Um futuro para Petrópolis
Petrópolis que acaba de comemorar 181 anos da sua fundação nasceu ligada ao Rio de Janeiro e assim tem vivido como se o cordão umbilical que as une jamais fosse cortado. Podemos assim falar do seu futuro para a população e para os governos de ambas as cidades.
O vigoroso processo de desenvolvimento urbano que hoje inclui Rio e Petrópolis na mesma região metropolitana com mais de 12 milhões de habitantes produziu alterações funcionais na vida de ambos municípios, o que impõe uma reflexão inclusiva no plano metropolitano sobre seu futuro.
O primeiro ponto a ser levado em consideração é nos despirmos da tendência muito comum de alimentarmos uma guerra entre o status do presente em ambas cidades e saudosas lembranças de um passado idealizado. Esse tipo de disputa sempre negligencia o futuro para onde devem se voltar os nossos esforços, naturalmente sem negar nossas origens.
Uma visão de futuro, levando em conta que nós moldamos as edificações e os espaços urbanos das nossas cidades, mas por outro lado eles moldam a nossa existência e de nossos descendentes, deve privilegiar a manutenção e o bom uso desta herança edificada. No caso de Petrópolis proponho a constituição de quatro conjuntos de testemunhos da sua existência pensando não só nas edificações restauradas mas com usos compatíveis que favoreçam o desenvolvimento econômico da cidade.
O primeiro conjunto denominado Petrópolis Imperial visaria a memória do seu passado até a Proclamação da República. Dele constariam o Museu Imperial, o Palácio Grão-Pará, a Casa do Colono, a universidade Católica, as casas do Barão de Mauá e do Barão de Rio Branco, o Palácio de Cristal, a Catedral, a Casa da Princesa Isabel, Fábrica da Bohemia, os edifícios fabris da Companhia Petropolitana e da São Pedro de Alcântara e outras casas cujos proprietários aderissem a um programa de visitas guiadas.
A existência de uma sociedade de preservação de imóveis históricos que recebesse incentivos dos três poderes da República, poderia aumentar e muito este patrimônio com a inclusão da Casa Tavares Guerra e o Parque Municipal fronteiro, a Casa da antiga embaixada inglesa, a casa do Monsenhor Bacelar - hoje Franklin Sampaio e as fazendas Samambaia, Padre Corrêa e Santo Antônio.
O segundo conjunto que denominaria Petrópolis Belle Époque se estenderia até a transferência da Capital federal para Brasília. É uma época marcada pela construção de belas casas de veraneio que se iniciam por exemplares de arquitetura eclética e vitoriana e alcançam obras da arquitetura moderna brasileira que vicejam após os anos 30. É uma época de festas, lazer, jogo no Quitandinha mas também de vilas operárias, sede do Banco do Brasil, dos Correios, e do Fórum Municipal, edificações de estações ferroviárias em Cascatinha, Nogueira e outras localidades de alguns loteamentos bem implantados, além de ruas icônicas como a Av. Koeller, milagrosamente preservada de edifícios, sorte que não teve a Rua Roberto Silveira ou a Rua do Imperador.
O terceiro conjunto, denominaria de Petrópolis Suburbano avisando logo que não se trata nada pejorativo apenas marcando o papel da cidade na região metropolitana. É uma época onde as linhas de ônibus diárias passam a comunicar a cidade com todas as cidades da Baixada Fluminense, em que passa a existir uma busca maior de serviços de Educação e Saúde de melhor qualidade em Petrópolis do que nos seus municípios vizinhos em que de início a menor violência urbana da cidade atrai mais moradores e que a classe média com a independência proporcionada pelo automóvel, mora e cria suas famílias aqui mas trabalha no Rio de Janeiro.
Há uma grande tendência da cidade se transformar num dormitório do Rio e um esvaziamento de suas instituições culturais, redução de seus veículos próprios de comunicação e uma diluição da sua identidade histórica e do orgulho de ser petropolitano.
A superpopulação, a ocupação desordenada de encostas e margens dos rios resultam em catástrofes recorrentes. O sistema tributário nacional faz com que ¾ de sua receita dependa de outros poderes.
É um tecido urbano a ser recuperado por corajosas intervenções públicas e privadas. Por fim, temos a Petrópolis do futuro onde contrariamente ao seu plano original, traçado por um só homem - o major Koeller - a sociedade civil e o governo devem formular um plano multianual que valorizando a sua tradição e seus marcos históricos prepare a cidade para um futuro sustentável com indústrias com atividades soft power, controle a sua densidade populacional, a educação de seus habitantes para trabalhos de maior valor agregado e a valorização do orgulho de ser petropolitano.
Escute no Youtube!
A Economia Criativa pode desempenhar um papel fundamental na revitalização e no desenvolvimento de cidades, especialmente ao criar polos integrados que promovam emprego e renda para criadores e artistas locais.
A Cedro Rosa Digital pode contribuir nesse cenário ao oferecer certificação e distribuição de música, ajudando a promover os artistas locais e a ampliar seu alcance.
Além dos segmentos mencionados, outros setores que podem ser incentivados incluem:
Moda: Incentivar a produção local de moda sustentável, valorizando técnicas tradicionais e materiais locais.
Design: Estimular o design local, tanto de produtos quanto de ambientes, incorporando elementos culturais e sustentáveis.
Audiovisual: Apoiar a produção de filmes, séries e conteúdos digitais que valorizem a cultura local e promovam a diversidade.
Turismo Criativo: Desenvolver roteiros turísticos que valorizem a cultura, arte e gastronomia local, envolvendo a comunidade criativa.
Gastronomia: Promover a culinária local, valorizando ingredientes regionais e técnicas tradicionais, criando experiências gastronômicas únicas.
Arquitetura e Urbanismo: Incentivar projetos de revitalização urbana que valorizem a identidade local, incorporando arte e design nas intervenções.
A Cedro Rosa Digital pode ajudar a organizar e promover essas iniciativas, oferecendo plataformas para a divulgação e comercialização dos produtos e serviços criativos locais, além de criar conexões entre os diversos segmentos da economia criativa.
Comments