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O BRASIL MUDOU




José Luiz Alquéres, editor


Em meados dos anos 60, quando comecei minha vida profissional, encontrava uma enorme dificuldade no levantamento de dados e informações confiáveis que permitissem a realização de estudos e diagnósticos sobre a situação do Brasil. O IBGE era a grande fonte de dados, especialmente os oriundos dos Censos demográficos decenais e da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios). A Revista Conjuntura Econômica publicava as estatísticas sobre as contas nacionais, trabalho que havia sido conduzido pioneiramente por Antonio Dias Leite e, desde então, dado sequencia pelo corpo editorial da revista por muitas décadas chefiado por Paulo Rabello de Castro. Se bem me lembro, era um Brasil muito diferente, no qual o PIB do setor primário pesava cerca de 11% do total, o da indústria 33%, enquanto os remanescentes setores comerciais e de serviços representavam 56% do total. Orgulhávamos de ver anúncios de automóveis e equipamentos realçando seus respectivos índices de nacionalização, em geral superiores a 95%.


O grau de urbanização do país pouco passava de 40% da população total. Sendo que, este forte contingente habitacional em cidades pequenas e do interior se traduzia em um eleitorado conservador e sujeito a manipulação por partidos políticos comandados por “coronéis” e chefes políticos conservadores. A população do país crescia a mais de 3% ao ano, o que a fazia duplicar a cada 20 anos. Desde então, acelerou-se o processo de urbanização e uma forte migração da ocupação e emprego em setores industriais para o setor de bens e serviços. Com isso, chegamos a elevados índices de urbanização que beiram os 90% da população total. Essa população urbanizada, vivendo em cidades - algumas de grande porte – onde as condições de infraestrutura permanecem precárias e o subemprego predomina, marcam o atual quadro demográfico brasileiro.


O recente Censo de 2022 trouxe, ademais, informações surpreendentes: a taxa de crescimento da população reduziu-se para meros 0,5% ao ano, inferior, portanto, a vários países de economias desenvolvidas, onde tal taxa gira em torno de 1,5%. Outra mudança estrutural ocorrida foi o aumento da participação do setor primário, agricultura e mineração, que hoje representa 31% do total do PIB, enquanto a indústria se reduziu para cerca de 10%. O setor de bens e serviços atinge agora 59% do PIB, embora se deva observar que, dentro da atual tendência à terceirização, haja uma significativa massa de trabalho nos setores primário e secundário classificada sob aquela rubrica. Esses números comprovam o surpreendente desenvolvimento do interior do país, enquanto, pela primeira vez, cidades como Rio de Janeiro, Salvador e Recife tenham reduzido sua população no último intervalo censitário.


É preocupante a perda da dinâmica de empregos nas grandes cidades, o que tem muito a ver com a perda da produtividade da indústria brasileira e a verdadeira invasão de produtos importados que se observa no país. É claro que para termos crescido nossas exportações de produtos primários da maneira significativa algum crescimento na importação de manufaturados haveria de se observar, mas o que é espantoso é a destruição de uma outrora pujante economia industrial de maior valor agregado, fruto da incapacidade de a indústria ter acompanhado os processos de automação e digitalização observados no resto do mundo.


O Brasil tem agora a oportunidade de reverter este processo promovendo a implantação de uma nova economia de baixo carbono e de cidades mais sustentáveis, o que vai requerer grandes investimentos em infraestrutura humana – educação, saúde, segurança pública – e física – habitação, saneamento e mobilidade. Tão mais cedo promovermos esse redirecionamento da nossa política de desenvolvimento, portanto, investirmos em inovação, criatividade e soft power, tanto melhor para a inserção do Brasil na economia mundial.


 

A importância estratégica da industria criativa no Brasil e no mundo.


Depois da tragédia da Covid-19, que dizimou milhoes de vidas humanas, o setor da economia criativa e da cultura, que foi o mais prejudicado, por ser um aglomerador natural de pessoas, passa por um renascimento.


Ainda em 2020, segundo a UNESCO, houve perda de USD 750 bilhoes de dólares e 10 milhões de empregos, mas o segmento é responsável por 3.1% do PIB mundial.


Ja em 2023, a IFPI - Associacao Internacional da Industria Fonografica - publicou um estudo informando que a industria cresceu , atingindo o valor global de USD 26,2 bilhoes, em 2022, um aumento de 9% sobre o resultado anterior.


Música de alta qualidade, artistas da Cedro Rosa, no Youtube. escute aqui.



O Instituto Itaú, recentemente, reportou que as indústrias criativas representam, no Brasil, 3.11% do PIB. Veja o estudo aqui.


A Cedro Rosa Digital está deixando uma marca indelével no mercado musical global ao certificar obras e gravações, garantindo uma distribuição equitativa de direitos autorais em toda a cadeia produtiva.




Através de sua plataforma inovadora, a empresa não apenas possibilita que artistas recebam remuneração justa, mas também abre caminho para que empresas licenciem essas músicas em uma variedade de mídias, como vídeos, filmes, séries e jogos.


Essa abordagem gera pagamentos justos e transparentes para todos os envolvidos, fomentando a colaboração entre criadores e empresas e enriquecendo a cena musical mundial de maneira abrangente e sustentável.


Alta qualidade musical, artistas Cedro Rosa na playlist do Spotify.




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