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Clube da Esquina - Os Sonhos não envelhecem




De repente o papo na mesa, de política, cinema e futebol mudou quando Ricardo ‘Ferrugem’ Paiva, disse que nosso amigo Cezinha comprara ingresso para o show do Milton Nascimento. Senti uma ponta de inveja. Os ingressos para os shows que marcam a turnê de despedida de Bituca dos palcos se esgotaram rapidamente. Me culpava por não ter me inteirado a respeito e adquirido ingresso para esse acontecimento histórico e tocante. Ricardo comentou que não se animou em comprar o ingresso por não concordar com um show que chama a atenção para o fim da carreira do Milton: “Um show para dizer que ele não fará mais shows?! Não tem nada a ver. Não vou.” Milton inicia a despedida dos palcos quando o premiado disco Clube da Esquina faz 50 anos. É autor da música que dá nome ao disco e que cinco anos depois saiu letrada por Lô e Márcio Borges: Clube da Esquina2. E aqui a esquina da crônica. Vamos nessa.


Alguns anos antes, eu e Conceição Soares, ex-mulher e então sócia, editávamos o jornal de turismo Serra&Mar. Um mensário que circulava em agências de viagem, rodoviárias, aeroportos do Rio, bancas de jornal e outros pontos. E a atividade se estendia a divulgação da região. Certa vez levamos dois jornalistas dos cadernos de turismo da Folha de São Paulo e de O Globo para conhecerem alguns atrativos na serra. Almoçamos na Pousada da Fazenda do Mel, em Visconde de Mauá. Fomos recebidos com o maior carinho pela proprietária, a maravilhosa e premiada chef de cozinha, dona Olímpia. Dali atravessamos a Ponte dos Cachorros para o próximo destino que era uma fazenda que promovia cavalgadas. Junto da ponte uma sofisticada venda chamou a atenção dos jornalistas, entramos. Não lembro o que compramos. Um pouco antes de sairmos a proprietária disse que também estava vendendo livros do marido. Pedimos para ver e ela trouxe o livro: “Os sonhos não envelhecem – história do clube da esquina”. O marido da moça era simplesmente Márcio Borges. Fomos para a cavalgada e na volta pegamos três livros, autografados pela fera.


Voltemos ao Ricardo, que é certamente o cara mais apaixonado pela turma dos mineiros que eu conheço. Incluindo o Milton que é mineiro honorário e por adoção. Ferrugem sabe de cor praticamente todas as canções da turma. Ele também leu o livro do Márcio. Num fim de semana nos dois fomos participar de um encontro de blogueiros progressistas em Bolo Horizonte. Num intervalo do evento saímos pela capital mineira buscando vestígios daquela turma brilhante. Chegamos ao Edifício Levy, na Avenida Amazonas, prédio onde Milton morou e também a família Borges, que recebia os amigos dos filhos Marilton, Márcio e Lô. Tiramos fotos no local. Era como caminhar sobre as pegadas desses caras que escreveram uma das páginas mais belas de nossa música.


À noite esticamos nossa expedição à icônica esquina das ruas Paraisópolis e Divinópolis no bairro Santa Tereza. Lá, no sobrado, está o Museu Clube da Esquina, que tem um bar com atrações musicais. Pouco depois que chegamos começou a música com Marilton Borges ao piano, acompanhando o filho Rodrigo. Foi uma noite maravilhosa. A família do então já saudoso Fernando Brandt estava presente. E Rodrigo Borges foi impecável. Num intervalo fomos conversar com o jovem cantor e para nossa agradável surpresa ele nos disse que cantaria em Visconde de Mauá, na Semana Beatles, algumas semanas a frente.


A Semana Beatles é uma iniciativa do casal Leandro Souto Maior e Mari com apoio de gente ligada à cultura na Vila de Mauá. Eles são proprietários do bar Casa Beatles, que fica na Vila. A ‘Semana’ tem atrações variadas, e não apenas música, mas tudo tendo como fonte geradora, o Fab Four. Claro que fui ao evento do qual já sou fã de carteirinha. Além do Rodrigo Borges, outra grande atração foi o instrumentista de Belo Horizonte, Renato Caetano com sua viola caipira e seu álbum instrumental, ‘As dez cordas de Liverpool’. Muito bom. Mas a Semana Beatles já é tema para uma próxima vez. Só pra lembrar, dias 8 e 9 de julho, Wagner Tiso e Victor Biglione estarão no Jaz Village Bistrô, em Penedo, com um show pelos 50 anos disco Clube da Esquina. Nos vemos lá.


“Porque se chamava moço Também se chamava estrada Viagem de ventania Nem se lembra se olhou pra trás Ao primeiro passo, asso, asso Asso, asso, asso, asso, asso, asso Porque se chamavam homens Também se chamavam sonhos E sonhos não envelhecem” (Clube da Esquina 2-Milton Nascimento/Lô Borges/Márcio Borges)


 

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