Mentes
Ah, o escaravelho, esse ser mítico desde o antigo Egito, desde Kmet, até Edgar Alan Poe, recuperado agora pelo Paulo Roberto Fonseca – o arquiteto contestador das arquiteturas dominantes, das falsas arquiteturas, das malemolengas esculturas das escabrosas e bregas classes burguesas – todos os insetos, todos os ovíparos, serão chamados a dar conta de suas populações. Mas nenhum sagrado carapáceo será jamais comparado ao vírus maior: o ser humano.
Este intercâmbio bípede que consome o planeta numa velocidade insana. Uma bactéria que contamina e consome a carne vegetal, animal e mineral da Pacha Mama.
Com o beneplácito de todas as inteligências, puramente mentais. A mente que tanto nos mente. A mente, essa instalação alienígena. A mente, que dormente seria talvez a abertura para outras dimensões, que nos protegeu do Kaos num certo tempo e nos entregou ao nada em outro.
Nada nessa nau se dá à toa. Ao fundo, um rock progressivo, uma lamúria de bêbados, uma síncope de poetas ou uma orgia de frades e confrades e freiras.
Todas as possibilidades.