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Semana Criativa de Tiradentes. Sonho e realidade de mãos dadas





Na semana passada, aconteceu em terras mineiras, uma pausa nesses dias intermináveis em que caminhamos na corda bamba, assombrados e com o coração aos pulos entre a esperança e o medo. Foi a Semana Criativa de Tiradentes. A sexta edição do evento. Um oásis de paz, harmonia e convívio fraterno para nos fazer esquecer por alguns dias desse deserto no qual o ódio, a violência, a intolerância nas suas variadas formas, nos agridem cotidianamente. Foram quatro dias que nos mostraram, ou melhor, que comprovaram, que além de possível, é infinitamente saudável e prazeroso viver em harmonia em meio as artes, a História, as boas maneiras e, com paz e tolerância.


Foram dias intensos e muito divertidos. Com uma oferta vasta que incluiu palestras, música, teatro, cortejos, bate-papos, exposições e mais coisas naquele cenário apaixonante que é Tiradentes. Não dava pra ver tudo, claro. Aconteciam atividades simultâneas. E algumas foram marcantes e quase todas, com forte carga emocional. Como por exemplo o bate-papo sobre a ‘Rede de Artesanato na Floresta’, com Thiago Azambuja, da ONG ‘Casa do Rio’ e a representante dos povos originários Regina Santeré-Mawé. Ou aquele que abordou o ‘Designe feito à mão’ mostrando o resultado da união de designers com artesãos da região. E principalmente, o bate-papo e cantoria das rendeiras da Aldeia de Carapicuíba, intitulado ‘Redando Histórias’. Foram casos e cantos que mexeram fundo com a sensibilidade da assistência. Impossível encontrar alguém que não tenha ficado, ao menos, com os olhos marejados. Lágrimas de felicidade pela constatação de que há sim, um mundo que resiste e que é melhor pra se viver.


De repente você é despertado pelo batuque de um cortejo de Congada que corta as ruas principais do lugarejo. Ou pelos músicos da ‘Charrete Jazz Band’ derramando um som mavioso pela Rua Direita. Ou você assiste no interior de uma igreja, um coral formado por um grupo teatral (que inclui até o vice-prefeito da cidade), vestido como nos tempos em que a cidade ainda engatinhava. E o que falar da mistura de simplicidade com sofisticação nas exposições, feiras e no comércio local? Desculpem, mas agora tenho que para ir ao teatro de marionetes do Nado, manifestação singela e rica da arte e do artista popular. E de repente, num intervalo, seguir um bloco carnavalesco que acompanhou o casal recém casado e seus padrinhos pelas ruas, na saída da matriz.


Tiradentes é um cenário mágico para encontros e confraternização entre várias tribos. Até o momento renhido da agressiva polarização política pelo qual passamos, ficou em segundo plano na cidade. Mas não ausente. Algumas casas comerciais e automóveis expunham bandeiras nacionais. Não era pela Copa do Mundo, posso assegurar. Mas também havia muita gente com “praguinhas” do 13 orgulhosamente grudadas no peito. E muitos carros também com adesivos de Lula.


Mas em meio a todo o arsenal de surpresas agradáveis e cultura embalando nossos passos pelo chão de pedra, encontrar gente e conhecer gente, foi o prato principal do banquete oferecido pela Semana Criativa de Tiradentes. E foi graças a um grupo simpático de mulheres da cidade paulista de Mococa, a Goretti, a Marly e a Eliana Galvani que travei conhecimento com o jovem Alberto Lima Paolucci, cuja família tem uma sorveteria e doceria com iguarias como picolé de abacate, de doce de leite (o Picolé do Amado, muito conhecido e curtido na região) e outros produtos maravilhosos, claro. A Eliana já conhecia o Alberto, que é um tremendo fã do Saci, e que tem até uma tatuagem. Eliana faz bonecos de pano com personagens dos nosso folclore como Curupira e o próprio Saci. E foi no embalo do Saci que me enturmei e mostrei um samba que fiz em homenagem ao personagem. Ficamos amigos de infância e um dia desses vou conhecer Mococa.


No domingo, antes de ir embora eu e Alberto trocamos livros. Autografei ‘Chico Buarque no Olho Mágico’ pra ele, que me retribuiu com a fábula ‘Estrela, o Pônei Preguiçoso’, com um autógrafo para o ‘amigão Laís’. Pessoas extraordinárias num cenário rico e de conteúdo também extraordinário. Viva Tiradentes. Viva a Semana Criativa. Volto em 2023.


“Quando no alto noite trovejou / E nem uma gota d’água caiu

Um raio lá na barra alumiou / Deu-se o que ninguém podia ver

O Saci em disparada botou o lobisomem pra correr

Esse moleque danado é um sarnento brasileiro

Zomba de assombração e faz bagunça no terreiro

Samba numa perna só, ginga no redemoinho

Assobia zombeteiro pra fingir que é passarinho

No 31 de outubro é ele quem reina por mim

O Saci faz xixi no Halloween” (31 de Outubro / Laís Amaral Jr.)


 

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