TRÊS INCERTEZAS E UMA SOLUÇÃO
Na literatura de administração de negócios quando se analisa futuros possíveis para as empresas, aparecem com frequência situações de dois tipos: de risco ou de incertezas.
Situações de risco são aquelas em que alguma coisa pode não dar certo, mas cuja incidência pode ser mensurada. Por exemplo, quando se diz “Há 10 por cento de probabilidade de o veículo da empresa sofrer um acidente ou ser roubado”. As situações de risco podem ser mitigadas no caso fazendo-se um seguro que cubra os eventuais prejuízos que decorram daquela situação. Em suma, o risco tem um preço.
As situações de incerteza não permitem este tipo de mitigação, pois são atos da natureza, guerras e outros eventos realmente imprevisíveis para os quais não existem maneiras de mitigá-los, salvo o próprio atingido tomar medidas que possam colocá-lo ao abrigo dos efeitos negativos. Em suma, contrariamente aos riscos, as incertezas não são precificáveis.
O mundo enfrentará nas próximas décadas uma elevação de incertezas decorrentes de três causas que já se fazem presentes: as mudanças climáticas, a complexidade e aumento de guerras regionalizadas e a escala das mudanças causadas pela generalização da Inteligência Artificial.
No tocante às mudanças climáticas, não é necessário que o assunto seja estendido neste artigo. As companhias de seguro já têm incluído cláusulas em que se desobrigam de pagar reparos no caso de eventos extremos, como aqueles ocorridos no Rio Grande do Sul, por exemplo. Esta também é a situação no que se refere as guerras regionais cujos efeitos acabam se fazendo sentir em locais muito distantes, como ocorre na guerra entre Rússia e Ucrânia afetando preços e disponibilidade de petróleo e fertilizantes em todo mundo.
Ainda é uma grande incógnita a extensão dos impactos da generalização do uso da Inteligência Artificial, mas tudo indica que ela vai gerar um enorme desemprego em alguns segmentos de trabalho. Haverá seguro que cubra o desemprego e a realocação de milhões, talvez bilhões, de pessoas afetadas?
A única solução que parece haver para estas situações de incerteza, ou seja, algo que não pode ser compensado pelos atuais instrumentos disponíveis do mercado segurador é uma mudança conceitual nas empresas, nas pessoas e, portanto, no modelo de sociedade que hoje vivemos.
A sociedade que emergirá com a disseminação da Inteligência Artificial liberará da área produtiva milhões de trabalhadores, que deverão buscar ocupação em atividades ligadas à produção intelectual, à vida comunitária e ao bem-estar de crianças e idosos, onde as remunerações financeiras não serão as mais expressivas. Um enorme contingente da população mundial precisará encontrar compensações psicológicas e um tipo de ócio criativo que dê significado às suas vidas, face o estreitamento dos mercados de trabalho como hoje o entendemos.
A mecanização e automação da produção potencializadas pela IA vão provocar tal mudança e o desafio será fazer de cada escola, de cada empresa e mesmo de cada coletividade um núcleo de difusão de uma cultura humanizada, onde as manifestações artísticas, de trabalho voluntário e outras similares sejam tão respeitadas quanto as atividades produtivas. A humanização, portanto, é forma de prevenir os dois primeiros tipos de incerteza e de mitigar as consequências do terceiro tipo.
Estimam os pesquisadores que em algumas décadas o efeito conjunto dessas incertezas contribuirá para a redução da população do planeta, mas isto ainda é pura especulação. Nossos filhos e netos viverão tais situações e temos a obrigação de prepará-los e preparar o mundo para que elas ocorram da maneira mais suave possível.
José Luiz Alquéres, editor.
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