A Ironia Atemporal do Barão de Itararé: Documentário-Comédia Estreia no Festival do Rio
- Redação
- há 1 dia
- 3 min de leitura

HUMOR NO CINEMA: ENTRE SEM BATER.
Com narração de Gregorio Duvivier, "O Brasil Que Não Houve" resgata Apparício Torelly, o precursor do "jornalismo mentira, humorismo verdade" que satirizou a Era Vargas.
O documentário-comédia "O Brasil Que Não Houve - As Aventuras do Barão de Itararé no Reino de Getúlio Vargas" acaba de lançar seu trailer e está pronto para estrear. O filme tem sua primeira exibição marcada para 5 de outubro na mostra Première Brasil do Festival do Rio, chegando à tela do Canal Curta! no dia 24 de outubro.
Com a narração de Gregorio Duvivier, a produção mergulha na trajetória de Apparício Torelly, mais conhecido pelo pseudônimo Barão de Itararé. Considerado o grande nome do "jornalismo mentira, humorismo verdade", o Barão foi o criador do jornal "A Manha" (1926), uma publicação ácida que satirizava a imprensa, a política e a sociedade da Era Vargas.
Humor Como Lente Histórica
Assinado pelo roteiro e direção de Renato Terra e Arnaldo Branco, o documentário adota o espírito bem-humorado de Torelly para contar sua história. Renato Terra, diretor conhecido por obras como “Narciso em Férias” e “Uma Noite em 67”, explica a escolha: “Foi fundamental trazer o espírito bem-humorado do Barão de Itararé para contar essa história. A trajetória do Barão e seus confrontos com o governo de Getúlio Vargas são contados pela lente do humor.”
O filme destaca a relevância atemporal do jornalista, cujas frases icônicas, como "De onde menos se espera, daí é que não sai nada mesmo", ecoam até hoje. O jornalístico de Torelly é tido como precursor de títulos importantes do humor e da sátira no Brasil, como “O Pasquim”, o “Casseta & Planeta” e, mais recentemente, o “Sensacionalista”.
Arnaldo Branco, que codirige o documentário, ressalta a audácia do humorista em seu tempo: “O Barão é de uma época em que os humoristas eram cancelados de verdade. Somando todas sua passagens pela cadeia, ficou mais de dois anos preso por contar piadas.”
O Cronista do Brasil Que Não Houve
Torelly, que se autodeclarou "herói de dois séculos", cunhou diversas expressões e marcou o jornalismo com seu olhar afiado. Ele nasceu na iminência de uma batalha armada (a Revolução de 30) que, na prática, se resolveu por meio de um acordo, ou como o Barão frequentemente destacava, por um conchavo, prática que ele via como uma vocação nacional.
À sua maneira, Apparício Torelly mudou o jeito de fazer humor e jornalismo. Hoje, é reconhecido como o cronista oficial de um Brasil que não houve, mas que ele soube capturar e ironizar em sua essência.
Sinopse e Ficha Técnica
Sinopse: Neste documentário-comédia, Gregorio Duvivier narra os feitos do Barão de Itararé e os defeitos de um Brasil que se equilibra entre a graça e a desgraça. O filme saúda o humorista Apparício Torelly e usa o humor como lente para satirizar a versão oficial do Brasil de ontem e de hoje, tudo isso numa época em que comediantes iam para a prisão — e o Barão foi preso três vezes.
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Ficha Técnica (Principais):
Narração: Gregorio Duvivier
Direção e Roteiro: Renato Terra e Arnaldo Branco
Montagem: Jordana Berg, edt. e Hannah Maia, edt.
Produção: Inquietude (para o canal Curta!, viabilizado pelo FSA)
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