top of page

PATRIMÔNIO, CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO



 

Por volta de meados da década de 80, na época da criação da Fundação Nacional Pró-memória, tive o privilégio de jantar e seguir conversando pela noite adentro com Aloysio Magalhaes e Joaquim Falcão. Dois expoentes do redirecionamento da atividade de preservação do patrimônio e conceituação de “bem cultural”.

 

Como consequência daquela conversa inspiradora, eu, então executivo de empresas de energia elétrica, apoiei a criação, redação dos estatutos e primeiras atividades do Centro da Memória da Eletricidade do Brasil. Poucos anos depois, na CERJ – Cia. de Eletricidade do Estado do Rio de Janeiro, instalamos o Museu da Eletricidade e, mais adiante, na Light, dinamizamos a atuação do Instituto Light, que foi, entre 2006 e 2010, o mais importante apoiador de iniciativas culturais no Rio de Janeiro.

 

O espírito que presidiu estas iniciativas, conforme as palavras de Aloysio Magalhães, era valorizar a memória dos setores produtivos, recuperando um tipo de passado comum à maior parte da população brasileira. Até Aloysio, fora pouquíssimas exceções, considerava-se patrimônio apenas edificações, igrejas e fortificações do período colonial. Exemplos de cultura indígena, como a cerâmica marajoara, eram tidos como uma espécie de manifestação de exotismo e o tombamento de fábricas, ferrovias, instalações portuárias e outros equipamentos urbanos era inexistente.

 

Aloysio foi quem mais trabalhou o conceito que “saberes se constroem sobre outros saberes, e estes sobre práticas muitas vezes artesanais”. Gosto de citar o exemplo da denominação da cidade de Stuttgart, na Alemanha, que sedia as fábricas da Mercedes Benz e da Porsche. Esta localização decorre de lá ter sido o grande centro das cavalariças reais da Alemanha. O “Stud Garden”, em inglês, ou “estrebarias” em nosso idioma. Das cavalariças para os fabricantes de carruagens foram séculos. Destes para os de carrocerias de automóveis e das modernas fábricas, um pouco menos. É o exemplo do que chamamos – lembrando Aloyiso – “a evolução de saberes”.

 

A preservação seguindo este exemplo deve ser um meio de, guardando referências do passado, ir ensejando através da criatividade e da inovação permanentes o surgimento de novos produtos e serviços e não apenas promovendo a visitação de um marco do passado como curiosidade. A propósito, lembro o bom exemplo da restauração da Igreja Lapa dos Mercadores no Rio de Janeiro, onde a sua visitação pode coincidir com a audição de um belo concerto e ser precedida de um café-da-manhã à moda imperial em algum dos restaurantes fronteiros situados na mesma Rua do Ouvidor. Isso traz uma dinâmica especial ao ambiente histórico inserindo-o em um roteiro de uso contemporâneo.

 

Outra possibilidade que se abre cada vez mais para o Rio de Janeiro e cidades serranas vizinhas é o desenvolvimento da sua indústria de audiovisuais baseados em ambientações históricas. No jornal O Globo da segunda-feira, dia 12/2, Miguel de Almeida publicou um excelente artigo sobre o enorme potencial que esta indústria representa ao lado de suas congêneres denominadas de “soft power industries”. No Brasil, este tipo de indústria já representa uma fatia do PIB superior à da indústria automobilística. Músicas, séries de TV, filmes e eventos em geral serão cada vez mais importantes no conjunto da economia moderna de baixo carbono e na sociedade digital.

 

O território propício para o crescimento das indústrias do soft power são as cidades que demonstram um grande respeito à tradição cultural sem que se deixem fossilizar por um espírito passadista, mas que façam da sua tradição a alavanca para expansão da sua presença cultural no Brasil e no mundo.


 

Cedro Rosa Digital: Transformando a Música Independente Globalmente



O soft power, a economia criativa, a cultura e a tecnologia desempenham papéis fundamentais na transformação de um país, gerando pertencimento, desenvolvimento, emprego e renda. Fundada pelo renomado produtor e compositor Tuninho Galante, a  Cedro Rosa Digital exemplifica esse impacto ao revolucionar a indústria musical, certificando obras e gravações e oferecendo uma plataforma segura e transparente para artistas independentes de todo o mundo.



Através da tecnologia, a  Cedro Rosa Digital cria oportunidades para artistas emergentes, facilitando o acesso ao mercado global e promovendo a diversidade cultural. Ao certificar obras e gravações, a empresa garante a proteção dos direitos autorais e promove a transparência nas transações, gerando confiança entre os artistas e o público.



Assim, a Cedro Rosa Digital não apenas impulsiona a economia criativa, mas também fortalece o sentimento de pertencimento cultural e contribui para o desenvolvimento socioeconômico, criando empregos e gerando renda para comunidades ao redor do mundo.

0 comentário

+ Confira também

destaques

Essa Semana

bottom of page