Livro relata trajetória vitoriosa de imigrante que chegou ao mais alto escalão de São Paulo

Livro relata trajetória vitoriosa de imigrante
que chegou ao mais alto escalão de São Paulo
Michael Paul Zeitlin, de descendência russa, nasceu em Berlim em
fevereiro de 1937 e, aos dois anos de idade com a mãe, Greta, e o
padrasto, Wladimir (Vova), ambos de origem judaica, desembarcou no
Brasil em 1939. Ele imprimiu a assinatura em importante obra
estrutural no país na autobiografia Apesar disso, rolou, publicação
da Editora Adônis. O livro, segundo o autor, nasceu do desejo de
pertencer. Quando a família partiu de Berlim o ambiente para
estrangeiros piorava a cada dia com a ascensão de Hitler ao poder. A
segunda guerra iniciou uma semana após o embarque para a América
e fez do avô e do irmão mais velho do pequeno “Micha”, vítimas fatais
dos campos de concentração. Graduou-se em Engenharia Civil pela
Escola Politécnica da USP, pós-graduado na Escola de Administração
de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas
(Eaesp/FGV), onde foi professor. M.Sc. e Ph.D. na Universidade de
Stanford, Califórnia (USA). Na década de 1990, foi eleito diretor da
escola pela Congregação da Eaesp-FGV e, mais tarde, convidado
pelo governador Mário Covas para exercer o cargo de secretário de
Estado dos Transportes, tendo implantado o trecho Oeste do
Rodoanel Metropolitano de São Paulo, o Programa de Concessões
Rodoviárias e criado o Programa Rodovia Viva. Um dos grandes
desafios da sua vida profissional. Com o óbito do governador, deixou o
cargo em 2002. É casado com Neuza Zanaga Zeitlin e ambos residem
em Americana/SP. Engenheiro civil e professor aposentado, Michael
sintetiza uma desafiadora jornada, que inicia com a família na Europa,
no início do século XX, e continua em solo brasileiro até os dias
atuais. As lembranças permeiam todas as fases, desde a infância,
como estudante, seguindo pela acadêmica, profissional e política.
CRIATIVOS - A partir da sua experiência como secretário de
Transportes da principal cidade do Brasil, o senhor acredita que
o Serviço Público tem capacidade de gerir grandes
conglomerados urbanos?
Michael Paul Zeitlin - Acredito que o Serviço Público tem capacidade
para gerir grandes conglomerados urbanos, quando falamos de
tecnologia de mobilidade urbana, os problemas surgem por falta de
vontade política. Minha experiencia foi auferida tendo um governador
que queria fazer acontecer. Os planos e as ideias para construir um
Rodoanel Metropolitano existiam há vários governos e nada foi feito.
Decidido que este era um programa a ser realizado, enfrentamos as
dificuldades e fizemos o Trecho Oeste. Preciso acrescentar que a
tecnologia existente hoje é muito mais avançada do que a de 20 anos
atrás.
CRIATIVOS - A engenharia tem soluções para os problemas de
mobilidade nas grandes cidades? O rodoanel é um exemplo,
existem outras formas?
Michael Paul Zeitlin - A resposta é afirmativa, como mencionei na
pergunta anterior. Desejo prevenir que não tenho experiência com
mobilidade urbana, mas sei que há muitos progressos em aplicativos.
Outra vez enfatizo que é preciso ter disposição. Tomemos como
exemplo a maneira pela qual motociclistas se comportam. Nossa
experiência com o Programa Rodovia Viva nos ensinou que a maioria
dos óbitos era de pedestres – nasceu o Programa de Passarelas. Não
vejo nenhuma iniciativa para enfrentar óbitos de motoqueiros. A
engenharia tem soluções, faltam precauções administrativas.
CRIATIVOS - Privatizar ajuda? Cidades mundo afora estão
reestatizando alguns serviços. Estamos caminhando na
contramão?
Michael Paul Zeitlin - Não há solução definitiva se não houver um
bom projeto, técnico e administrativo. Quem está reestatizando está
tentando consertar contratos mal elaborados. A combinação PPP
(parceria público privada) é uma alternativa para combinar
investimentos privados que devem ser remunerados enquanto o poder
público deve conduzir a vigência dos contratos como foi combinado.
CRIATIVOS - Como foi trabalhar com o governador Mário
Covas?
Michael Paul Zeitlin - Foi excelente. Foi a realização de um sonho.
Você podia se empenhar no serviço, seguro de que o Governador não
lhe “puxaria o tapete”. Um governador que desejava implantar o bem e
não um que via o exercício do cargo como degrau para obter
vantagens.
CRIATIVOS - Naquela época, pouco ou nada se falava em
preparar as cidades para as mudanças climáticas que ocorreriam.
Na sua opinião, as cidades perderam tempo em buscar
prevenções para esse tipo de crise?
Michael Paul Zeitlin - Realmente não se falava em mudanças
climáticas. Havia por outro lado conhecimento e experiencia
suficientes para evitar, por exemplo, deslizamentos. O IPT por sua
seção de Geologia havia elaborado manuais que, se fossem aplicados
pelo poder público, evitariam muitos dos desastres. Menciono o caso
das fundações do laboratório de Química que o IPT recebeu como
doação do governo japonês. As fundações eram projetadas para
resistir a terremotos. O argumento que no Brasil não há terremotos
defrontou-se com uma posição firme do doador. “Nossa experiência
mostra que terremotos não avisam com grande antecedência! Ou
vocês fazem as fundações projetadas ou cancelamos a doação!”
CRIATIVOS - O senhor, que vem de uma família que
testemunhou uma das páginas mais tristes e constrangedoras da
era moderna, que foi a ascensão do nazismo, consegue
identificar nos dias atuais sinais que indiquem um risco de
retorno daquele pesadelo?
Michael Paul Zeitlin - Sem dúvida. Pessoas podem ter opiniões
diversas. O modo de evoluir é o diálogo e a negociação. Oficinas de
ódio nos levam aos pesadelos.
CRIATIVOS - Qual a inspiração para o nome do livro?
Michael Paul Zeitlin - Eu estava matriculado no curso de Redação do
Prof. Gilson Rampazzo, um dos fundadores do Colégio Equipe. Ele é
oriundo de Americana, cidade natal de minha esposa e que havia sido
sua professora de Filosofia no Colegial. O método utilizado pelo Prof.
Rampazzo era de Laboratório – fazíamos uma redação para ser lida
perante os demais alunos. Havia comentários dos colegas e do
professor. Certa vez levei uma crônica que retratava toda minha
depressão. Cheguei a me intitular um Rei Midas ao contrário. O
professor Rampazzo, em seus comentários à minha redação disse:
“Você está errado. Você deve fazer o que me disse que desejava
fazer quando solicitou sua matrícula. Escrever um livro autobiográfico.
Escreva o livro – eu o chamaria de Apesar Disto, Rolou.” Eu me
encantei com sua sugestão.
Ficha Técnica
Título do livro: Apesar disso, rolou
Autor: Michael Paul Zeitlin
Editora: Adonis
ISBN/ASIN: 978-65-86844-97-9
Formato: 17x24cm
Páginas: 256
Parceria com Universidade Federal de Campina Grande consolida tecnologia aplica à música
O aumento significativo nos pedidos de registros de marcas no Brasil reflete a valorização crescente da identidade empresarial como ferramenta estratégica. Segundo o Anuário da Justiça Direito Empresarial 2024, os depósitos de marcas no INPI aumentaram 143% em uma década, atingindo 402.460 solicitações em 2023. Em contraste, os pedidos de patentes caíram 18% no mesmo período.
O papel do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), que regula marcas, patentes e outros direitos industriais, é fundamental nesse cenário. A autarquia também oferece mecanismos administrativos, como o processo de nulidade (PAN), para revisão de registros.
UFCG, líder em patentes, colabora com Cedro Rosa Digital
A Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) destacou-se novamente no cenário nacional, ocupando o 2º lugar geral no Ranking Nacional de Depositantes Residentes de Patentes de Invenção em 2023, com 101 depósitos, 60 a mais que no ano anterior. A instituição permanece entre os líderes desde 2017, graças ao trabalho do Núcleo de Inovação e Transferência Tecnológica (NITT), que apoia cientistas no processo de proteção da propriedade intelectual e inovação tecnológica.
Cedro Rosa Digital, UFGC e o Certifica Som
No campo cultural, a Cedro Rosa Digital fortalece o mercado criativo com o Certifica Som, uma plataforma desenvolvida em parceria com a UFCG, pesquisa o uso de blockchain e inteligência artificial para certificar músicas, garantir créditos corretos e assegurar direitos autorais. Esse sistema promove a sustentabilidade do setor musical, facilitando o licenciamento de obras para empresas de cinema, publicidade e jogos, e reforça o compromisso da Cedro Rosa com a inovação e a diversidade cultural.
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