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Foto do escritorMarlos Degani

TÁXIS



Viagens de táxi geralmente dão excelentes crônicas e o nosso mestre Joaquim Ferreira dos Santos escreveu mais uma hoje, quando começo a rascunhar a minha, que só será publicada na próxima quinzena, aqui no generoso espaço do Blog Criativos, ao lado de tantas feras. Escrevo devagar, mudo o texto a cada vez que o releio, mas sem sofrimento, porque o processo de composição não pode ser sofrido, no sentido de angustiadamente apressado. A língua é um instrumento vivo, mutante e que desmonta as certezas de uma sentença textual facilmente, basta que um intervalo de tempo passe (pode até ser de poucos minutos), que o escriba não a veja como uma adversária e que se dispa do pior inimigo de um artista: a vaidade tóxica, aquela que excede o humanamente aceitável ̶ uma prisão teimosa em si mesmo, arraigada e cheia de grilões no corpo e na alma.


Mas estávamos falando dos táxis e do Joaquim... Hoje ele contou sobre um amarelinho que pegou de Ipanema para o Leblon e, assim que entrou no carro, antes mesmo da tradicional fala sobre o destino, o motorista contou a sua história, a de que ele e sua namorada haviam combinado de ter somente um cartão de crédito para os dois, e que ela, ultimamente, não tem comparecido no final do mês, alegando falta de condições financeiras. E ele reclamou das coisas, apontou descontrole da parte dela e perguntou ao Joaquim o que ele achava daquilo tudo. O articulista deu daqui, deu dali e acabou pedindo o PIX do motorista para efetuar pagamento da corrida. E a chave era da conta dela. Umas das crônicas mais legais que li ultimamente. Joaquim é fera. Às segundas, em O Globo.


Sempre andei muito de táxi. A vida toda. Em Nova Iguaçu do século passado, tinha, ou ainda tem, uma cooperativa de táxis chamada COOPTRI, 24 horas no ar. Você ligava para lá e pedia um carro. Eu conhecia todas as telefonistas, pedia motoristas que mais gostava pelo número do carro ̶ os que me atendiam nas altas horas da noite e em situações mal iluminadas. Me sentia em casa com a COOPTRI. Patrão.


Um belo dia, quer dizer, uma bela noite, tive uma discussão caseira e me emboletei no telefone para pedir um carro, a fim de sair para a gandaia. No lugar onde eu morava, relativamente adjacente à Via Dutra, antes de entrar propriamente na rodovia, era necessário pegar um acesso, daqueles escuros e sombrios (só quem mora na Baixada Fluminense, sabe do que estou falando), quando, de repente, logo na virada, uma blitz. Mas de bandidos. Aquela gritaria toda: sai daqui, me dá isso aqui ̶ o motorista assustado, e eu idem. Saímos do carro de mãos para o alto, já sem os nossos pertences, quando, de repente, ecoa um grito da penumbra: ̶ Para, para... Vem cá, você é o “Marlom”, amigo do Zequinha ali do Carmari? E eu, tremendo e pensando que seria o fim de tudo, respondi quase negando: ̶ Zequinha Bigode Branco? Sim, sou eu mesmo... Mas eu fiz alguma coisa? E ele, altíssimo: ̶ Devolve aqui tudo dele e do motor, devolve logo... Tu deu sorte, porque o Zequinha é nosso camarada e já vi vocês várias vezes bebendo juntos, e um dia você pagou umas para mim, sem fazer questão. Toma, agora vaza... E, claro, saímos imediatamente dali. E, claro, bebi todas nessa noite, para aliviar as tensões. E nem paguei a corrida. O 59 se recusou a cobrar.


Essa é a história de táxi mais sinistra que testemunhei. Certamente, deve ter um milhão melhores, mais horripilantes e assustadoras. Como jornalista bissexto, já pensei em quantas histórias fascinantes, de alguma forma, devem ter os motoristas de táxi, os garçons de motéis, o pessoal do SAMU e do Corpo de Bombeiros, os voluntários do CVV (Centro de Valorização da Vida), enfim, desses heróis e heroínas que trabalham em profissões não usuais, e que dariam um livro espetacular de causos.


Quem sabe um dia?

 

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