A SACRALIDADE DO RIO DE JANEIRO
As cidades cumprem múltiplas funções que, por simplicidade, vamos agrupar em três grandes famílias.
A primeira família se refere às funções ligadas ao abrigo, no sentido amplo da palavra. As cidades devem proporcionar condições para que os seus habitantes se sintam seguros em suas casas, nos seus deslocamentos diários, na sua relação com os representantes dos poderes estabelecidos e na confiança que neles poderão ter, respeito e os cuidados necessários à sua qualidade de vida e desenvolvimento humano.
A segunda função é que ela deve se constituir em um ambiente favorável para as relações econômicas e de produção que nelas existem ou que, a partir delas, organizam os espaços vizinhos. Saudáveis relações econômicas significam cidades prósperas, com disponibilidade de bons serviços urbanos, com oportunidades de emprego e de progresso material para seus habitantes.
A terceira função que, de certa forma, está presente nas anteriores, refere-se a uma condição mais subjetiva: a sacralidade. A sacralidade, no caso, se constitui naquele conjunto de instituições, não só religiosas, como o nome sugere, mas, também, históricas e culturais, que definem os princípios e valores da sua população. Enquanto essa sacralidade for forte, a esperança da população, reforçada pela confiança em suas lideranças políticas, alimentará a sustentabilidade e o progresso da cidade, atraindo novos moradores e proporcionando bons índices de desenvolvimento urbano aos seus habitantes.
Podemos dizer que a resiliência de uma cidade está no vigor que as 3 funções acima nela se manifestam.
A cidade do Rio de Janeiro, em meio às tragédias que tem sofrido recentemente, fruto da extrema incapacidade de seus governantes em superar problemas sociais graves, demonstrou, no último fim de semana, um notável exemplo de resiliência. Grandes eventos públicos se realizaram: o feriadão de Finados, que atraiu mais de 500 mil visitantes; a realização do ENEM; a final da taça Libertadores da América; a organização do show do Red Hot Chili Peppers; o grande evento anual do cantor Roberto Carlos na Arena do Jockey Club... tudo isso regado a grandes chuvas e a maior ressaca dos últimos tempos foi enfrentado com alegria e fairplay pelos cariocas.
A existência dos inevitáveis transtornos e o registro de uma série de pequenos incidentes policiais e da lamentável morte de um adolescente que, desavisadamente, resolveu enfrentar as ondas, apesar dos inúmeros avisos de perigo, não resultam na condenação da cidade como abrigo, além de a movimentação ter um efeito benéfico ao seu comércio de bens e serviços. A mística da sacralidade do Rio de Janeiro mais uma vez prevaleceu sobre a triste realidade do seu quotidiano.
Edgar Duvivier e sua arte em Cuba, no stand da Cedro Rosa, na FIHAV 2023
Cedro Rosa Digital 2023 , feiras internacionais na China, Dubai e Cuba.
A cultura e a economia criativa desempenham um papel vital na revitalização de áreas degradadas nas cidades, proporcionando um novo ciclo de proteção, desenvolvimento, pertencimento, emprego e renda.
Ao transformar espaços abandonados em centros culturais, estúdios de arte, espaços de coworking e muito mais, essas iniciativas não apenas resgatam o ambiente físico, mas também promovem a inclusão social e o crescimento econômico.
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Um exemplo notável disso é a Cedro Rosa Digital, que está impactando positivamente o mercado da música independente em todo o mundo. Esta plataforma inovadora oferece oportunidades para artistas independentes divulgarem suas músicas, conectarem-se com seus fãs e acessarem recursos valiosos para o desenvolvimento de suas carreiras. Isso não apenas fortalece a cena musical independente, mas também contribui para a revitalização de áreas urbanas, ao atrair público e investimento para locais anteriormente negligenciados.
Através da cultura e da economia criativa, podemos criar cidades mais vibrantes, inclusivas e economicamente prósperas.
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