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UM JARDIM BOTÂNICO PARA PETRÓPOLIS



 

Petrópolis, desde sua fundação, é uma cidade que deve ser pensada como um complemento da cidade do Rio de Janeiro, o qual sempre forneceu a este último opção de clima de moradia, convivência, educação diferenciada e outros aspectos que enriquecem a nossa vida metropolitana.

 

Embora denominada “Cidade Imperial”, ao longo do tempo vários testemunhos do período imperial e de uma Belle Époque brasileira que se estendeu até a década de 1940 vêm sendo apagados com o progresso. Refiro-me tanto a bens culturais oriundos da tradição dos seus imigrantes fundadores, como tipos de comércio, alimentação, atividades artesanais e outros, mas também, de forma preocupante, edificações e espaços urbanísticos em torno de logradouros públicos.

 

A cidade hoje tem a oportunidade de resolver um impasse que contrapõe ambientalistas à intenção da Prefeitura de construir um pavilhão de exposições no denominado ‘Parque Municipal Padre Quinha’. O parque, na realidade, é a maior concentração de Mata Atlântica no interior do perímetro urbano de Petrópolis. Um pulmão de ar puro ao alcance de toda sua população, infelizmente sem atrativos que poderiam potencializar o seu interesse, como cursos, viveiros de mudas, pequenos espaços para reuniões e outros usos adequados, como vemos no Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

 

Sucede que logo na entrada no parque, no outro lado na Avenida Ipiranga, existe o casarão Tavares Guerra, de 1874, cercado por um magnífico, porém pequeno, jardim desenhado por Glasiou, o maior paisagista do Império - e o primeiro a usar espécies nativas em seus jardins. O casarão Tavares Guerra em estado de deterioração acelerado, necessita de urgente intervenção para manter sua integridade, de resto icônico testemunho da grande burguesia nacional que veraneava em Petrópolis nos últimos anos do Império e até a República Velha. Os espaços do casarão se prestam à finalidades que adicionariam valor ao Parque Padre Quinha transformando-o em uma instalação gêmea do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Na realidade, em contatos com a direção desta entidade, fui informado que Petrópolis receberia todo apoio institucional do Jardim Botânico do Rio de Janeiro e toda experiência voluntária da sua Sociedade de Amigos para termos o nosso Jardim Botânico de Petrópolis educando nossos escolares, universitários e visitantes naquilo que é mais relevante para a sustentabilidade.

 

Quanto ao Parque Oscar Niemeyer, é bom que se esclareça que a denominação se refere apenas a uma homenagem ao grande Mestre, nada tendo a ver com um esboço de projeto por ele elaborado décadas atrás e que mais tarde foi vendido, com todos os direitos de propriedade intelectual associados, para ser construído no Hide Park, em Londres. Este pavilhão é uma boa iniciativa da Prefeitura que deve procurar construí-lo em outro local, como os antigos terrenos da Montreal Engenharia, resolvendo, concomitantemente, a criação de uma nova ponte em Corrêas. Outro possível local é a área marginal à Estrada do Contorno BR 040, o que seria até mais desejável.

 

A solução que propomos, sem impactos ambientais deletérios, corresponderia a uma muito melhor aplicação dos mesmos 12 milhões de reais de recursos públicos, uma mínima parte dos quais poderia ser destinada na forma de aluguel a longo prazo (15 a 20 anos) aos proprietários do casarão, investimento na sua recuperação e construção do pavilhão em terreno mais propício, utilizando o tal projeto existente, que certamente já envolveu dispêndios do governo municipal.

 

Caso a prefeitura opte pela desapropriação do casarão, poderia pensar em um projeto mais amplo, envolvendo também, em conjunto com o Itamaraty e Governo Federal, a restauração da Casa do Barão de Rio Branco, lá fazendo um monumento ao Tratado de Petrópolis – o maior sucesso da história da diplomacia brasileira e a restauração da casa do Barão de Mauá, que poderia sediar o maior centro de pesquisa digital sobre a modernização financeira e industrial do Brasil no período imperial. BNDES, Firjan e outras entidades podem ser parceiros naturais em tais iniciativas. O Rio e Petrópolis muito ganhariam em termos econômicos e culturais com a materialização desses projetos.


 

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