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Crime organizado é sempre inspirador


Há umas poucas décadas o filme O Poderoso Chefão, versão brasileira do título The Godfather, de Francis Coppola, estourou nas bilheterias e teve duas sequências. É baseado num romance do autor Mario Puzo . Ele conta de forma fantasiosa, mas não incorreta, um episódio da historia da mafia em Nova York, no momento em que ela sai dos seus negócios tradicionais de bares e jogos clandestinos, prostituição e venda de proteção ao comércio e entra firme na distribuição de drogas. Com seus negócios tradicionais, ela era forte o suficiente para o Governo Americano negociar a libertação do seu chefe Lucky Luciano e enviá-lo para a Sicilia, em troca dele facilitar, com a máfia local, a boa acolhida ao desembarque das tropas americanas, durante a 2a Guerra Mundial. Outro autor, o siciliano Andrea Camillerri, recentemente falecido, escreve a partir da sua bem conhecida realidade local, uma série de livros cujo personagem principal é o comissário de polícia Salvo Montalbano. Este está sempre se livrando de pressões de políticos corruptos , degustando os pratos da cozinha local, procedendo à investigações de crimes complexos e se esquivando de mulheres perigosas. .


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Montalbano tem , como bom comunista, um olhar complacente para as misérias da " sociedade burguesa" e seus típicos desajustados. Frequentemente sai do figurino legal para promover a sua própria justiça. São livros mais de aventuras e reflexões sociológicas ou existenciais que descrevem bem a nova mafia com seus envolvimentos no setor de construções públicas, empreiteiras, negócios imobiliários,, vendas de proteção e lavagem de dinheiro. Seus chefes regionalizam suas áreas de atuação na Sicília. Seus membros estão no Congresso Italiano e instalados em todas as instituições na Itália. No Rio vemos em formação algo híbrido entre estes tipos de organização criminosa mesclado com o inevitável toque escrachado tropical. A polícia militar virou a grande escola das milícias. Isso tem acontecido nos quartéis , ao que se comenta. O modelo das milícias tem base na exploração territorial. Venda de proteção ao comércio, pedágio a moradores de bairros populares, venda de gás, eletricidade e sinal de TV. Transporte informal em vans e ônibus piratas. Mais recentemente tem-se dado uma grande investida no imobiliário. Isso conta com inequívocas simpatias nos mais altos escalões governamentais e gabinetes. As prisões , por outro lado, são as academias do tráfico. Delas , além do comércio de drogas propriamente dito, seus chefões comandam redes de postos de gasolina, garimpo ilegal, além de tráfico internacional de drogas e lavagem do dinheiro. Eles detém domínio territorial de mais de 700 áreas no Grande Rio. Recentemente tem sido veiculado que tráfico e milícia tem começado a se entender, cada um com seus negócios peculiares. Qual a Itália, o país de maior economia informal na Europa, o Rio é o estado de maior economia informal do Brasil o que mais se ajusta às duas atividades precedentes. No lado formal temos administrações públicas absolutamente incapazes de enfrentar estas situações. Acham mais fácil com elas cooperam. Recentemente um secretário de estado do Rio de Janeiro foi preso ao ser mostrado que estava fazendo um acordo com o crime organizado para acertar onde o crime poderia atuar sem repressão, em troca de não atuar em áreas de maior visibilidade - ou seja nos bairros mais ricos da cidade. Perdeu o cargo e não se falou mais nisso. Era iniciativa própria? O governador sabia ? No passado ouvi de um amigo romancista policial, José Louzeiro, a frase: no Brasil ficcionista morre de fome porque a realidade é mais fantástica que a trama melhor elaborada que alguém consiga criar.


E o Rio, berço de outras criatividades, lidera também esse triste quadro.E o Rio, berço de outras criatividades, lidera também esse triste quadro.

 

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