LEMBRAR é PRECISO ! parte 3
Por coincidência, o número também era ‘107’, mas a rua não era a mesma da linda canção ‘CARTA AO TOM 74’, de Toquinho e Vinicius, cuja letra nos ensina que foi na rua Nascimento Silva ‘107’ que o Músico e Compositor Antonio Carlos Jobim ensinou para a “Divina” Elisete Cardoso (era assim que ela escrevia seu nome) as canções do ‘CANÇÃO DO AMOR DEMAIS’, título do LP em que o Selo Festa, de Irineu Garcia, gravou as primeiras parcerias de TOM JOBIM e VINICIUS de MORAES.
Quanto à BOSSA NOVA... tanto ELA quanto o CHORO, vêm a ser FORMAS de EXECUÇÃO, ou seja, LINGUAGENS que nasceram para tocar, ou, especificamente, o ritmo SAMBA – como é o caso da BOSSA – ou para executar todos os demais ritmos - inclusive o SAMBA - como é o caso da Linguagem CHORO.
Assim – para complementar – quando ouvimos, por exemplo, a famosa canção CHEGA DE SAUDADE executada por MOACYR LUZ ou pela própria e DIVINA ELISETE, estamos nos deliciando com a execução CHORO. E quando ouvimos a mesmíssima canção CHEGA DE SAUDADE executada por TOM JOBIM ou por JOÃO GILBERTO, além de outros executores, estamos diante da execução BOSSA NOVA. Portanto, BOSSA NOVA e CHORO não são as canções, mas a MÚSICA (que não é sinônimo de melodia), ou seja a LINGUAGEM.
As canções, estejam elas equipadas com LETRA e MELODIA ou, apenas com MELODIA são como – arrisquemos didaticamente – materializações da MÚSICA, ou seja : as canções nos trazem a MÚSICA, como o MOVIMENTO, a DANÇA, como a TELA, a PINTURA, como o SÓLIDO, a ESCULTURA e, assim, sucessivamente. E, finalmente, se queremos um momento, uma data, por exemplo, para situar a emergência da BOSSA NOVA, não temos dúvida alguma : seu parto documental se deu em 10 de Julho de 1958, quando, na ODEON-RIO, seu Arquiteto e Engenheiro JOÃO GILBERTO – idealizador, formulador, proponente e executor-padrão – gravou, com sua voz-e-violão, no formato 78 r.p.m. , duas canções : a mesmíssima CHEGA de SAUDADE – de que falamos acima – de TOM e VINICIUS - e BIM BOM – do próprio JOÃO GILBERTO.
E vejam bem a que caminhos nos levaram o papo sobre um endereço com o número ‘107’. E o pior é que são dois os ‘CENTO-E-SETE’ figurinhas carimbadas, pois, ainda em Ipanema, numa rua paralela a Nascimento Silva – refiro-me a rua BARÃO DA TORRE – numa grande casa vermelha (que acaba de ser demolida por criminosa omissão) com o número, também, ‘107’, nosso herói TOM JOBIM veio morar no início dos anos 60 : 1961 e 1962.
E, exatamente ali, em Julho de 1962, ele escreveu uma melodia que não chegou a ficar muito tempo guardada, pois, atendendo ao seu pedido, o querido amigo VINICIUS DE MORAES, exatamente, em JULHO – como ele conta – quando passava suas férias em Petrópolis na casa de sua esposa e nossa querida e saudosa amiga Maria Lúcia Proença, escreveu a ‘Letra’ da ‘Garota’. E diga-se de passagem... escreveu algumas vezes, em tentativas que, por fim, atenderam ao exigente parceiro, não fora ele o Maestro Soberano Antonio Carlos Jobim.
E, assim, acoplando narrativas diretas de seus autores, lembramos, aqui, a chegada à luz da canção GAROTA DE IPANEMA, que teria sua pioneira gravação realizada por Pery Ribeiro e sua primeira execução pública por OS CARIOCAS, em agosto do mesmo ano de 1962, no Clube Noturno AU BON GOURMET, deste nosso outro muito querido e saudoso amigo Flávio Ramos, durante temporada de 45 dias de ‘UM ENCONTRO’, com JOÃO GILBERTO, TOM JOBIM, VINICIUS DE MORAES, OS CARIOCAS, MILTON BANANA e OTÁVIO BAILLY.
Nossa geração – somos nascidos entre os anos 40 e 50 – tem pleno conhecimento – pela própria experiência pessoal-presencial – do que esta CANÇÃO – GAROTA DE IPANEMA – significa para o Bairro sob todos os aspectos, em seu conjunto e, portanto, em suas dimensões local + nacional + internacional. E nada mais fácil – mesmo diante de alguma acidental preguiça dialética – do que depreendermos as estaturas das relações humanas, topológicas, artísticas e – queiramos ou não – mercadológicas. As letras – continuo – podem ser vertidas, muito embora a linguística guarde a advertência para o risco da tradução poética, segundo a qual o “ tradutor é um traidor “. As melodias não são igualmente vitimáveis e, maior que todos os componentes, a MÚSICA – a LINGUAGEM E O INFINITO DE SUAS POSSIBILIDADES fazem este e outros milhares de rebentos circularem imortais e ativos em torno de toda a terra. ANTONIO CARLOS JOBIM, nascido em 25 de Janeiro de 1927 é, para nossas lentes, o mais decisivo HOMEM DE IPANEMA de todos os tempos, além de, em todos os demais espaços em que os efeitos de sua OBRA reverberam, na Cidade, no País, no Mundo.
No próximo dia 26 – que será a última segunda-feira de Abril, neste 2021, este nosso amado Bairro de IPANEMA completará seu 127º aniversário de FUNDAÇÃO. O ano de 1994 – ano do centenário de IPANEMA – foi o derradeiro ano de TOM entre nós, pois, então, nos deixou no dia 8 de dezembro. Não foram poucos nem pequenos os reconhecimentos gerais à importância do Bairro sob determinados ângulos. E a Rede Globo de Televisão dedicou um programa inteiro da série GLOBO REPÓRTER ao Centenário de Ipanema. A inteligente produção do programa idealizou um momento-síntese do ponto-de-vista comunitário, reunindo no histórico Bar GAROTA DE IPANEMA, duas Garotas-Símbolos – HELÔ PINHEIRO e LYGIA MARINA – e dois MÚSICOS-paradigmas – CARLOS LYRA e ANTONIO CARLOS JOBIM.
Como nome da terra, o programa convidou o saudoso PAULO GÓES que, em famosíssima foto no saudoso ZEPELIN, quando ipanemenses irreverentes dramatizaram uma santa ceia, foi fotografado no lugar central com a expressão central. Paulo Góes estava ali. E, em suma, IPANEMA CENTENÁRIA estava no palco da TV para milhões de pares de olhos. INESQUECÍVEL. Na cabeceira, TOM JOBIM, expressão plural e maior da FELICIDADE. Quando, em determinado instante, alguém pediu a TOM uma GRANDE MENSAGEM em PEQUENO ESPAÇO. Sabem o que ele disse ?
Pois lá vai :
- “ EM 1789 EU DISSE : SÓ HAVERÁ FELICIDADE NO BRASIL QUANDO TODO MUNDO SE MUDAR PARA IPANEMA ! “
Eu transformei este monumento numa faixa que exibi, dali para diante, em todos os quase trinta aniversários de IPANEMA, enquanto a TOCA estava ativa.
Tenho toda a certeza de que os conhecedores – ainda que minimamente – de TOM JOBIM, não compreenderam esta “MUDANÇA” PARA IPANEMA sugerida por TOM, como movimento horizontal, mas como a mais humana das aspirações de ascensão vertical na pirâmide social até que pico e base se encontrassem numa só nítida e sóbria linha.
VIVA IPANEMA ! VIVA A GRANDE E HUMANA SOCIEDADE ! VIVA A SOCIEDADE BRASILEIRA !!! VIVA, VIVA, VIVA, O GRANDE BRASILEIRO DE ALMEIDA ANTONIO CARLOS JOBIM, O TOM NOSSO DE CADA DIA.
Em 5 de Abril de 2021, Carlos Alberto Afonso Toca.
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