, de abandonar a vida para entrar na história.


A expressão foi cunhada pelo próprio Getúlio ao comentar com um militar da aeronáutica responsável pelo inquérito que investigava o atentado da Rua Toneleros: “Tenho a impressão de me encontrar sob um mar de lama”. É o que afirma texto da Fundação Getúlio Vargas sobre o tema. E a expressão ‘mar de lama’ foi a bandeira da oposição para jogar luz sobre os indícios de corrupção do governo federal, o que teria se caracterizado pelas transações ilícitas cometidas por Gregório Fortunato, então o chefe da Guarda Pessoal do Presidente.


Família Mário Lago, muita musica de qualidade, na Spotify.


No arquivo pessoal de Gregório Fortunato constavam subornos, empréstimos irregulares contraídos no Banco do Brasil, contatos com criminosos e a compra irregular de uma fazenda do filho de Getúlio Vargas. Na época a Imprensa fez eco ao ‘mar de lama’ para desgastar a figura do presidente. E olha que ainda não havia televisão. Décadas depois, Lula, que nem era mais presidente, foi bombardeado com horas diárias de telejornais, com injúrias que mais tarde foram desmentidas pela Justiça. E Lula entrou pra História, e vivo, como o melhor presidente do Brasil (com 87% de aprovação no fim dos mandatos).


Revolvendo a memória recente poderíamos identificar, sem forçar muito a barra, o Queiroz como o Gregório Fortunato do Bolsonaro. Seria demais? Logo no alvorecer do atual governo ele foi flagrado emitindo um cheque de 38 mil reais à primeira dama. Ali já não estaria sendo criado o ‘mar de lama’ ou atualizando, o ‘mar de fezes’ bolsonarista? Ainda mais quando é evidente que as ‘transações ilícitas’ já ocorriam desde os tempos que o atual inquilino do Alvorada nem era Presidente. Foram as “rachadinhas”, aproximação com milicianos e outras coisas fedorentas.


Música brasileira de alta qualidade, no Youtube.


Os ingredientes que constituíram o ‘mar de lama’ de Getúlio, estão todos aí, e em escala avantajada. E a mídia corporativa, morninha. Subornos não seriam também frutos de orçamentos secretos calando e enriquecendo parlamentares e parentes? E os empréstimos irregulares? Quem sabe um ‘pente fino’ no BNDES não revele irregularidades em favor de empresários que pedem a volta da ditadura? Os contatos com criminosos chegariam fácil no Adriano da Nóbrega protegido pelo clã Bolsonaro. Ele é aquele miliciano foragido e assassinado, que além do envolvimento com várias ações irregulares, tinha supostas ligações com o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco. E a compra irregular de uma fazenda não seria pinto comparada à avalanche imobiliária protagonizada pelo clã Bolsonaro?


Sobre esse escândalo recente, destaco dois pontos: Primeiro, o belo trabalho de jornalismo investigativo, da dupla Juliana Dal Piva e Thiago Herdy, que assinam a matéria publicada do Portal UOL. A denúncia paquidérmica, de que o clã Bolsonaro adquiriu de 1990 para cá, 107 imóveis e que 51 deles, com dinheiro vivo. O que parece não ter chamado atenção das autoridades. O segundo ponto foi o silêncio cúmplice da grande mídia corporativa. O exemplo mais flagrante foi o caso do Jornal Nacional. Mesmo a matéria já tendo sido dada no G1, que é o Portal de notícias das Organizações Globo e mais tarde no Jornal da Globo, o JN só repercutiu a notícia no dia seguinte, mas de um jeito extremamente protocolar, frio, assexuado.


E o caso do JN é emblemático, por ser o líder de audiência que liderou aquela campanha sórdida contra Lula, iniciada a partir de um apartamento triplex, que o ex-presidente sequer comprara. Atrás da bancada de Bonner e Renata, a arte de um grande cano de esgoto jorrando dinheiro, era o carimbo da campanha do antipetismo e a expressão ilustrada da suposta ladroagem comandada por Lula. E isso por dias seguidos. Foram horas no telejornal. Um massacre. Agora, o silêncio criminoso. Enquanto no exterior, a grande mídia ecoa. Entre eles, o The Guardian, o principal do Reino Unido, que destacou o escândalo de corrupção imobiliária, como indício claro de lavagem de dinheiro. O ‘mar de lama’ de Getúlio é uma poça se comparado ao atual ‘mar de fezes’ que afoga o governo Bolsonaro. Que setembro traga boas novas, antevendo um outubro redentor. Vamos com fé.


“Quando entrar setembro

E a boa nova andar nos campos

Quero ver brotar o perdão

Onde a gente plantou

Juntos outra vez

Já sonhamos juntos

Semeando as canções no vento

Quero ver crescer nossa voz

No que falta sonhar” (Sol de Primavera – Beto Guedes/Ronaldo Bastos)


 

Música e Sociedade.


Evandro Lima e dois parceiros: Lais Amaral Jr e Sergio Fonseca, na Spotify.


Música, o tesouro da nação brasileira




 

Música!



Abra um perfil na Cedro Rosa e acompanhe nossas redes digitais.




Cedro Rosa Digital

Plataforma musical reune artistas, compositores e usuários comerciais de música, como TV, publicidade, rádios e internet para pesquisar, escutar e licenciar obras certificadas para trilhas sonoras diversas. Qualquer um pode abrir um perfil apenas com nome e e-mail.


Veja como funciona.

 

Playlist Café com Música, repertório Cedro Rosa.


+ Confira também

destaques

Essa Semana

bottom of page