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Foto do escritorLais Amaral Jr.

Jim Jones não dá certo no país do Carnaval





Um homem ateou fogo no próprio corpo, dia 31 de janeiro, no canteiro central da Esplanada dos Ministérios, em Brasília, em protesto contra o Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo testemunhas, o homem de 58 anos, natural da cidade de Botucatu, interior de São Paulo, chegou a proferir gritos contra o ministro Alexandre de Moraes, em que dizia “morte ao Xandão”.


O gesto tresloucado do bolsomínion me remeteu ao rumoroso caso ocorrido no final dos 1970 quando o líder do culto ‘Templo dos Povos’, um tal Jim Jones arquitetou um ato de suicídio em massa que levou à morte de mais de 900 seguidores, inclusive centenas de crianças. E essa lembrança por outro lado me remeteu a um caso mais recente ocorrido em Resende, onde vivo, e que gerou um texto que reproduzo aqui dois parágrafos fundidos.


“Seria um Jim Jones do novo milênio?

A semana começou com aquele mico dos bolsomínios de Resende, pedindo no domingo, dia 19, a volta dos militares, o AI-5, o fechamento do Congresso e do STF. Que coisa mais antiga. (...) Daqui pra frente é a campanha sucessória com a Globo assumindo Sérgio Moro como seu candidato oficial e o Covid-19 fazendo o estrago que os bolsomínios e alguns ministros idiotas desse (des)governo, acreditam ser o ‘comunavírus’, uma coisa da China, para dominar o mundo. Por vezes fico na dúvida sobre com quem mais se parece o nosso pseudo presidente: Plínio Salgado, Mussolini, Salazar, Franco, Hitler ou Jim Jones? Lembram desse último, aquele pastor que levou ao suicídio quase mil seguidores fanáticos no final dos anos 1970, na Guiana? Acho que está mais para Jim Jones, o Mito!


O parágrafo acima foi escrito há cerca de quatro anos. Hoje eu não teria a menor dúvida que o ex-presidente é a mistura de todos esses ditadores com o perverso acréscimo do componente de liderança messiânica inspirada no líder daquela seita terrível. O homem que ateou fogo ao próprio corpo foi o fechamento de uma série de manifestações bizarras perpetradas pelos bolsomínions, como cantar o hino nacional para um pneu de caminhão, orar em frente ao muro de um quartel do exército ou mandar mensagens para extraterrestres suplicando ajuda para derrubar a democracia.


Sobre os extraterrestres, parece que os bolsomínions terão motivação renovada para novas bizarrices. Objetos voadores não-identificados foram vistos nos céus do Canadá, dos Estados Unidos, do Uruguai e da China. Não demora e essa gente volta às ruas anunciando a chegada de alienígenas para salvar seu líder que está a caminho da Papuda. Vem coisa aí. Eu nem ligo. Ainda mais agora. Se é pra delirar, eu vou nessa:


“As águas vão rolar

Garrafa cheia eu não quero ver sobrar

Eu passo a mão na saca, saca, saca-rolha

E bebo até me afogar

Deixa as águas rolar

Se a polícia por isso me prender Mas na última hora me soltar Eu pego a saca, saca, saca rolha Ninguém me agarra, ninguém me agarra” (Saca-rolha/ Waldir Machado-Zé da Zilda-Zilda do Zé)


 

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