Semana dedicada às Mulheres da Economia Criativa
Mulheres e Feminismo
Quando penso em escrever algo para homenagear a mulher, a primeira coisa que me vem à cabeça é que precisamos combater o machismo estrutural que ainda existe na sociedade. Notei-o em mim ao refletir sobre ele e lembrar-me de três exemplos gritantes de sua manifestação.
Na primeira, eu devia ter uns sete anos. Meu pai adorava pescar e incutiu em mim e em meu irmão desde cedo o gosto por esse esporte. Num verão, levou-nos para corricar no costão do farol velho de Cabo Frio. Eu era a primogênita mas quem teve direito à vara de pesca foi o filho varão. A mim, restou uma mera linha de mão.
Em outro, eu já era casada, e meu pai quis contribuir com uma mesada para facilitar minha vida. Para isso, me fez abrir uma conta conjunta com o meu marido, pois não ficava bem eu ter uma só para mim...
No terceiro, meu pai me deixou de herança o título de um clube. Para que eu tivesse o direito de frequentá-lo, era necessário submeter-me à aprovação do conselho. Para isso, eu teria que colocar a minha cara num quadro exposto na entrada do clube até a próxima reunião, que me aceitaria ou não. Então, quem se apresentou como candidato a sócio foi meu marido, “poupando-me” da exposição e, uma vez aprovado, figurando como sócio titular, como se o desmerecesse a qualificação de “sócio dependente”.
O pior é que, na época, achei tudo isso muito normal. Só mais tarde me dei conta do que havia por trás dessas atitudes. Quando, em 1968, as mulheres queimaram sutiãs, não vi o protesto como algo que me tocasse diretamente. Depois até olhei com um certo pé atrás para “o dia internacional da mulher”, pois se não havia o dia do homem, por que haveria o dela?
Só com o passar do tempo enxerguei a necessidade de se lutar contra a discriminação das mulheres, pela igualdade de oportunidade entre os sexos e pela exaltação das guerreiras que tanto brigam por seus direitos, provando diariamente o seu valor.
Felizmente as jovens de hoje já são mais esclarecidas e não perderão tanto tempo para acreditar em sua força. Basta fazer como fizeram Michelle Obama, Kamala Harris e Amanda Gorman, para citar exemplos mais recentes.
Viva nós!!
Artistas e projetos Cedro Rosa
Fernanda Morais canta Santa Cecilia, de Tuninho Galante e Marceu Vieira.
Disponivel nas plataformas digitais.
Romaria, de Roberta Nistra, na Cedro Rosa.
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