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O FUTEBOL TEM CURA, MAS PRECISA DE UM COQUETEL DE REMÉDIOS



Sou da antiga e gosto de falar de futebol como aquele jogo apaixonante, que me motivou a fazer a faculdade de Jornalismo e a buscar a editoria de Esportes. Dos anos 80 para os tempos atuais, é óbvio que muita coisa mudou. O futebol virou uma indústria que movimenta bilhões de reais, atrai multidões e, por conta disso também, infelizmente se transformou num palco de manifestações racistas, como temos visto recentemente. E num campo oportuno, onde apostadores corrompem jogadores e tentam faturar até mesmo milhões de reais em sites, manipulando resultados.


Falando então do jogo, o futebol brasileiro precisa ser repensado, e isso se faz urgente. Porque não é aceitável que o Campeonato Brasileiro, principal competição promovida pela CBF, seja visto como um trampolim para a Copa Libertadores e, em várias rodadas, deixado de lado para que as equipes se poupem pensando na Copa do Brasil, que paga premiação muito superior.


Há alguns anos, mudanças fizeram surgir esse cenário. O Brasileirão passou a ser em pontos corridos; a Copa do Brasil se estende, agora, até o fim do ano, com a entrada dos times que disputam a Libertadores a partir da terceira fase; e a Libertadores ampliou o número de participantes, abrindo espaço para um mínimo de seis equipes oriundas da Série A. Isso significa que: 1) não temos mais jogos finais decisivos no Brasileirão; 2) as duas competições nacionais disputam espaço no calendário; e 3) a luta por vaga no torneio continental ficou bem mais tranquila.


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E com tudo isso, diminuiu a competitividade no Brasileirão. Não estou dizendo que os clubes não sonhem com esse título nacional, mas se voltarmos no tempo, uns 20 anos talvez, vamos conseguir recuperar uma fala do técnico Vanderlei Luxemburgo alertando para essa mudança de interesse no campeonato. Há clubes que, reconhecidamente, entram na disputa pensando apenas no G6, ou ainda, se satisfazendo com uma campanha mediana, que pode levá-lo para um torneio internacional – não custa lembrar que outras seis vagas levam os times para a Copa Sul-Americana. E como a Copa do Brasil paga premiação maior, que seja ela a ambição principal.


Qual a saída? Bem, ao contrário do que ocorre na Europa, aqui temos os torneios estaduais, que ocupam grande parte das datas disponíveis nos quatro primeiros meses do ano. Isso faz com que, a partir de maio, os times não respirem, com jogos em sequência, nos meios e nos fins de semana – lembrando que ainda temos as Datas Fifa, quando as competições são paralisadas. Se a Copa do Brasil começasse no início da temporada, o fim do ano teria uma redução substancial de jogos.


“E os estaduais?”, você vai me perguntar. Que sejam mantidos com os times de menor investimento e uma reta final com a entrada dos grandes, como acontece na Copa do Brasil. É uma ideia, certamente não é a melhor. Mas seria uma alternativa.


Mas isso trata apenas do calendário, que pode ser resolvido de forma mais ágil se a criação da liga profissional se confirmar. E aqui está algo difícil de resolver, em razão dos interesses tão distintos que cada clube defende. Aliás, os clubes estão divididos em duas “pré-ligas”, se posso chamar assim. Esse é um sonho antigo, que só acredito que vá caminhar de forma efetiva quando houver profissionalização na direção, e não apenas dentro de campo.


E aí vamos para outra mudança, que já começou num primeiro estágio: a transformação dos clubes em SAFs. Tivemos uma primeira leva, que atingiu as entidades que não tinham muita alternativa, em razão das dívidas, casos de Cruzeiro, Botafogo e Vasco. Agora o caminho parece que será outro, e até clubes bem resolvidos admitem essa adoção de gestão, com uma ressalva: negociariam menos de 50% de seus ativos, mantendo o controle acionário. Como acontece com clubes na Europa, e o Bayern de Munique é um exemplo.


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E outra ferramenta de gestão que precisa desembarcar no Brasil é um rígido fair-play financeiro, de forma a impedir uma gestão tresloucada, que permita a um clube investir mais do que arrecada – e não faltam exemplos disso no cenário atual. Só para terem uma ideia, Atlético-MG, Cruzeiro e Botafogo fecharam 2022 com dívidas declaradas superiores a R$ 1 bilhão. É até difícil de acreditar.


O caminho é árduo. Mas como eu disse lá no início, o futebol é apaixonante. E por isso eu acredito que tudo é possível de ser resolvido. Acredito e torço por isso.

 

Sergio du Bocage é jornalista, formado na UFF em 1983. Começou no Jornal dos Sports em 1982, trabalhou na TV Manchete, na Rádio Globo e está na TV Brasil desde 1984. Atualmente é apresentador do programa “No Mundo da Bola”


 

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