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DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO COM RESPEITO À POPULAÇÃO




“Ninguém é de ninguém, na vida tudo passa”. Esta frase inicial de uma música muito em voga na década de 50 do século passado tratava das relações amorosas efêmeras. As pessoas, todavia, mantêm, ou, pelo menos, deveriam manter relações mais permanentes de respeito com a natureza ou mesmo com as edificações e bens culturais produzidos anteriormente.


O uso abusivo de bens naturais ou estruturas urbanas construídas no passado é um fator extremamente desagregador da qualidade de vida dos habitantes de uma cidade. Alterar a Lei de Zoneamento permitindo construção de edifícios de altura que prejudique a insolação das praias é um exemplo que vemos em alguns pontos de Ipanema, Leblon, Copacabana - para não falar na trágica situação de Balneário Camboriú. A construção de vias elevadas passando a poucos metros das janelas de apartamentos no terceiro ou quarto pavimento de edificações construídas anteriormente sem a concessão de qualquer indenização reparatória aos proprietários, como é o caso do elevado Paulo de Frontin, é outro exemplo de violação permanente desse conceito.


Existem, porém, violações muito graves que têm se tornado habituais na utilização indevida de espaços públicos. Há muitos anos, apesar de críticas violentas, o governador Brizola construiu em tempo recorde o Sambódromo, acabando com um transtorno de meses de duração na vida da cidade em virtude da construção de arquibancadas provisórias, um negócio que, aliás, tinha um enorme cheiro de maracutaia. Passadas poucas décadas, o carnaval de rua na Zona Sul voltou a ocupar indevidamente as vias públicas exigindo enorme gasto em policiamento, sanitários provisórios e outras medidas para atenuar o efeito inevitável de aglomerações de pessoas em locais não adequados para recebê-las.


Hoje, porém, cabe a todos os munícipes do Rio e de cidades que o copiam promovendo eventos em locais que não têm a devida infraestrutura rever essa política defendida sob pretensos benefícios econômicos que traz para o comércio local – sem considerar também os prejuízos que acarreta para os moradores permanentes desses locais e da cidade.


É o caso dos recentes shows da Madonna e Lady Gaga realizados na praia de Copacabana. Os enormes transtornos e despesas e a afronta aos hábitos dos habitantes de Copacabana são evidentes. São eventos de grande custo para a Prefeitura que servem a um segmento populacional focado nestes grandes artistas, mas que ignora o uso alternativo de recursos que poderiam ser alocados na melhoria permanente nas condições de vida de populações menos favorecidas.


Não que devamos abrir mão de ter shows desses artistas, mas há espaços que poderiam ser adequados para recebê-los, como a área do Rock in Rio, o Jockey Clube, e grandes áreas ainda disponíveis na Barra da Tijuca, na Zona Oeste e Zona Norte.


Possivelmente os eventos atrairiam até um maior número de pessoas e poderiam ter algum tipo de controle de ingresso que eliminasse o enorme risco à segurança pública que este tipo de incontrolável aglomeração, da ordem de centenas de milhares de pessoas – ou mais, apresenta e mesmo aumentar a frequência destes grandes shows ao longo de todo o ano, contribuindo para reduzir a sazonalidade na ocupação de hotéis e restaurantes e, especialmente, a venda ilegal e informal de alimentos e bebidas que prolifera neste tipo de ocasião.


As cidades têm que se adaptar aos tempos sem prejuízo e sem degeneração de conquistas efetuadas no seu passado. Isso é perfeitamente possível quando se tem governantes com visão de marcar suas gestões com realizações permanentes, que criam condições do aumento da sustentabilidade da vida urbana explorando, no bom sentido, suas vocações naturais.




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