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A gente era feliz e não sabia



 

Dia desses recebi uma postagem com fotos de dois astros dos quais sou fã de carteirina: Morgam Freeman e Sidney Poitier. Foi dessas postagens aleatórias, que chegam a todo momento e nem sempre identificamos o remetente. As fotos estavam lado a lado e ambos envelhecidos. Sidney Poitier morreu em 2022, já com 94 anos e Morgan Freeman, dez anos mais jovem, pra nosso deleite, ainda está por aí.  Freeman fica para outras linhas. Vamos de Sidney Poitier que por assim dizer, me encontrou de calças curtas.

 

Ele foi o primeiro ator negro a conquistar um Oscar, com o filme, Uma voz nas Sombras, que não assisti. Na verdade, a primeira vez que ouvi falar de Poitier foi por sua atuação em Acorrentados, ao lado de Tony Curtis, filme que só fui assistir tempos depois na TV. Foi na telinha também que curti muito, Adivinhe quem vem para jantar. E foi pelo final dos anos 1960, que o assisti, finalmente no cinema, no clássico Ao Mestre com carinho.   

 

Assim que a postagem chegou, fiz um breve comentário sobre Sidney Poitier, falecido há pouco mais de três anos e que já andava sumido. O brevíssimo comentário foi o suficiente para que os algoritmos mexessem lá seus pauzinhos e, não demorou para que chegassem novas postagens com o ator em destaque. Uma delas citando Ao Mestre com carinho. Imediatamente minha alma exalou uma fragância de nostalgia. Coisas de quem vive à flor da pele.

 

Viajei ao século passado. Eu beirando meus verdes catorze, quinze anos, fui assistir o filme no Cine Iguaçu - que não existe mais. Saí do cinema balançado. Cursava o então ‘Científico’, numa escola pública e o enredo me pegou de jeito. Muita identificação com aquela atmosfera colegial da película. No dia seguinte voltei ao Cine Iguaçu para mais algumas sessões (naquele tempo a gente entrava no cinema e podia ficar direto).  

 

O auge emocional do filme é quando no final do período escolar, uma aluna (Lulu), canta a canção - tema do filme - para o mestre, na pele de Sidney Poitier. Depois de tantos confrontos e bullying com o professor preto, aquela turma de estudantes rejeitados por outras escolas, acabou conquistada pelo mestre.

 

A musiquina é simples, letra despretenciosa, mas que bateu fundo e virou um chiclete na época. Um alerta, de que, em algum momento, chegaria a minha hora de fechar os livros: “The time has come / For closing books”. Chegaria a minha vez, do adeus aos bancos escolares. Ná época não percebíamos que tempos bons eram aqueles de colégio. Chegávamos, se muito, a aturar. Que bom seria se todas as crianças e jovens, pudessem viver a chata e deliciosa experiência de estar na escola.

 

 A nostalgia me impulsionou a ouvir via YouTube a canção original, com a mesma Lulu. To Sir of Love me arrebatou, mais uma vez, e tantos anos depois. Pessoal, nunca comprei um disco da Lulu. Falo do que a canção simbolizou. E eu, indo ou voltando do trabalho, ouvindo a canção no celular. Quem, por acaso, passou por mim e ouviu aquela ‘desconhecida’ baladinha melosa, não percebeu, certamente, que ali caminhava um jovem deslocado do seu tempo. 


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