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Memórias de um Cachorrinho Maduro (1O)



 

Graças a Deus, mamãe voltou de São Francisco! Eu e Maya ficamos com a Tweety e fomos muito bem tratados, a gente ama a Tweety.


   Mesmo assim, nada como a mamãe, que sempre tem saco e que defende a minha felicidade. Que para o que está fazendo pra ver se eu estou legal, que me elogia pros outros, que me leva na coleira pra passear, que pede pra Jessie me levar no Starbucks, que convence o Chris a me dar atenção mesmo querendo que eu fique com ela!


   A ficha caiu pra mim e eu vi o tamanho das saudades que senti dela quando ela entrou com o Chris porta adentro. Adorei ver o Chris, mas fiquei no colo da mamãe mostrando o meu amor. Até consegui arrancar o brinco que ela usa porque tentei lamber a ponta da orelha dela. E ela ficou muito feliz com a minha felicidade!


   “Que gracinha... Que lindo!” não parava de dizer, “Ele sacou que sou eu que estou sempre aí pra ele!”


   Mas uma amiga chata do Chris pediu pra deixar a cachorra dela aqui. O Chris não queria, mas a mamãe aceitou porque disse que não é fácil deixar cachorro pra trás e gostaria de poder contar com alguém que fizesse isso pra ela.  Mas sabe muito bem que eu não tenho saco pra cachorros e estava preocupada comigo. Sabe que eu não durmo na cama dela quando outro cachorro se planta lá. Na minha cama, aliás! Onde eu tenho o meu lugar de machão e não dou bola pras fêmeas. Só `as vezes, eu vou lá pro topo do travesseiro, bem longe delas, e a mamãe diz que eu estou no camarote!


   A cachorra que veio se chama Bentley, vê se pode! Vai ver que é porque tem pedigree Yorkshire Terrier. Ela bate pela metade da minha perna e me lembra que eu sou mesmo tão grande quanto aquele São Bernardo com cara de bobo que vi outro dia. Mas prefiro aguentar a Maya pra poder ficar em volta do Chris, como eu sempre fico, com ou sem hospedes indesejáveis na casa.

   Eles estavam com medo de que a Maya fosse ameaçar a Bentley, mas a Maya passa longe, ela é cuidadosa com cachorros pequenos. Não arrisca quebrar a outra em dois sem querer.  Eu, na minha importância, ignoro as duas. Fico só lembrando os meus papos com a mamãe, que rolam sempre antes de dormir, quando a gente esta bem confortável na MINHA cama.


    Outro dia, ela disse me olhando bem nos olhos:

   “Luluco, como andam as coisas com você?”


   Pensei muito, porque tudo é um mundo pra mim. Os cheiros diferentes, as visitas, o gosto da comida, o ar no quintal, a chatice dos outros cachorros, as chegadas do Charlie, os petiscos que a Jessie me traz, os passeios com o Chris, a comida que eu como...


   Mas os olhos da mamãe me dando toda atenção me faziam ser tudo pra ela e não precisavam de resposta. A resposta era eu todo ali pra ela. Por isso, ela saca que eu gosto de conversar, gosto dessa hora quando ela para de ficar pra cá e pra lá, de fazer isso e aquilo, e então me vê por inteiro, me dá aquele momento todinho só pra mim e eu fico único! Eu fico infinito e ela sente o meu infinito passando de mim pra ela e dela pra mim!    



Escute essa playlist dedicada ao meio ambiente, na Spotify / Cedro Rosa.



Thiago Kobe, um grande artista, na Cedro Rosa.



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