QUANDO JUSTIÇA E CULTURA CAMINHAM JUNTAS
Daniela Pfeiffer Fernandes[1]
Em 2021, iniciei um trabalho à frente da Direção Executiva do Centro Cultural Justiça Federal (CCJF). Trata-se de um espaço vinculado ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região, localizado num prédio onde funcionou a antiga sede do Supremo Tribunal Federal na cidade do Rio de Janeiro até 1960. Desde 2001, o espaço funciona como Centro Cultural abrigando também exposições, peças e mostras teatrais, espetáculos de dança e de música, mostras audiovisuais, lançamentos de filmes, cursos, seminários, palestras e lançamentos de livros.
Dentro do escopo dos projetos desenvolvidos pelo CCJF, a maioria acontece dentro do espaço da instituição por meio de editais anuais de ocupação, ou de convites realizados pela própria curadoria do Centro Cultural. Em 2023, no entanto, o CCJF rompeu os muros que o separam das ruas, e iniciou uma série de ações visando dialogar com públicos que têm pouco ou nenhum acesso a instituições culturais.
Como exemplos práticos das políticas implementadas, citamos as ações realizadas em parceria com o “Yoga de Rua” (visitas guiadas ao Centro Cultural e sessões de cinema seguidas de debate), e o projeto “LibertArte”, em que o CCJF leva sessões de cinema e aulas de dança para dentro dos presídios femininos Instituto Penal Oscar Stevenson (Benfica, Rio de Janeiro) e Penitenciária Talavera Bruce (Bangu, Rio de Janeiro), num acordo de cooperação inédito assinado com a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro (SEAP RJ).
Sabe-se que as populações tanto em situação de rua quanto de encarceramento são extremamente vulneráveis e privadas de direitos, especialmente quando falamos de cultura. Nosso maior desafio é romper esta barreira e fazer com que estes públicos se sintam acolhidos, ouvidos, e dignos de uma programação cultural de qualidade. Por estar ligado ao judiciário, o Centro Cultural Justiça Federal possui uma responsabilidade ainda maior nisso.
As iniciativas citadas compreendem o início de um amplo programa de inclusão e participação de um público muitas vezes excluído do acesso a instituições e práticas culturais. Neste sentido, entendemos que justiça e cultura devem caminhar juntas, contribuindo para a construção de um cenário mais democrático e inclusivo, além de uma sociedade mais pacífica.
[1] Mestre em Comunicação Social pela PUC-Rio, Graduada em Produção Cultural pela UFF. Diretora Executiva no Centro Cultural Justiça Federal, Professora na ESPM e na Facha, Parecerista em Editais e Sócia da Empresa Pfeiffer Cultural - pfeiffer.cultural@gmail.com
Leia a entrevista de Daniela Pfeiffer para a CNN.
Cultura e economia criativa
Didu Nogueira e o samba brasileiro, no stand da Cedro Rosa Digital ,
em Dubai, na GITEX 2023
A economia criativa tem desempenhado um papel significativo na geração de empregos, renda e desenvolvimento no Brasil e no mundo. Aqui estão cinco exemplos desse impacto:
Indústria do entretenimento: A produção de filmes, música, televisão e videogames gera empregos diretos e indiretos, impulsionando a economia e a cultura.
Moda: A indústria da moda, com designers independentes e marcas autênticas, promove a criatividade e emprega muitas pessoas em todo o mundo.
Tecnologia e inovação: Startups e empresas criativas estão desenvolvendo soluções inovadoras em setores como realidade virtual, inteligência artificial e realidade aumentada, criando oportunidades de emprego e avanços tecnológicos.
Turismo cultural: A cultura, incluindo patrimônio, gastronomia e eventos culturais, atrai turistas, estimulando a economia local.
Artes visuais: Artistas plásticos, galerias de arte e museus promovem a cultura e empregam pessoas em diferentes áreas.
Escute essa playlist especial de artistas CEDRO ROSA, no Youtube.
A Cedro Rosa Digital tem impulsionado a música independente mundial, oferecendo uma plataforma de distribuição acessível e promovendo artistas independentes globalmente, ampliando seu alcance e possibilitando oportunidades de renda por meio da música. Essa iniciativa demonstra o poder da economia criativa para transformar setores tradicionais, como a indústria musical.
ARTISTAS CEDRO ROSA, na Spotify.
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