Nós, a Terra e o Todo
Suzana M. Padua
A noção de que fazemos parte de algo grandioso, infinitamente maior do que somos tridimensionalmente, traz um vislumbre da dimensão do que é a vida. Do que é estar conectada com um todo inimaginável, mas que por incrível que possa parecer, tem ligação conosco.
Essa é uma consciência (possível com a junção de conhecimentos e valores) que deveria ser ensinada nas escolas e transmitida em meios de comunicação. Precisamos literalmente ser colocados em nosso devido lugar. Quem a gente pensa que é? Não adiante arrogância! Somos um ser ínfimo em meio a uma imensidão composta por sistemas complexos que permitem que a vida na Terra aconteça. Dependemos das condições do universo e do planeta em equilíbrio, com infindáveis funções detalhadas e complexas, mas que passam desapercebidos pela maioria das pessoas. São infinitos processos, infinitos estágios de interdependência, mas a realidade é que sozinhos nada somos.
Alguns pensadores nos ajudam a refletir sobre essa imensidão. Edgar Morin descreve poética e magistralmente essa ideia quando escreveu em seu livro Terra Pátria:
“Aqui estamos nós, minúsculos humanos, na minúscula película de vida que rodeia o minúsculo planeta perdido no gigantesco universo. Este planeta é, no entanto, um mundo, nosso. Este planeta é ao mesmo tempo a nossa casa e o nosso jardim. Descobrimos os segredos da nossa árvore genealógica e do nosso bilhete de identidade terrestre, que nos fazem reconhecer a nossa pátria (Terra dos antepassados, o país onde nascemos, a nação da qual fazemos parte, a sociedade política da qual somos membros) terrestre numa altura em que as sociedades espalhadas por todo o mundo se tornaram interdependentes e onde o destino da humanidade está coletivamente em jogo”.
O naturalista Aldo Leopold, precursor do ambientalismo, defende essa ideia da seguinte maneira:
"O meio ambiente não é apenas o espaço em que vivemos, mas é o conjunto das condições naturais que nos permitem sobreviver e progredir. A natureza, com seus recursos e suas leis, é um patrimônio comum a todos os seres vivos e deve ser preservada".
Edward O. Wilson, renomado entomólogo e biólogo norte-americano conhecido por seu trabalho com ecologia, evolução e sociobiologia também trouxe um pensamento profundo sobre quem somos em meio ao todo:
"Os seres humanos fazem parte de uma grande teia de vida e, assim como as outras espécies, dependem da biodiversidade para sobreviver. Somos todos interdependentes, e ações que afetam a natureza afetam também a nossa própria existência".
O que evitamos reconhecer é que não há outro local para nos mudarmos. A Terra é o único planeta com as características capazes de nos acolher, mesmo com os desafios, a maioria causada pela humanidade, como as atuais crises climáticas percebidas por toda parte. Mas, uma jovem carioca, que infelizmente nos deixou antes da hora com apenas 20 anos, Luisa Pinho Sartori, gravou um vídeo onde disse: “Eu me importo com o planeta porque é o lugar onde moramos, o único onde podemos viver”. Sua fala está no site do Instituto Luisa Pinho Sartori, organização fundada para manter vivo seu legado de paixão pela natureza: https://www.facebook.com/watch/?v=322128435889084 Talvez sua sabedoria tenha vindo do contato com o mundo natural, como ela mesmo menciona mais adiante no vídeo, ou por uma ligação profunda com a sua essência de Ser.
Ser grato à Terra é um sentimento que precisa ser nutrido para nos lembrarmos de sua grandeza e de nossa dependência a ela, como defende Ailton Krenak: “A gente só existe porque a Terra deixa a gente viver. Não tem outra coisa que dá vida. É por isso que a gente chama ela de Mãe Terra”.
Em outra ocasião Krenak nos convida a ampliar nosso olhar para que possamos perceber como fundamental a harmonia com a Terra:
“Cantar, dançar e viver a experiência mágica de suspender o céu é comum em muitas tradições. Suspender o céu é ampliar o nosso horizonte; não o horizonte prospectivo, mas um existencial. É enriquecer as nossas subjetividades, que é a matéria que este tempo que nós vivemos quer consumir. Se existe uma ânsia por consumir a natureza, existe também uma por consumir subjetividades — as nossas subjetividades. Então vamos vivê-las com a liberdade que formos capazes de inventar, não botar ela no mercado. Já que a natureza está sendo assaltada de uma maneira tão indefensável, vamos, pelo menos, ser capazes de manter nossas subjetividades, nossas visões, nossas poéticas sobre a existência.”
Outra referência nessa linha de pensamento é Leonardo Boff, que incansavelmente nos chama a atenção para nosso posicionamento frente a coexistência com o Todo:
“Quando dizemos ser-no-mundo não expressamos uma determinação geográfica como estar na natureza, junto com plantas, animais e outros seres humanos. Isso pode estar incluído, mas a compreensão de ser-no-mundo é algo mais abrangente. Significa uma forma de existir e de co-existir, de estar presente, de navegar pela realidade e de relacionar-se com todas as coisas do mundo. Nessa co-existência e com-vivência, nessa navegação e nesse jogo de relações, o ser humano vai construindo seu próprio ser, sua autoconsciência e sua própria identidade”.
Somos poeiras de estrelas, como bem preconizou o astrólogo Carl Sagan. Uma pesquisa de 2017, realizada por cientistas norte-americanos com mais de 150.000 estrelas, mensurou a luz que emana dos átomos e concluiu que 97% são similares, compostos pelos mesmos elementos essenciais para a vida (hidrogênio, nitrogênio, oxigênio, fósforo e enxofre), apenas com proporções diferentes. https://www.facebook.com/OQueVerNoCeuAstronomia/posts/1337983383047169/
O importante é percebermos que não somos o centro da existência, e sim parte dela.
Com essa visão de sermos poeira de estrelas, quem sabe reaprendemos como nos tornarmos melhores humanos? Dentro dessa imensidão infinita do universo, nosso papel é festejarmos o grande privilégio por termos a chance de existir. Temos mesmo é que cantar e dançar ao som dos astros, das florestas, dos rios, dos oceanos, dos manguezais, dos desertos, dos céus e das estrelas.
Celebrar a vida pode ser um exercício que nos leve a valorizá-la ao ponto de despertarmos para tratar nosso planeta com o respeito que ele merece. Nossa Mãe Gaia sempre nos acolheu e é chegada a hora de sermos capazes de retribuir. Afinal, como diz um texto baseado na Carta da Terra:
“Nós somos a Terra, os povos, as plantas e animais, gotas e oceanos, a respiração da floresta e o fluxo do mar. Nós aderimos a uma responsabilidade compartilhada de proteger e restaurar a Terra para permitir o uso sábio equitativo dos recursos naturais, assim como realizar o equilíbrio ecológico e novos valores sociais, econômicos e espirituais. Em nossa inteira diversidade, somos unidade”.
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