“...VIVA IPANEMA MA MA... “
Prá Inicio de Conversa.... sem esquecer que... “LEMBRAR É PRECISO”, retomaremos, na segunda semana de Maio, aqui na CRIATIVOS !, a pequena-grande série de experiências, com TOM JOBIM, cujo coração, a seu pedido, no mais puro estilo “...curva do Rio Pedra”, descansa, em paz, sob as AREIAS, o SOL e a LUA de IPANEMA, junto ao MAR de IPANEMA que, exatamente hoje, dia 26 de Abril de 2021, está completando o 127º aniversário desde sua fundação, em 1894. E não fora TOM JOBIM o “Garoto de Ipanema” – mesmo sem o ter pretendido jamais – por mais elevada síntese da alma deste quadrado amoroso – como definiu a escritora ipanemense Maria Lúcia Abreu, em “MEU QUADRADO IPANEMA”, não há IPANEMA FORA DO TOM, que nasceu, em 1927 e, portanto, apenas 33 anos depois do Bairro, como que para dar o TOM de IPANEMA.
Na Casa da Bossa Nova – TOCA do VINICIUS editamos, publicamos e lançamos, com autógrafos, o livro VILLA IPANEMA – Mario Peixoto, Carlos Eduardo Barata, Claudia Braga Gaspar, Marilúcia Abreu -, em Dezembro de 1994 (ano do centenário) e, pouco depois, em Novembro de 1997, o livro IPANEMA ANOS 60, de autoria do Jornalista Mario Peixoto, fundador e mantenedor do JORNAL de IPANEMA, que, hoje, saudoso, é lembrado como exemplo único na articulação comunitária ipanemense a partir da comunicação escrita, pelo ’ J.I.’ e por sua grandeza na interação social. O sensacional IPANEMA ANOS 60 reúne, também, trabalhos do imortal Juarez Machado, que foi destacado colaborador do Projeto. E não nos faltarão as oportunidades para bons papos sobre as menções acima.
Seguindo, pois, com nossas celebrações por estes 127 ‘outoninhos’ que IPANEMA está completando – repetimos – neste 26 de Abril, escolhemos, em nosso acervo, uma verdadeira pérola de documento para apresentar, aqui, aos nossos amigos leitores da CRIATIVOS ! . Trata-se de um exemplar original do CONVITE para uma importantíssima inauguração que ocorreu na largada dos anos 60. Mais particularmente, em 28 de...... ABRIL de 1961. Estamos falando – como nos antecipa a foto - do TEATRO SANTA ROSA. E aí, trazemos à cena o Poeta VINICIUS de MORAES, amigo muito querido de TOM JOBIM, além de seu parceiro de ‘CC’ : COPO-e-CANÇÃO, não necessariamente, nesta ordem. VINICIUS de MORAES não foi o primeiro parceiro de TOM, pois NEWTON MENDONÇA, antes, já esculpira a 4 mãos – como ensina seu biógrafo, o Jornalista MARCELO CÂMARA - com seu amigo TOM, duas notáveis e clássicas metalinguagens da linguagem BOSSA NOVA : ‘DESAFINADO’ e ‘SAMBA DE UMA NOTA SÓ’. É claro – vale sempre a pena lembrar – que BOSSA NOVA não é a CANÇÃO, como o CHORO, também não é a CANÇÃO. Ambos são – isto sim - formas de execução do SAMBA – no caso da BOSSA NOVA - e do SAMBA-e-de- outros-ritmos – no caso do CHORO. Portanto, LINGUAGENS. São a MÚSICA, pronto. A LINGUAGEM MÚSICA, que chega até nós através de seu instrumento materializador : a CANÇÃO. Podendo esta se constituir apenas de uma MELODIA – sua unidade mínima e suficiente – ou de MELODIA e LETRA. O que ocorre no caso das 2 parcerias de TOM e NEWTON que citamos acima é que, além da forma de execução, ambos conteúdos teorizam sobre seu comportamento musical, desempenhando espontâneo papel – como alertamos acima – de metalinguagens.
Naquele Abril de 1961, quando estreavam, em IPANEMA, o TEATRO SANTA ROSA e a Obra PROCURA-SE UMA ROSA, que VINICIUS de MORAES escrevera com PEDRO BLOCH e GLÁUCIO GIL, nosso amado Poeta ainda não havia recebido o pedido de TOM JOBIM – que só virá pouco mais adiante, em 1962 - para escrever uma “letrinha” que se casasse com a melodia de sua composição, quando já morava em um “107” diferente daquele em que ensinara “ para Elisete” (era assim que ela escrevia seu nome) as canções do CANÇÃO DO AMOR DEMAIS : era, agora, o 107 da GAROTA de IPANEMA, na rua Barão da Torre. Sempre IPANEMA !
A IMPORTÂNCIA do DOCUMENTO abaixo – registremos aqui – é resultado e uma ‘química’ ensejada por dois componentes valiosos : antes de tudo, a HISTÓRIA – de que é referência ; e, ato-contínuo o verdadeiro CERTIFICADO, em que se consubstancia por manter consigo o elevado significado do(a) doador(a).
Minha saudosíssima Amiga, a generosa, amável, altruísta, culta e dona de elevada consciência de Sociedade, esposa do amado Poeta VINICIUS de MORAES, você, MARIA LÚCIA PROENÇA, esposa do amado Poeta, à época, é responsável por este presente com que hoje nós presenteamos nossos amigos, leitores da CRIATIVOS !. Sua Memória terá a grande felicidade dos frutos do acervo de que cuidou e do destino com que nos honrou. pois, muito em breve, tão logo, em momento viável, o poder público entenda que a Cultura que trabalhamos, por sua representatividade, em dimensões LOCAL, NACIONAL e INTERNACIONAL não pode acomodar-se às iniciativas privadas – como a nossa -, que, por dignas, valentes e, até mesmo, heróicas, que sejam, não reúnem condições de assegurar, objetivamente, a perpetuação das interações entre os acervos fortemente representativos e INSPIRADORES DA PRODUÇÃO de futuros Músicos, futuros Escritores e – por que não ? de futuras platéias para aquilo em que nos transformamos : uma epopéia ? uma lírica ? uma sátira ? um Poema ? uma Canção ? Junto a outros Acervos trazidos por Irmãos e Irmãs iguais a você, Maria Lúcia Proença, um dia – que não está longe – o ESTADO VAI ENTENDER QUE ELE SERÁ A CASA DESTE PROJETO de nome específico, mas significado GLOBAL : a CASA DA BOSSA NOVA, que pertencerá à SOCIEDADE.
IPANEMA amada, não há noite ou manhã em que eu não lembre, não veja, não ouça teu sol, teus caminhos e teu marulhar. NÃO ESTÁ LONGE o dia em que a CASA DA BOSSA NOVA pertencente à SOCIEDADE – como sempre sonhamos ser - se tornará realidade. E TUDO, IPANEMA, TUDO, TUDO, TUDO, ANIVERSARIANTE AMADA, TERÁ NASCIDO EM TI. Abraço forte, Bairro querido. FELIZ ANIVERSÁRIO. VIVA IPANEMA, MA, MA, MA.
Carlos Alberto Afonso, em 26 de Abril de 2021.
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