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ARTE BIZANTINA, parte 1


Carlos Humberto Pimentel Duarte da Fonseca

ARTE BIZANTINA


1- Época de Justiniano


Ao contrário da Antiga Roma, Constantinopla teve sua existência ininterrupta até 1453.

Sua máquina militar e administrativa acusa tendências fortemente centralizadoras: a corte imperial de profundas raízes religiosas e o próprio imperador ambicionando um poder político e espiritual incontestado.

Sua tradição era constituída pela constante interpenetração das recentes conquistas cristãs e do velho patrimônio cultural legado pela Antigüidade.

No tempo da fundação de Constantinopla, fizeram-se sentir fortes influências romanas na provinciana cidade helenística., que se transformou rapidamente numa metrópole.

No início, houve uma incontestável romanização, mas logo Constantinopla sentiu que era algo de diferente da Antiga Roma.. Esse processo foi muito favorecido pela simbiose da Igreja e do Estado.

O que entendemos por “mundo bizantino” é uma manifestação assaz tardia. O período entre o ano 330 e a primeira metade do século VII pode ser qualificado como romano-oriental.


Arquitetura


Do pouco que resta desse período destacam-se as grandes igrejas de traço basilical (primeira Santa Sofia, Stos Apóstolos de Constâncio, Sta Irene e Stos Pedro e Paulo), edifícios abobadados no corpo central (construção octogonal do palácio constantiniano de Dafne, mausoléu de Constantino).

Havia uma grande diferença entre os edifícios religiosos e profanos.: Os religiosos eram do tipo basilical tradicional ( espaços cobertos terminados por absides. Os prédios civis tinham um denominador comum: A cúpula abobadada e planta central.

Após Justiniano, as novas igrejas passaram a ser mais grandiosas ( igrejas dos Stos Sérgio e Baco, Sta Sofia, a segunda de Sta Irene e a dos Stos Apóstolos).


Santa Sofia


O contraste entre o lado de dentro e o de fora é espantoso.

Do lado de fora , observa-se uma massa arquitetônica de simplicidade quase ascética. Dum grande cubo central , emerge uma enorme cúpula, que cobre o meio da igreja e é flanqueada por duas semi-esferas.

O seu bloco geométrico difere também do caráter maciço amorfo das velhas arquiteturas orientais, graças às paredes rasgadas por aberturas na parte inferior que fazem a arquitetura “encerrar um espaço”. A principal função das paredes é delimitar e compartimentar espaços internos.

O seu interior é duma sólida e profunda gravidade, apresentando duas tendências “espaciais” diferentes : uma visando a impressão dum espaço estático , determinado pela cúpula e seus pilares , formando um todo (efeito de repouso) e outra dando a impressão dum espaço dinâmico, devido ao movimento criado pelas colunatas laterais e pelas paredes cortadas por fileiras de janelas.

Se compararmos a fusão destas duas linhas arquitetônicas diferentes com a arquitetura romana antiga e a arquitetura paleocristã, verifica-se que os arquitetos de Sta Sofia podiam ter-se inspirado nas grandes construções civis romanas de planta central e, por outro lado, na basílica paleocristã, onde o eixo longitudinal é acentuado. É precisamente a fusão harmoniosa destes princípios opostos que constitui uma das criações mais fecundas da arquitetura bizantina da época. Pode-se considerar Sta Sofia como uma transposição do ideário político imperial (realizado em Bizâncio pela junção do poder sacerdotal , numa estrutura monolítica).


Ravena



A arquitetura bizantina da época de Justiniano se liga , no conjunto, à dos últimos séculos do Império Romano.

A Igreja de São Vital tem a forma dum octógono ligeiro. O verticalismo da igreja de Ravena é acentuado pelas bandas (pilastras planas) que articulam os lados do octógono; ou seja, as igrejas de Ravena passam uma maior idéia de leveza do que as de Constantinopla.


Armênia


Aí se encontram inúmeras influências: palestinas, sírias e bizantinas propriamente ditas. Nos séculos VI e VII se pode situar o início da arquitetura armênia. Basílicas abobadadas de nave única ( igreja do castelo de Ani,622) e igrejas de naves flanqueadas de colaterais (Ereruk, séc.VI e Eghivaid, séc.VII, que se ligam à arquitetura religiosa síria pela rigorosa articulação tectônica.

Outro tipo de planta popular na Armênia é o das edificações religiosas de cruz latina com uma cúpula sobre o transepto (Bagawan e Mren, séc.VII)


Mosaicos


Da época justiniana restam muito poucos. Em Salônica (Tessalônica), poucos mosaicos da igreja de S. Demétrio escaparam dum incêndio de 1918. Esses fragmentos acusam um certo parentesco com os mosaicos de Sto Apolinário Novo, em Ravena.

Na península do Sinai, no Convento de Sta Catarina, a igreja conservou uma grande composição representando a Transfiguração de Cristo.



Imperadores macedônios e comnenos


Depois da grave crise que sacudiu o mundo cristão oriental durante a querela dos iconoclastas, o Império Bizantino restabeleceu o seu poderio político e sofreu um vigoroso surto em todos os seus domínios. Os países balcânicos acabaram por reconhecer a supremacia bizantina, após a submissão dos búlgaros.

Durante esta segunda idade do ouro, Constantino Porfirogeneta criou à sua volta um núcleo de estudos humanistas e científicos em que participava diretamente. Mas é no reinado de Basílio II (976 a 1025) que o surto político e cultural do Império regenerado chega a atingir o seu ponto culminante.

Os Comnenos (1081-1185) prosseguem com energia os esforços tendentes a consolidar as posições conquistadas pelos seus antecessores; entretanto, houve uma derrocada no início do século XII, com a entrada dos cruzados em Constantinopla.

Nesse período, as igrejas são de planta cruciforme , cujos antecedentes diretos são a de Sta Irene de Constantinopla ea da Virgem de Éfeso..

Seus expoentes mais claros são Sta Sofia de Salônica e a Koimésis de Nicéia. Outros exemplos são Sta Teodósia de Constantinopla (mesquita das Rosas) e a igreja de Hagios Teodoros.


( continua...)


BIBLIOGRAFIA


- Bizâncio – Wladimir Sas-Zaloziecky; trad. De Maria Ondina. Editorial Verbo, Lisboa – Portugal.

- The Icon – Vários Autores . Alfred Knopf, Nova Iorque- EUA –1982.

- Russian Icons – Konrad Onash. Phaidon, Oxford – Reino Unido.


 

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