Silogismos
Tomando licença ao mestre Aristóteles, cuja lógica por mais de um milênio e meio imperou no ocidente, podemos dizer que duas quantidades ou dois conceitos igual a um terceiro são iguais entre si.
Isso me lembra um recente podcast que coordenei sobre Rio e Amazônia, que podemos apresentar da seguinte forma:
Tradicionalmente o Rio é considerado a porta e a imagem do Brasil. Suas paisagens, sua música, suas pessoas e suas manifestações culturais, durante mais de século nos representaram no exterior.
Hoje, quem circula pelo mundo e ouve falar do Brasil, é quase sempre para criticar o tratamento dado a índios ou à devastação da floresta amazônica.
Há muita razão nestas críticas mas também generalizações. O assunto se tornou tão sensível que mesmo entidades que realizam trabalhos importantes tem enfrentado dificuldades operacionais, quase insuperáveis.
E hoje inúmeras empresas energéticas, industriais e de infraestrutura estão tendo suas atividades coibidas.
O maior problema, no entanto , nao são estas grandes empresas que têm nome, endereço e telefone e dependem das mais variadas certificações para operar.
O problema é a incontrolável expansão da fronteira agrícola, o garimpo predatório e a exploração de madeiras e outros recursos. Neles operam segmentos do crime organizado.
O Exército Brasileiro cumpre um excelente papel, apesar da dificuldade de meios, na assistência às populações em áreas mais isoladas.
Mas nós aqui , nas grandes cidades, ignoramos muito do mal que a Amazônia sofre.
No referido podcast uma ideia de Sérgio Besserman e Izabella Teixeira foi discutida. Assim como temos a feira nordestina no Campo de São Cristóvão, poderíamos transformar dois ou três daqueles armazéns do porto numa grande exposição sobre a Amazônia. Mostrar-se-ia a flora , a vegetação em estufas , as habitações ribeirinhas.
Um segundo poderia ser mais voltado às culturas indígenas. As civilizações mais antigas do Brasil la se estabeleceram , o que dá prova a belíssima cerâmica marajoara.
O terceiro pavilhão seria montado em cima da Amazônia hoje. O que está ocorrendo, como preservar suas artes com venda de livros, de lembranças e com restaurantes de culinária amazônica.
Não podemos defender o que não conhecemos e chegar a Manaus, para a maioria dos brasileiros, é mais caro do que chegar a Portugal.
Na chegada espera o turista, um panorama fantástico. Há poucas horas do centro de Manaus ele se achará no momento da criação. E aí verá que tudo que se fala procurando preservá-la é pouco.
Esta é a maior urgência ambiental do Brasil. E o Rio pode a ela se associar de uma maneira única.
Música.
Eliane Lage, a primeira estrela do cinema brasileiro na Vera Cruz,
um show de simplicidade.
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