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Clara



Ninguém conseguia silenciar a Clara. Desde menina, falava o que pensava, era clara e direta em suas opiniões. Bastante argumentativa, tinha sempre um comentário, uma resposta na ponta da língua para quem quer que fosse, independente da situação.


E ninguém conseguia parar a Clara. Ela não se dava por vencida em nenhum tipo de discussão, em nenhuma roda de conversa, fosse um bate papo casual, uma reunião de trabalho, uma conversa  em família. A última palavra tinha que ser a dela. Ela tinha respostas e discursos prontos, se definia  como uma pessoa extremamente sincera e que gostava de expor suas opiniões


As pessoas se dividiam sobre o que pensavam de Clara: umas a achavam petulante e grosseira, outras gostavam do fato de ela sempre ter algo a dizer sobre tudo e nunca ficar em cima do muro. Mas todas, sem exceção, se sentiam desconfortáveis com o fato de que Clara era sempre "sincera demais". E ela sempre se gabava por acreditar ser uma pessoa autêntica.


Até que um dia um amigo em comum apresentou Clara a Cláudio. Ela logo notou a semelhança entre eles. Ambos falavam o que pensavam e se definiam como pessoas que não têm papas na língua. Mas o problema é que só neste momento, Clara vivenciou algo que nunca havia experimentado antes: o desconforto de se relacionar com uma pessoa exatamente como ela. 


Certo dia em meio a uma conversa, Cláudio foi claro e direto dizendo à Clara o que achava dela. As palavras de Cláudio incomodaram Clara profundamente. E ela, que sempre tinha respostas prontas, ficou sem reação e pela primeira vez ela silenciou. Não conseguiu dizer nada, somente sentir.


Sentir raiva, indignação, frustração. Afinal, ela discordava do que Cláudio disse sobre ela e não agradou nem um pouco a maneira como ele se expressou. Ela não era nada daquilo que ele disse. Ou era? Ela sentiu que precisava entender o que era tudo aquilo que estava sentindo. 

Lembrou das incontáveis vezes que falou algo a alguém e o interlocutor silenciou. "Será que as pessoas sentiam o que estou sentindo agora"?


Ela pensou que se causou aquela mesma dor e indignação em outras pessoas, talvez dizer o que pensava da maneira como ela fazia não era tão legal quanto ela achava ser, muito pelo contrário. 


Alguém conseguiu silenciar Clara. E só quando ela silenciou é que pôde analisar o seu próprio comportamento e refletir sobre a sinceridade. Ela é uma característica especial, porém se torna desprezível se não é acompanhada de respeito, educação e bom senso.


Clara continua sendo clara, articulada, cheia de opiniões. Prosseguiu dando seus pontos de vista, participando das conversas e se posicionando. Clara continuou se relacionando com todos ao seu redor. Porém, Clara nunca mais foi a Clara de antes.


De Paula Sabbag para CRIATIVOS!


 

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