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Zona de Conforto


Já falei neste espaço sobre o pernicioso mantra da área empresarial que se denomina: retirar o pessoal ( ou fulano) da zona de conforto. O pressuposto é estúpido: considerar que as pessoas na situação de incerteza quanto à sua contribuição para o grupo rendem menos, trabalham menos , produzem menos . Para este tipo de chefia cobradora que gosta de exercer autoridade desta forma, as pessoas só funcionam assim. É o caso daqueles patrões de embarcações de remadores escravos, que usavam a chibata como a forma de obter mais esforço de sua equipe.

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Nem mesmo esses se deram bem. As galeras gregas, de remadores não escravos , lutando pela liberdade de seu país, frente à Persia , ou pelos seus negócios - muitos de pirataria cujo fruto seria dividido - sempre foram mais eficazes. Infelizmente a lição é difícil de ser entendida até que acontece um lamentável evento como o do jovem estagiário de advocacia que pulou da janela do escritor onde trabalhava o após ser severamente repreendido por perder o prazo num determinado processo. Detalhe: o estagiário estava há três dias sob intenso trabalho, dormindo mal, tenso. Este ambiente de trabalho de alto nível de stress, em escritórios de advocacia e bancos de investimento, em geral em meio a processos negociais intensos , ocorre com frequência e é especialmente estressante para jovens que por força do ambiente, faltam às aulas, perdem a oportunidade de estudar mais, criam traumas de trabalho. É como se o aprendizado para a vida realmente fosse sobreviver a um chefe que não sabe organizar e dimensionar melhor a sua equipe numa organização ou que não promova o mínimo respeito à ética no trabalho. Tudo isso entremeado de piadinhas de fracote, filhinho da mamãe e pejorativos vários. Vejo nisso tudo um problema de ganância e desumanidade. Estagiário é mão de obra barata, sem direito algum. Deveria estar no escritório para aprender e não para ser vilmente explorado, como a maioria. Alem de tudo é sabido que as pessoas produzem mais e melhor quando tem seu interesse alinhado com a empresa, quando procuram a autossuperação de limitações, como a motivação pessoal, dos remadores gregos, e não sob a chibata de um chefete fascista. As pessoas precisam mesmo do máximo conforto para trabalhar e uma alta motivação para se superar. Posso dizer que vi varias situações destas ao longo da vida e elas sempre me causaram uma enorme pena das vítimas. Impedi todas as que pude. E lamento não ter me engajado mais na melhoria deste tipo de relação empregador x empregado. As pessoas devem estar psicologicamente muito fortes ao ingressar nas estruturas de trabalho para resistir aos péssimos modelos de chefia existentes ainda em muitas industrias, organizações de serviços e, pasmem, nos escritórios onde as pessoas batem para solicitar que seus direitos sejam respeitados.


 

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