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XIII Memórias de um Cachorrinho Maduro


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Hoje de manhã, quando eu vi o Charlie no quintal, eu fiquei tão feliz que lati altíssimo pra mamãe me abrir a porta de vidro e eu sair pra ir grudar nele. É muito difícil pra mim ver uma pessoa que eu gosto muito e ter que esperar uma porta ser aberta pra eu ir sentir essa pessoa, o cheiro dela, a vibração, o ritmo de dentro do corpo dela, o calor da pele, e o carinho dela por mim. Eu fico tão feliz nesses momentos, que ter de esperar atras de uma porta de vidro pra sentir no meu corpo essa felicidade até essa porta ser aberta depois que a mamãe sai do quarto me bota meio maluco.  Aí eu gritei tão alto e fino que a mamãe apareceu correndo toda apavorada; achou que eu tava  sofrendo e pedindo socorro.


    Não sei como as pessoas aguentam. Tudo que elas fazem parece que só acontece depois de uma espera. Esperar a hora do jantar pra comer, esperar pra dar um abraço em um amigo até ele entrar pela porta e dizer alguma coisa, esperar pra poder ir dormir, transformar um passeio em uma espera pra chegar a algum lugar, nossa! Que coisa mais banho maria!


    Se eu pudesse eu comia sempre que quero, do jeito como eu durmo quando eu quero mesmo antes de ir pra minha cama de noite com a mamãe. Mas nada com as pessoas rola antes de uma espera, e por isso o que rola nem pode vir de todo o corpo delas, acho que vem mais da cabeça. Quando vem do corpo, o cheiro é mais importante e passa mais a presença de quem a gente quer ver do que as milhões de palavras que os humanos se dizem. E quando o cheiro é mais importante, as palavras ficam “pálidas” e sem graça. Mas quando elas, com os humanos, ficam mais importantes, elas desbotam o cheiro, desbotam o momento e tudo que vem na horinha, sem espera nenhuma.


   O Charlie veio aqui porque o Chris quer mudar o “landscape”. O gramado tá muito feio, ele quer botar outras plantas. Aí, a mamãe perguntou pro Charlie o que eram aqueles buracos no chão da grossura de um pulso, uns pertos dos outros. É uma cobra! O jardineiro e o Chris viram ela! Tem um metro e meio e anda por esse quintal! Eu não mereço isso!


   A Maya fica enfiando o nariz naqueles buracos e a mamãe morre de medo de ela levar uma mordida. O Chris disse que a cobra procura evitar pessoas e cachorros, mas quem vai me garantir que se ela estiver perto da saída daquele buraco ela não vai morder o nariz da gente, cruz credo!


   Agora, eu entendo que a mamãe fique uma fera tendo que me levar nesse quintal no meio da noite, com lanterna na mão, medo de coiote, e agora de uma cobra, Deus nos acuda!

   Tô começando a entender porque ela disse pro Chris que eu sou cachorro de apartamento. Mas não precisa ir tão longe. Eu adorei bater perna em São Francisco e ficar no hotel.  Fico só imaginando Nova York. Pelo sucesso que fiz em São Francisco, acho que em Nova York eu ia acabar sendo cartaz no Times Square!


Bem que eu mereço!


   Mas se a gente continuar ilhado aqui, mudar a vegetação desse quintal vai fazer a cobra dar o fora e essa grama queimada também. O meu amigão Charlie tá todo animado pra fazer isso pra gente. Ta só esperando o Chris voltar da França. A Maya tava toda deprimida nos primeiros dias que ele viajou, mas agora já vem direto pra minha cama e se aboleta bem no alto, onde EU gosto de ficar. Aí eu saio da cama e vou pro tapete. Me retiro. Finjo que não to nem aí, e continuo a ficar por cima!

     

 XIV Até mais!

 

   Ouvi a mamãe dizer que vai fazer um livro dos meus pensamentos. Todo mundo que ler o que eu transmiti pra ela vai ver como eu sou importante, corajoso, grande e “racé”.  Mas eu não sabia se era uma boa a mamãe me tornar público. Eu sou um cachorro muito reservado, a não ser quando quero que me admirem. Que vejam as minhas qualidades especiais como a mamãe vê. Só isso. Mas quero lembrar que com toda a minha coragem, inteligência, e sutileza, eu fui feito pro amor. Por isso, a minha raça importante também é conhecida como “Love Sponge”. Eu gosto das pessoas e encho elas de beijos.


   Quando a mamãe for ao Brasil, eu quero ir também, mesmo na mala do avião. E se eu encontrar gente que leu os meus pensamentos, eu também vou cobrir eles de beijos!


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